Segundo a definição pela OMS, a obesidade é uma condição crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura que pode trazer consequências à saúde.
Atualmente, a obesidade é considerada uma epidemia mundial devido ao perfil alimentar e também pelo predomínio do sedentarismo na sociedade.
Conheça mais sobre a prevalência, fatores de risco e medidas de promoção e prevenção da saúde. Boa leitura!
Obesidade: problema de saúde pública
A obesidade se tornou prioridade nas políticas públicas. Existe uma crescente prevalência e ampla associação com doenças crônicas não transmissíveis, principalmente as doenças cardiovasculares.
O Brasil tem cerca de 18 milhões de obesos. Ao somar a população com sobrepeso, o número se eleva para 70 milhões, o dobro em relação há 3 décadas.
Além disso, as doenças crônicas estão cada vez mais comuns ao longo dos anos devido ao envelhecimento populacional. Por isso, é muito importante a promoção da saúde e prevenção de comorbidades para melhoria da qualidade de vida da população. Ainda mais pela associação com a obesidade.
Epidemiologia
A obesidade tem atingido todas as faixas etárias, em ambos os sexos e em todos os níveis sociais. No entanto, de acordo com o artigo “Obesidade e políticas públicas: concepções e estratégias adotadas pelo governo brasileiro”, a velocidade de crescimento é mais expressiva na população com menor rendimento familiar.
Em 2013, a prevalência encontrada em relação ao excesso de peso em adultos é de 56,9%, enquanto que o obeso é de 20,8%.
O excesso de peso é mais prevalente nas regiões mais desenvolvidas, como Sul, Sudeste e Centro- Oeste, mas já observa-se tendência no aumento dos índices de obesidade nas regiões Norte e Nordeste. Em contrapartida, houve um declínio acelerado na prevalência de desnutrição em crianças e adultos da população brasileira.
Obesidade e as mudanças na alimentação
A obesidade possui etiologia multifatorial com presença de diversos fatores de risco associados. Mas essa ascensão da obesidade no mundo pode ser devido ao fenômeno de transição nutricional associada a sociedade moderna e industrializada.
O ganho excessivo de peso tem como determinantes as mudanças nos padrões de alimentação e de atividade física das populações.
Em relação às modificações na alimentação, há uma crescente incorporação da dieta “ocidental” ou dieta moderna. Ela é caracterizada por uma dieta rica em gordura, principalmente as de origem animal, açúcares e alimentos industrializados e ultra processados. Contudo, observa-se redução do consumo de fibras e outros carboidratos complexos na alimentação.
Outro contribuinte nesse processo é a redução da prática de exercícios físicos e aumento do sedentarismo na população. Essa mudança é atribuída a intensa carga horária de trabalho e falta de lazer da vida moderna, o que contribui para redução de tempo disponível para os cuidados com a saúde e bem estar.
Outros fatores de risco
A obesidade é causada por diversos outros fatores como:
- Mudanças em momentos da vida ( casamento, viuvez, separação)
- Situações de violência familiar
- Fatores psicológicos (estresse, ansiedade, depressão e compulsão alimentar)
- Efeitos adversos de fármacos (psicofármacos e corticoides)
- Suspensão abrupta do tabagismo
- Consumo excessivo de álcool
- Redução drástica de atividade física
Diagnóstico e classificação
Segundo a classificação pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), a obesidade é categorizada no item de doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas.
O diagnóstico de sobrepeso/obesidade em adultos é realizado por meio do Índice de Massa Corporal, calculado como a razão entre a massa corporal pela estatura ao quadrado. No entanto, um fator limitante do IMC é que não é possível analisar a composição corporal do paciente.
Segundo a OMS, o peso normal é quando o IMC está entre 18,5 e 24,9, enquanto que a obesidade é o IMC acima de 30.
É de extrema importância o diagnóstico precoce e atuação ativa nas mudanças dos hábitos de vida, devido a associação com o alto risco de adoecimento e morte, sendo um importante fator de risco para as doenças crônicas não transmissíveis.
Obesidade associada a outras doenças crônicas
O obeso tem mais propensão ao desenvolvimento das seguintes doenças:
- Hipertensão arterial sistêmica;
- Doenças cardiovasculares;
- Resistência insulina;
- Diabetes mellitus tipo 2.
Benefícios da atividade física
Dentre os inúmeros motivos para promoção à saúde, é fundamental a mudanças dos hábitos de vida com alimentação adequada e saudável. Além disso, as práticas de atividade física, melhorando a performance física, respiratória e cardiovascular.
A prática de atividade física possui muitos benefícios, por exemplo:
- Fortalecimento das estruturas ósseas e musculares;
- Reduz a pressão arterial;
- Combate o estresse;
- Proporciona o bem-estar psicológico;
- Evita o risco de osteoporose, diabetes e doenças cardiovasculares;
- Aumenta a autoestima;
- Melhora a postura;
- Age contra a obesidade.
A atuação da Atenção Primária à Saúde fortalece medidas de incentivo, apoio e proteção à adesão das práticas saudáveis. Além disso, também difunde as informações para promoção da saúde e alimentação saudável, com observação dos rótulos nutricionais dos alimentos e guias alimentares.
Prevenção da obesidade infantil
A obesidade infantil nos EUA acomete 1 a cada 5 crianças. A tendência dessa taxa é de aumentar com a idade da criança.
Dessa forma, as doenças como Hipertensão, Dislipidemia, Doença hepática e distúrbios do sono, consideradas como doenças comuns no adulto, são cada vez mais comuns nas crianças e adolescentes associadas à obesidade.
Para o combate e prevenção da obesidade na infância, há o Programa de saúde na Escola. Visa ações com avaliações antropométricas, promoção da segurança alimentar e nutricional e incentivo às práticas de atividade física nas escolas.
A prevenção da obesidade inicia desde o início da vida, através do aleitamento materno exclusivo e introdução alimentar adequada aos 6 meses de vida. Também é importante o incentivo às brincadeiras de criança ao ar livre.
Plano de ação contra obesidade
Como a obesidade é uma doença multifatorial, requer tratamento de múltiplas abordagens. É preciso orientar a dieta dos pacientes, fazer a programação para prática de atividades físicas e o uso de fármacos antiobesidade.
Diante disso, vale lembrar que saúde não significa apenas não estar doente fisicamente, mas sim alcançar o estado de satisfação de plenitude consigo e com a vida, visando melhorias na qualidade de vida e bem estar, responsabilizando e orientando o autocuidado com a saúde e permitindo que a comunidade participe desse processo de promoção à saúde.
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