É evidente o crescimento da incidência de doenças crônicas, provocando aumento da morbimortalidade.
Atualmente, é raro um paciente não ter Hipertensão arterial. Esta é uma condição de alta prevalência e um grave problema de saúde pública no Brasil.
A doença é assintomática, o que dificulta o diagnóstico precoce. Também provoca baixa adesão ao tratamento, devido a ausência dos sintomas e aos efeitos colaterais dos medicamentos.
Ficou interessado no assunto? Então, confira a epidemiologia e como é feito o diagnóstico da hipertensão arterial.
Epidemiologia e condições clínicas associadas a HAS
A prevalência de Hipertensão arterial sistêmica (HAS), nos últimos 20 anos, é acima de 30%. Entre os gêneros, a prevalência foi de 35,8% em homens e 30 % em mulheres.
É considerada um dos mais importantes fatores de risco para o aparecimento de outras doenças crônicas, sendo responsável por cerca de 40% das mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC), 25% das mortes por Doença Arterial Coronariana, e quando combinada ao Diabetes Mellitus, são responsáveis por 50% dos casos de Nefropatia grave.
Condições clínicas mais associadas
- Doenças Cerebrovasculares;
- Doenças Cardiovasculares ( Infarto Agudo do Miocárdio, Angina e Insuficiência Cardíaca);
- Nefropatia;
- Retinopatia Hipertensiva;
- Doença Arterial Periférica.
Prevenção e redução do risco cardiovascular
A promoção da saúde é uma responsabilidade múltipla. Envolve ações de bem estar geral e qualidade de vida, por parte das políticas públicas, dos indivíduos, do sistema de saúde e de parcerias intersetoriais para o controle dessa epidemia, que é a Hipertensão arterial sistêmica.
As medidas de maior impacto na saúde do paciente hipertenso é a prevenção e orientações sobre hábitos de vida saudáveis.
Prevenção primária, secundária e terciária
Para a prevenção primária, deve-se priorizar o controle e redução dos fatores de risco, como controle do tabagismo, obesidade, sedentarismo, reduzir consumo de sal e bebidas alcoólicas e estimular uma vida mais saudável.
Na prevenção secundária, devemos estar atentos em diagnosticar e tratar precocemente, com o objetivo principal de controlar a Pressão arterial e evitar o aparecimento das complicações
Além disso, é preciso observar os fatores de risco associados a lesões de órgãos-alvo e de outras comorbidades.
Enquanto que a prevenção terciária, é fundamental reduzir as complicações e evitar a mortalidade precoce desses pacientes.
Outra questão importante na redução do risco cardiovascular é a promoção à saúde, com criação de ambientes favoráveis a escolhas mais saudáveis, ampliar acesso às informações, fortalecer a educação continuada em saúde e incentivar a vigilância em saúde.
Fatores de risco envolvidos na Hipertensão arterial
- Idade
- Gênero e etnia
- Excesso de peso e obesidade
- Ingestão de sal
- Ingestão de álcool
- Tabagismo
- Sedentarismo
- Fatores socioeconômicos
- Fatores genéticos
Medida da pressão arterial e diagnóstico
O diagnóstico da hipertensão arterial é baseado na medida da pressão arterial.
Essas medidas devem ser obtidas em ambos os braços e, se diferentes, deve ter como referência o maior valor.
É preconizado que em cada consulta seja feita pelo menos 3 medidas de pressão arterial, com um intervalo de 1 minuto entre elas. A partir disso, faz-se uma média das duas últimas medidas.
De acordo com a American Heart Association (AHA), a nova definição para HAS é a pressão arterial sistólica ≥ 130 mmHg e/ ou Pressão Arterial Diastólica ≥ 80 mmHg.
Exames complementares para acompanhamento
Para o acompanhamento dos pacientes hipertensos, deve-se estar atento às complicações relacionadas à HAS:
- Hemograma
- Glicose
- Creatinina e taxa de filtração glomerular estimada
- Sódio
- Potássio
- Cálcio
- TSH
- Perfil lipídico
- EAS
- Eletrocardiograma
Identificação de lesões (subclínicas) de órgãos-alvo (LOA):
- Eletrocardiograma: para identificar sobrecarga ventricular esquerda;
- Ecocardiograma: para identificar hipertrofia ventricular esquerda;
- Espessura médio-intimal da carótida > 0,9mm;
- Depuração de creatinina estimado < 60ml/min/1,72 m2;
- Microalbuminúria 30-300 mg em 24 horas.
A qualidade de vida é conquistada com medidas simples. Uma boa alimentação, abandono dos hábitos ruins à saúde como consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo, praticar atividades físicas, controle do estresse emocional são medidas importantes para exercer a arte de viver bem e com saúde!
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