Também conhecido como TOD, o transtorno opositivo desafiador envolve regiões e circuitos cerebrais do cérebro da criança e do adolescente que dificultam o gerenciamento das emoções, mudando a forma de processar os sentimentos. Crianças com TOD são mais agressivas, rebeldes, impulsivas e sentem uma raiva fora do normal.
É verdade que as birras, a rebeldia e a desobediência são características comuns a toda criança. Fazem parte do processo de desenvolvimento infantil.
No entanto, em alguns casos, esse tipo de comportamento, quando exagerado, intenso e frequente, pode indicar o transtorno opositivo desafiador.
Quer saber como identificar o transtorno, se existe tratamento, os impactos que ele pode trazer na vida da criança e como lidar com o TOD no dia a dia? Continue a leitura e descubra tudo sobre o transtorno opositor.
Sintomas do TOD
No desenvolvimento infantil, comportamentos como indisciplina e rebeldia são muito comuns.
Os pequenos ainda não sabem exatamente como agir em sociedade e quais das vontades deles podem ou não serem atendidas. Por isso, é natural ser um período de impulsividade, onde a criança aja apenas conforme o seu desejo e o seu prazer. Elas não conseguem ainda medir os impactos de suas ações.
Aqui, a função da família é impor limites. Tanto para a segurança da criança, quanto para uma boa convivência em sociedade do pequeno. Assim, os responsáveis agem como reguladores desses impulsos. Agem como figuras de autoridade, onde o “não” muitas vezes é necessário.

Como diferenciar o TOD de uma típica rebeldia?
Crianças sempre vão ter comportamentos impulsivos, às vezes agressivos, rebeldes e desobedientes. Isso porque, ainda não conhecem os limites necessários para viver em sociedade. É normal que, para os pequenos, apenas a vontade deles seja importante.
Responsável por alguma criança ou não, você com certeza já viu o filho de alguém fazendo birra no mercado.
Porém, no caso do TOD, esse comportamento não é a exceção. Ele é constante. Além disso, em casos típicos de birra, apenas com a conversa e orientação dos responsáveis, há uma mudança no comportamento com o decorrer do tempo. Há uma melhora.
Em crianças com TOD, porém, com o passar do tempo os sintomas se acentuam ainda mais.
Estes são alguns dos sintomas que podem se manifestar em crianças com Transtorno Opositivo Desafiador:
- Irritação constante
- Raiva fora do comum
- Agressividade
- Desafio às regras
- Oposição a discurso de figuras de autoridade
- Recusa constante a obedecer
Todos esses sintomas podem ser encontrados em crianças típicas. O que define, portanto, a ocorrência do transtorno opositivo desafiador é a intensidade e persistência desses comportamentos em qualquer ambiente.
Seja em casa, na escola, na rua… a criança com o transtorno opositor vai se comportar de forma raivosa e hostil.
Justamente por isso, o diagnóstico do TOD deve ser feito por um especialista. É muito fácil confundi-lo com comportamentos já esperados de uma criança.
A consulta online com um psiquiatra ou neurologista pediátrico permite iniciar a investigação para definir o diagnóstico.
Na Conexa Saúde, você agenda agendar uma consulta em poucos minutos e conversa com um especialista no conforto da sua casa.
Um dos benefícios da telemedicina nesse caso é que, por estar em um local familiar, a criança se sente mais à vontade na consulta. Geralmente, isso acarreta em uma melhor interação com o médico.
Com uma maior flexibilidade de horários, o acesso à informação médica domiciliar permite também que mais membros da família possam participar da consulta e contribuir para o diagnóstico.

Como o TOD afeta o desempenho escolar?
Crianças com TOD têm impactos do transtorno no desempenho escolar. Na verdade, os comportamentos afetam não só os pequenos, mas também a dinâmica da sala de aula como um todo.
Por isso, o tratamento é extremamente necessário não só para o bem-estar da criança, como também do convívio social.
Na aprendizagem, o transtorno opositivo desafiador pode gerar desafios, como:
Falta de concentração
Alunos com TOD podem apresentar dificuldade em focar nas atividades da sala de aula. Muitas vezes, preferem fazer outras coisas que não aquelas propostas pelo professor.
Dificuldade em seguir as regras
Como mencionado, uma criança com TOD tem dificuldade em se colocar como subserviente. Por isso, não obedece figuras de autoridade e não respeita os limites impostos pela escola.
Frequentes punições
Justamente pelas atitudes rebeldes, estudantes com o transtorno opositor podem sofrer punições com mais frequência na escola. Como chamadas de atenção, ou “castigos” que envolvam não participar de determinadas atividades ou ficar sem o recreio, por exemplo.
Conflitos na sala de aula
Pelo caráter agressivo, opositor e desafiador, as discussões e brigas com os colegas da turma são comuns em crianças com TOD.
Baixa interação com colegas
A agressividade característica do transtorno torna mais difícil as amizades em uma criança com transtorno opositivo desafiador. Os alunos atípicos, por isso, geralmente têm poucos amigos.
Desmotivação
Por todos esses motivos, é muito comum que o opositivo desafiador manifeste uma baixa vontade de ir à escola.
O que causa o TOD?
O TOD pode surgir por diferentes razões. Muitas vezes, difíceis de definir com exatidão.
As evidências científicas comprovam que o transtorno opositivo desafiador pode surgir por diferentes fatores. São eles, o fator genético, neurofisiológico e o ambiental.
Fatores genéticos
Crianças com familiares que possuem transtornos comportamentais podem apresentar maiores chances de desenvolver TOD. Isso porque, a herança genética tem grande influência no temperamento e na forma como o nosso cérebro reage a situações de estresse.
Fatores neurofisiológicos
Outra possível causa para o surgimento do transtorno são os fatores neurofisiológicos. Nesse caso, ocorre uma alteração no funcionamento de determinadas áreas do cérebro e em certos circuitos de neurotransmissores. O foco nestes casos são regiões associadas sâo controle das emoções.
Fatores ambientais
Além das causas relacionadas à biologia, o ambiente externo também influencia no aparecimento do tod nas crianças. A exposição a conflitos de forma frequente, falta de estrutura ou apoio emocional podem agravar os comportamentos desafiadores.
O TOD está relacionado a outros transtornos?
A semelhança e comorbidade entre o TOD e outros transtornos é outra razão do transtorno ter um diagnóstico complexo.
Além de os sintomas do transtorno opositor serem parecidos com o comportamento rebelde de uma típica criança, eles também se relacionam com outros transtornos como o TDAH, TEA e ansiedade, por exemplo.
Transtorno do espectro autista (TEA) | Relação com o Transtorno opositivo desafiador (TOD) |
Dificuldades de comunicação socialComportamentos repetitivosRigidez de pensamento | As características sociais do TEA podem ser confundidas com a resistência à autoridade do TOD. |
Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) | Relação com o Transtorno opositivo desafiador (TOD) |
DesatençãoHiperatividadeImpulsividade | O TDAH é um transtorno que frequentemente está relacionado com o TOD. A impulsividade do TDAH pode intensificar os comportamentos desafiadores do TOD. |
O processo de diferenciação de cada transtorno deve ser feito por um especialista. Isso porque, os sintomas podem se confundir e se correlacionar.
É importante deixar claro que não existe uma relação de codependência entre a manifestação desses transtornos. Ou seja, não é porque uma criança tem TDAH ou autismo que ela necessariamente tem TOD.

Como o TOD é diagnosticado?
O transtorno opositivo desafiador pode ser diagnosticado por psiquiatras infantis, psicólogos ou neuropediatras. Na consulta, o médico avalia o histórico clínico da criança e todos os sintomas relatados.
Para o diagnóstico, o profissional leva em consideração a manifestação de pelo menos 4 ou mais sintomas do transtorno nos últimos 6 meses.
Em caso positivo, o TOD é diagnosticado.
Nessa etapa, é observado o contexto como um todo. Por isso, é importante que a família esteja ciente de como a criança se comporta na escola e em outros ambientes além da casa.
Na Conexa Saúde, você agenda em poucos minutos uma consulta com algum dos profissionais aptos a realizar o diagnóstico do TOD.
Além dessas especialidades, a plataforma conta com +30 outras que podem ajudar no tratamento e acompanhamento médico de uma criança com TOD.

Quais são as opções de tratamento para o TOD?
Antes de tudo, é importante deixar claro que não existe culpa para o transtorno. Ou seja, a criança não tem culpa de manifestar os sintomas que apresenta e os responsáveis também não devem sentir vergonha ou culpa pela situação.
O essencial apenas é a procura por ajuda médica. Isso porque, o transtorno opositivo desafiador não é uma fase, não é birra e não é falta de educar.
O tratamento, portanto, é indispensável. Não só para o bem-estar da família, mas principalmente para a melhora na qualidade de vida da criança.
É desconfortável para o paciente experimentar sentimentos desproporcionais de raiva o tempo todo. Mesmo que manifestem esses sintomas excessivos, as crianças não gostam e muitas vezes não entendem o porquê de se sentirem assim.
O tratamento varia de caso para caso e é prescrito pelo médico. Mas, no geral, inclui:
Ajuda psicológica
O tratamento de TOD inclui o acompanhamento psicológico da criança. Com a terapia, ela consegue aprender habilidades para contornar a dificuldade de gerenciar as emoções e formas de modificar o seu comportamento desafiador, bem como aprende a reconhecê-lo. Atualmente, existem diferentes tipos de terapia que podem ser usados no tratamento do TOD. Tudo varia da escolha do paciente e do profissional.
Tratamento medicamentoso
Em alguns casos, o tratamento medicamentoso também é associado. Isso porque a medicação ajuda a melhorar a flexibilidade emocional da criança, ajuda no controle do impulso e da desregulação emocional. Assim, ela fica mais aberta às primeiras intervenções comportamentais.
Intervenções psicoeducativas
A participação da família no tratamento é de fundamental importância para o sucesso das intervenções.
Com isso em vista, medidas psicoeducativas são indispensáveis no tratamento. Elas ajudam a família e os cuidadores a lidar com o comportamento da criança e ensinam a estabelecer limites tendo em vista a melhor comunicação possível: aquela que gera efeito e resultado.
Dicas para lidar com o TOD no dia a dia
Lidar com o TOD no dia a dia não é uma tarefa fácil. Perder a paciência e se frustrar é um sentimento muito comum na hora de cuidar de uma criança opositora desafiadora.
No entanto, paciência e limites são duas palavras essenciais nesse caso. Aqui vão algumas dicas que vão ajudar a lidar com o TOD, na prática:
Crie uma rotina estruturada
Uma rotina ajuda a evitar imprevistos, o que ajuda a reduzir o comportamento desafiador. Com uma rotina estabelecida, fica mais fácil a criança seguir o planejamento, já que o faz recorrentemente.
Reforce comportamentos positivos
O reforço positivo é uma ótima técnica para ajudar a manter bons comportamentos. Elogie a criança quando ela seguir regras ou ofereça “”prêmios” quando ela tiver algum comportamento especial em alguma atividade.
Estabeleça limites e os respeite
Ao lidar com TOD, é preciso se manter em uma posição de autoridade. Não superior, mas sim de respeito. Por isso, quando impor regras e limites, é preciso mantê-los.
Prometer alguma consequência à criança se ela tiver algum comportamento rebelde e não aplicar a consequência, apenas reforça a ideia de que ela está no controle e, por isso, pode continuar com atitudes ruins.
Ofereça escolhas controladas
Como explicamos, é importante se manter como figura de autoridade, mas não superior à criança. Tendo em vista que uma das características do TOD é justamente querer estar no controle da situação, ofereça à criança alguma autonomia produtiva.
Dê opções de escolha dentro dos limites estabelecidos. Isso mantém você como figura de autoridade, mas também dá certa liberdade ao pequeno.
Busque acompanhamento profissional
Essa com certeza é a dica principal na hora de lidar com o TOD. Ter auxílio de um profissional permite uma maior especificidade de atitudes que devem ser encorajados ou desencorajados no dia a dia.
Com a ajuda de um médico, é possível criar uma intervenção adaptada para a criança. Isso porque, nem sempre o que funciona para uma, funciona para todas.
Como procurar ajuda profissional para o TOD?
Tratar o transtorno opositivo desafiador é essencial para o bem-estar da criança não só no presente, mas principalmente no futuro.
Crianças com TOD não tratado sentem dificuldade na fase adulta em terem relacionamentos saudáveis, seguir as leis e acatar regras de superiores. Todas essas, habilidades essenciais para o sucesso profissional e uma vida feliz.
Procurar ajuda para o TOD, portanto, é indispensável.
Uma consulta online com um especialista em comportamento infantil ajuda a encontrar formas eficazes de lidar com o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) e melhorar o bem-estar emocional da sua criança.
Na Conexa, você se conecta com psicólogos, psiquiatras e neurologistas pediátricos que oferecem todo o suporte necessário para entender e tratar o TOD, acompanhando de perto o desenvolvimento do seu filho.
Além dessas, a Conexa oferece acesso a mais de 30 especialidades médicas, tudo de forma 100% online e sem sair do conforto da sua casa.

Créditos da imagem: PeopleImages em iStock
Revisado por:
Thiago Lopes Genaro
CRM-SP 151800. RQE 110709. Formado em Direito pela USP; Medicina pela FAMERP; Psiquiatra pelo Instituto Bairral de Psiquiatria. Atual curador da especialidade de psiquiatria da Conexa Saúde.