Você já ouviu falar sobre transtorno de ansiedade generalizada? Talvez, mais do que ouvir dizer, você já tenha presenciado algum dos sinais e sintomas da condição…
Por exemplo, você já sentiu uma preocupação constante que parece nunca ir embora? Uma ansiedade que interfere na sua rotina, nas suas relações e até no seu sono?
Essas sensações podem ser mais do que apenas nervosismo ou ansiedade passageiras; podem ser sinais do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
Conheça mais sobre essa condição complexa e desafiadora que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo.
Neste artigo, vamos desvendar as causas, sintomas e os tratamentos mais eficazes para o TAG. Continue lendo e descubra como identificar e enfrentar essa ansiedade constante para ganhar controle e consciência no dia a dia.
O que é o transtorno de ansiedade generalizada?
O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é uma condição mental caracterizada por preocupações excessivas e persistentes sobre uma variedade de temas, como saúde, trabalho, finanças e relacionamentos.
Pessoas com TAG acham difícil controlar essas preocupações, desproporcionais em relação à realidade e persistem por pelo menos seis meses.
Esse transtorno pode afetar significativamente a qualidade de vida e o bem-estar da pessoa, resultando em uma constante sensação de apreensão.
Qual a diferença entre ansiedade e transtorno de ansiedade?
A ansiedade é uma reação normal ao estresse e pode ser benéfica em algumas situações, ajudando a pessoa a lidar com desafios ou preocupações importantes.
Assim, tal reação é um mecanismo natural do ser humano, utilizado, a princípio, como um mecanismo de sobrevivência, útil para evitar situações negativas ou prejudiciais e que podem causar algum mal. Por exemplo, a ansiedade por uma prova pode fazer a pessoa estudar mais para evitar uma nota ruim.
Enquanto a ansiedade ocasional é uma resposta temporária a eventos específicos, o TAG é uma condição crônica que persiste ao longo do tempo, causando um sofrimento significativo e que pode não ter uma causa lógica ou verdadeira, normalmente com os pensamentos aumentando o grau de preocupação frente a diversas situações.
Principais tipos de transtornos de ansiedade
Além do TAG, existem vários outros tipos de transtornos de ansiedade, cada um com suas próprias características e desafios:
- Transtorno de pânico (TP): caracterizado por ataques de pânico recorrentes e inesperados, acompanhados por medo intenso de futuras crises. Esses ataques podem incluir sintomas físicos intensos, como dor no peito, palpitações e falta de ar. Diferente do TAG, o TP suscita mais momentos nos quais se há somatização, isto é, manifestação física dos sintomas psíquicos;
- Fobia social: medo extremo de situações sociais onde a pessoa pode ser julgada ou avaliada negativamente. Isso pode levar a evitar interações sociais e eventos, afetando a vida pessoal e profissional. Na TAG, os sintomas ansiosos voltam-se a quaisquer situações diferentes, sejam elas sociais ou não;
- Fobias específicas: enquanto no TAG há uma ansiedade generalizada, as pessoas que sofrem de fobias específicas sofrem de um medo intenso e irracional de objetos ou situações pontuais, como altura, aranhas ou voar. Esses medos podem limitar as atividades diárias da pessoa;
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): caracterizado por pensamentos intrusivos (obsessões) e comportamentos repetitivos (compulsões). As pessoas com TOC realizam rituais para aliviar a ansiedade causada pelas obsessões.
Vale pontuar que, muitas vezes, ansiedade e depressão andam lado a lado. Por isso, há um transtorno denominado transtorno misto ansioso e depressivo para contemplar casos que não se enquadram melhor em outras condições.
Dessa forma, é crucial buscar uma avaliação médica para analisar os sintomas de forma personalizada, chegando-se ao diagnóstico mais preciso possível.
O que pode causar o transtorno de ansiedade generalizada?
As causas exatas do TAG não são completamente compreendidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, ambientais, psicológicos e neurológicos esteja envolvida:
- Genética: histórico familiar de transtornos de ansiedade pode aumentar o risco de desenvolver TAG. Estudos mostram que parentes de primeiro grau de pessoas com TAG têm maior probabilidade de desenvolver a condição;
- Química cerebral: desequilíbrios nos neurotransmissores do cérebro, como serotonina e noradrenalina, podem contribuir para a ansiedade. Esses desequilíbrios podem afetar a forma como o cérebro regula o humor e a resposta ao estresse;
- Fatores ambientais: estresse contínuo, traumas e experiências de vida adversas podem desencadear o TAG. eventos como abuso, perda de um ente querido ou grandes mudanças na vida podem precipitar os sintomas;
- Fatores psicológicos: traços de personalidade, como perfeccionismo e pessimismo, podem aumentar a vulnerabilidade ao TAG. Pessoas que têm uma visão negativa de si mesmas e do mundo estão em maior risco.
Existem fatores de risco para desenvolver o transtorno de ansiedade?
Sim, vários fatores podem aumentar o risco de desenvolver o TAG, incluindo:
- Histórico familiar: ter parentes próximos com transtornos de ansiedade. A genética desempenha um papel significativo no risco de desenvolver TAG;
- Eventos estressantes: experiências traumáticas ou estressantes, como abuso, perda de um ente querido ou grandes mudanças na vida. Esses eventos podem desencadear ou agravar a ansiedade;
- Personalidade: pessoas com traços de personalidade que incluem timidez, perfeccionismo e baixa autoestima. Esses traços podem aumentar a vulnerabilidade ao estresse e à ansiedade;
- Condições de saúde: algumas condições médicas, como doenças cardíacas, tireoide disfuncional e outros transtornos mentais. Essas condições podem contribuir para o desenvolvimento do TAG, uma vez que as demandas emocionais causadas por tais doenças são grandes, muitas vezes suscitando transtornos da mente.
Sinais do transtorno de ansiedade?
Identificar o TAG pode ser desafiador, pois os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e podem ser semelhantes aos de outras condições médicas ou psicológicas.
Principais sintomas físicos e psicológicos do TAG
Os sintomas do TAG podem incluir uma combinação de sinais e sintomas físicos e psicológicos:
- Sintomas físicos:
- Fadiga constante: exaustão mesmo após uma boa noite de sono;
- Tensão muscular: músculos frequentemente tensos ou doloridos;
- Dores de cabeça: cefaleias frequentes e persistentes;
- Problemas digestivos: sintomas como diarreia, náusea e síndrome do intestino irritável;
- Dificuldade para dormir (insônia): problemas para adormecer ou manter o sono;
- Suor excessivo: transpiração em excesso sem uma causa aparente;
- Palpitações: batimentos cardíacos rápidos ou irregulares.
- Sintomas psicológicos:
- Preocupações excessivas e incontroláveis: preocupações constantes e irracionais sobre diversos aspectos da vida;
- Irritabilidade: sentir-se facilmente irritado ou frustrado;
- Dificuldade de concentração: problemas para focar em tarefas diárias ou no trabalho;
- Sentimentos de pavor e apreensão: sensação constante de que algo ruim vai acontecer;
- Sensação de estar sempre "no limite": sentir-se nervoso ou tenso a maior parte do tempo.
Através da telemedicina e diagnóstico profissional, você pode verificar se os sintomas que você sinta são fruto de TAG ou de algum outro transtorno da mente.
Qual o impacto do transtorno de ansiedade em adultos e crianças?
O TAG pode ter impactos profundos tanto em adultos quanto em crianças:
- Adultos: influencia no desempenho no trabalho, nas relações pessoais e na capacidade de realizar atividades diárias. A ansiedade crônica pode levar à exaustão física e emocional, dificultando a manutenção de um estilo de vida saudável;
- Crianças: pode interferir no desempenho escolar, nas interações sociais e no desenvolvimento emocional. Crianças com TAG podem evitar atividades que antes apreciavam e podem ter dificuldade em fazer amigos. Elas podem também apresentar sintomas físicos como dores de cabeça e problemas estomacais.
Como funciona o diagnóstico do transtorno de ansiedade generalizada?
O diagnóstico do TAG é realizado por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra, utilizando critérios específicos do DSM-5-TR:
- Presença de ansiedade e preocupação excessivas: ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses. As preocupações são difíceis de controlar e desproporcionais à situação;
- Dificuldade em controlar a preocupação: a pessoa não consegue controlar suas preocupações, mesmo sabendo que elas são excessivas;
- Presença de três ou mais sintomas físicos e psicológicos: como fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração e distúrbios do sono. Esses sintomas causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento diário;
- Interferência significativa no funcionamento diário: a ansiedade deve causar sofrimento ou prejuízo significativo em áreas importantes da vida, como trabalho, escola ou relações sociais.
O autodiagnóstico deve ser evitado, buscando auxílio médico para avaliar os critérios.
O que esperar da consulta com o médico ou psicólogo?
Durante a consulta médica, o profissional de saúde:
- Realizará uma avaliação completa: pode ser feita via telemedicina. Assim, o profissional avalia o histórico médico, fará uma entrevista clínica e questionários de avaliação de ansiedade. O profissional pode usar ferramentas específicas para avaliar a gravidade da ansiedade;
- Descartará outras condições médicas: para garantir que os sintomas não sejam causados por outras condições de saúde. Isso pode incluir exames físicos e laboratoriais;
- Discutirá o plano de tratamento: que pode incluir terapia, medicação e estratégias de enfrentamento. O profissional trabalhará com o paciente para desenvolver um plano personalizado que atenda às suas necessidades específicas.
Descubra em detalhes quando procurar um psiquiatra.
Tratamento para o transtorno de ansiedade: como funciona?
O tratamento do TAG geralmente envolve uma combinação de terapias e, em alguns casos, medicação:
- Psicoterapia: ajuda a identificar e modificar padrões de pensamento negativos e comportamentos ansiosos;
- Medicação: fármacos podem ser prescritos para ajudar a controlar os sintomas de ansiedade. Um dos benefícios da telemedicina é a praticidade de encontrar um especialista para avaliar o caso e, se necessário, prescrever um fármaco;
- Terapias complementares: técnicas como mindfulness, meditação e yoga podem ajudar a reduzir os níveis de ansiedade. Essas práticas podem ser incorporadas à rotina diária para ajudar a gerenciar o estresse.
Dicas para lidar com a ansiedade no dia a dia
Além do tratamento formal, várias estratégias podem ajudar a gerenciar a forte ansiedade no dia a dia:
- Praticar exercícios físicos regularmente: atividade física libera endorfinas, que melhoram o humor e reduzem o estresse. Exercícios como caminhada, corrida e natação podem ser especialmente úteis;
- Manter uma dieta equilibrada: evitar cafeína e açúcar em excesso, que podem agravar a ansiedade. Inclua alimentos ricos em nutrientes, como frutas, vegetais e grãos integrais;
- Estabelecer uma rotina de sono regular: garantir que você durma o suficiente para ajudar a regular o humor e a energia. Evite o uso de eletrônicos antes de dormir e crie um ambiente de sono relaxante;
- Utilizar técnicas de relaxamento: respiração profunda, meditação e yoga. Essas práticas podem ajudar a acalmar a mente e reduzir a tensão física;
- Buscar apoio social: conversar com amigos e familiares pode fornecer suporte emocional e ajudar a reduzir a sensação de isolamento. Participar de grupos de apoio também pode ser benéfico;
- Contar com atendimento especializado: a automedicação é uma prática arriscada e pouco eficaz. Procure especialistas para receber a melhor orientação.
Por fim, o transtorno de ansiedade generalizada é uma condição comum que leva à queda na qualidade de vida.
No entanto, com o tratamento adequado, é possível gerenciar os sintomas e melhorar o bem-estar. Se você ou alguém que você conhece está com ansiedade, é importante buscar ajuda profissional.
Para saber mais sobre como a telemedicina pode ajudar, visite a nossa página de consultas online.
Créditos da imagem: PeopleImages em iStock
Revisado por:
Amanda Ferreira Maximiano
Psicóloga graduada pela UNESP, especialista em psicologia hospitalar pelo HCFMUSP e especialista em atenção básica e saúde da família pela UNINOVE. Atua como Psicóloga Supervisora no time de Gestão em Saúde Mental na Conexa. CRP 06/148389.