O que é transtorno bipolar e quais são os principais sintomas?

imagem de dois rostos, um verde sorrindo e um vermelho triste, indicando as flutuações da bipolaridade

O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental caracterizada por flutuações extremas de humor, energia e níveis de atividade. 

Essas mudanças podem variar de períodos de intensa euforia e agitação (mania) a períodos de profunda tristeza e desânimo (depressão). Em alguns casos, os indivíduos com transtorno bipolar podem experimentar uma mistura de sintomas maníacos e depressivos simultaneamente (episódio misto).

Um episódio depressivo é marcado por sentimentos persistentes de tristeza, desesperança e desinteresse nas atividades que antes eram prazerosas. As pessoas podem experimentar baixa energia, dificuldade de concentração, alterações no sono e apetite, e até pensamentos suicidas.

Um episódio maníaco, por outro lado, é caracterizado por um humor anormalmente elevado ou irritável, alta energia, redução da necessidade de sono, pensamentos acelerados e comportamento impulsivo ou arriscado.

Um episódio misto combina elementos de ambos os estados. Isso significa que a pessoa pode experimentar sintomas de mania e depressão ao mesmo tempo, como sentir-se extremamente agitada e, ao mesmo tempo, profundamente triste ou desesperada. 

Tipos de transtorno bipolar

O transtorno bipolar se manifesta de diferentes formas, e a classificação em tipos ajuda os profissionais de saúde a entender melhor a condição de cada indivíduo e a oferecer o tratamento mais adequado. Os principais tipos de transtorno bipolar são:

  • Transtorno Bipolar tipo I: este tipo é caracterizado por episódios maníacos intensos que duram pelo menos sete dias ou são tão severos que necessitam de hospitalização imediata. Os episódios maníacos são frequentemente seguidos ou precedidos por episódios depressivos que duram pelo menos duas semanas. Em alguns casos, a pessoa pode apresentar episódios mistos;
  • Transtorno Bipolar tipo II: o transtorno bipolar tipo II é definido por um padrão de episódios depressivos e episódios hipomaníacos, que são menos severos do que os episódios maníacos do tipo I. A hipomania envolve sintomas de mania mais leves que não causam disfunção social ou necessidade de hospitalização, mas ainda assim representam uma mudança notável no comportamento da pessoa. Os episódios depressivos no tipo II são frequentemente mais prolongados e debilitantes do que os episódios hipomaníacos;
  • Ciclotimia: a ciclotimia, ou transtorno ciclotímico, é uma forma mais leve de transtorno bipolar. As pessoas com ciclotimia experimentam períodos de sintomas hipomaníacos e depressivos que são menos intensos e menos duradouros do que os que ocorrem nos tipos I e II. Para ser diagnosticada com ciclotimia, a pessoa deve ter experimentado esses sintomas por pelo menos dois anos (um ano para crianças e adolescentes) sem períodos livres de sintomas que durem mais de dois meses.

O diagnóstico do transtorno bipolar deve ser feito por um profissional de saúde mental, com base em uma avaliação completa dos sintomas e da história clínica do paciente.

Quais são as causas do transtorno bipolar?

As causas exatas do transtorno bipolar ainda não são completamente compreendidas, mas pesquisas sugerem que uma combinação de fatores genéticos e ambientais contribui para o desenvolvimento da condição. Aqui estão alguns dos principais fatores identificados:

  • Genética: estudos mostram que o transtorno bipolar tende a ocorrer em famílias, indicando um componente genético significativo. Se um parente de primeiro grau, como um pai ou irmão, tem transtorno bipolar, o risco de desenvolver a condição é maior. Pesquisas com gêmeos também apoiam essa ideia, mostrando uma alta taxa de concordância para o transtorno bipolar entre gêmeos idênticos;
  • Fatores ambientais e estressores: eventos estressantes ou traumáticos podem desencadear, ou agravar os sintomas do transtorno bipolar. Períodos de estresse intenso, abuso de substâncias, problemas de relacionamento e grandes mudanças na vida, como a perda de um ente querido ou mudanças significativas no trabalho, podem contribuir para o aparecimento ou recorrência dos episódios maníacos ou depressivos.

Embora esses fatores forneçam uma visão sobre as possíveis causas do transtorno bipolar, a condição é complexa e multifatorial. A interação entre genética, biologia e ambiente continua sendo investigada, e é importante reconhecer que cada indivíduo pode ter uma combinação única de fatores que contribuem para o desenvolvimento do transtorno.

Quais são os principais sintomas de transtorno bipolar?

O transtorno bipolar se caracteriza por flutuações extremas de humor, energia e níveis de atividade. Essas oscilações podem ser tão intensas que impactam significativamente a vida da pessoa, tanto na esfera pessoal quanto profissional. 

Durante um episódio maníaco, a pessoa pode apresentar:

  • Euforia excessiva: sentimentos intensos de alegria, entusiasmo e otimismo exagerado;
  • Irritabilidade: reações explosivas e irritabilidade, mesmo para estímulos pequenos;
  • Aumento da energia: sensação de ter energia infinita, com pouca necessidade de dormir;
  • Aceleração do pensamento: ideias que se sucedem rapidamente, dificuldade em concentrar-se e distração fácil;
  • Fala rápida: tendência a falar muito rápido, com ideias que se atropelam;
  • Grandiosidade: sentimento de ser mais poderoso, inteligente ou capaz do que realmente é;
  • Impulsividade: tomada de decisões precipitadas e comportamentos arriscados, como gastar muito dinheiro, ter relações sexuais com várias pessoas ou usar drogas;
  • Diminuição da necessidade de sono: pode passar noites sem dormir e ainda se sentir descansado.

Já nos episódios depressivos, os sintomas podem incluir:

  • Tristeza profunda e persistente: sensação de vazio, desesperança e desânimo;
  • Perda de interesse em atividades antes prazerosas: dificuldade em encontrar prazer em atividades que antes eram agradáveis;
  • Alterações no apetite e no peso: perda ou ganho significativo de peso;
  • Insônia ou hipersonia: dificuldade para dormir ou dormir em excesso;
  • Fadiga e falta de energia: sensação constante de cansaço e exaustão;
  • Dificuldade em se concentrar e tomar decisões: problemas para realizar tarefas simples e para tomar decisões;
  • Sentimentos de inutilidade e culpa: crença de ser um fracasso e de ter decepcionado as pessoas ao seu redor;
  • Pensamentos suicidas: pensamentos recorrentes sobre morte e suicídio.

Se você ou alguém que você conhece está apresentando sintomas de transtorno bipolar, é fundamental buscar ajuda de um psiquiatra ou psicólogo.

Como diferenciar o transtorno bipolar de outros transtornos?

O transtorno bipolar, com suas oscilações extremas de humor, pode se manifestar de maneiras que se assemelham a outros transtornos mentais. Essa semelhança inicial pode dificultar o diagnóstico e levar a confusões. 

Por isso, é fundamental que um profissional de saúde mental realize uma avaliação completa para chegar a um diagnóstico preciso.

Outros transtornos que podem ser confundidos com o transtorno bipolar:

  • Transtorno depressivo maior: ambos os transtornos apresentam episódios de depressão, com sintomas como tristeza profunda, perda de interesse e alterações no sono e apetite. No entanto, o transtorno bipolar se diferencia pela presença de episódios maníacos ou hipomaníacos;
  • Transtorno de ansiedade: a ansiedade e a irritabilidade podem ser sintomas tanto do transtorno bipolar (especialmente durante os episódios maníacos) quanto de transtornos de ansiedade. No entanto, a ansiedade generalizada, por exemplo, não apresenta as mesmas flutuações extremas de humor características do transtorno bipolar;
  • Transtorno borderline de personalidade: pessoas com transtorno borderline de personalidade também podem experimentar instabilidade emocional, mas as oscilações de humor são mais rápidas e menos previsíveis do que no transtorno bipolar;
  • Esquizofrenia: em alguns casos, os sintomas psicóticos da esquizofrenia podem se sobrepor aos sintomas maníacos do transtorno bipolar. No entanto, a esquizofrenia é caracterizada por alucinações, delírios e desorganização do pensamento, que são menos comuns no transtorno bipolar.

Um diagnóstico preciso é fundamental para que o tratamento seja adequado. Cada transtorno mental possui características específicas e requer abordagens terapêuticas distintas. Um tratamento inadequado pode agravar os sintomas e prejudicar a qualidade de vida do paciente.

Como é feito o diagnóstico de transtorno bipolar?

O diagnóstico do transtorno bipolar envolve um processo cuidadoso que inclui a avaliação dos sintomas e do histórico clínico do paciente. O profissional de saúde mental começa geralmente com uma entrevista clínica detalhada, onde coleta informações sobre a saúde física e mental, além do histórico familiar de transtornos. 

É fundamental entender a duração, a frequência e a intensidade dos episódios de humor, como maníacos, hipomaníacos e depressivos.

Os critérios diagnósticos utilizados são baseados no DSM-5, que exige, por exemplo, que o paciente tenha apresentado pelo menos um episódio maníaco para o diagnóstico de transtorno bipolar tipo I. 

Este episódio deve durar pelo menos uma semana, a menos que a hospitalização seja necessária. Os sintomas incluem humor elevado ou irritável, aumento de energia, grandiosidade e comportamento impulsivo. 

Já para o transtorno bipolar tipo II, é necessário ter pelo menos um episódio hipomaníaco e um episódio depressivo maior. Os episódios hipomaníacos são menos severos do que os maníacos e não causam disfunção significativa.

A telemedicina tem se mostrado uma alternativa eficaz para consultas relacionadas ao diagnóstico e tratamento do transtorno bipolar. Com a possibilidade de realizar consultas virtuais, os pacientes podem ter acesso a profissionais de saúde mental qualificados sem a necessidade de deslocamento, o que é especialmente benéfico para aqueles que vivem em áreas remotas ou têm dificuldade de mobilidade.

Caso seja necessário, o profissional da saúde que atende por plataformas de telemedicina, com a Conexa Saúde, pode solicitar exames físicos e laboratoriais para descartar outras condições que apresentem sintomas semelhantes, como problemas de tireoide ou abuso de substâncias. Os resultados podem ser avaliados pelo médico nos retornos e continuação do acompanhamento.

Quais são os tratamentos disponíveis para transtorno bipolar?

O tratamento para o transtorno bipolar visa estabilizar o humor, prevenir novos episódios e melhorar a qualidade de vida do paciente. Geralmente, a abordagem é multidisciplinar e combina diferentes tipos de tratamento.

A medicação é uma parte fundamental do tratamento e pode incluir estabilizadores de humor, que ajudam a controlar os altos e baixos do humor e prevenir episódios maníacos e depressivos. 

Os antipsicóticos são utilizados para controlar os sintomas que podem ocorrer durante os episódios maníacos, como delírios e alucinações. Também podem ser eficazes no tratamento da mania e da depressão.

Os antidepressivos devem ser utilizados com cautela, pois em algumas pessoas podem desencadear um episódio maníaco. Geralmente, são combinados com estabilizadores de humor para tratar os episódios depressivos.

É importante ressaltar que a automedicação não é recomendada. O uso de medicamentos para o tratamento do transtorno bipolar deve ser feito somente com a indicação e o acompanhamento de um médico qualificado. 

A psicoterapia também é fundamental para ajudar o paciente a lidar com os sintomas do transtorno bipolar, desenvolver estratégias para lidar com o estresse e melhorar suas relações interpessoais. 

Como evitar crises bipolares?

Evitar completamente as crises bipolares pode não ser possível, mas é possível adotar estratégias que ajudem a gerenciar o transtorno e reduzir a frequência e a intensidade dos episódios. É fundamental lembrar que essas estratégias devem ser combinadas com o tratamento médico indicado pelo profissional de saúde.

Algumas estratégias de autocuidado são:

  • Adesão ao tratamento: seguir rigorosamente o tratamento prescrito pelo médico, incluindo o uso regular de medicamentos e a participação em terapias;
  • Monitoramento dos sintomas: manter um diário para registrar os sintomas, humor, gatilhos e respostas ao tratamento pode ajudar a identificar padrões e antecipar possíveis crises;
  • Rotina regular: manter uma rotina regular de sono, alimentação e atividades físicas pode ajudar a estabilizar o humor e os níveis de energia;
  • Gerenciamento do estresse: praticar técnicas de relaxamento, como meditação, yoga ou respiração profunda, pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade;
  • Evitar substâncias: o uso de álcool e drogas pode piorar os sintomas do transtorno bipolar;
  • Alimentação saudável: uma dieta equilibrada e nutritiva pode contribuir para a estabilidade do humor;
  • Sono adequado: priorizar o sono e criar um ambiente propício para descansar são essenciais;
  • Atividades prazerosas: dedique tempo para atividades que você gosta e que proporcionam prazer;
  • Apoio social: manter contato com amigos e familiares e participar de grupos de apoio pode ser muito benéfico;
  • Evitar situações estressantes: dentro do possível, evite situações que possam desencadear crises.

É importante encontrar estratégias que funcionem para você e que te ajudem a ter uma vida mais equilibrada. Se você está passando por dificuldades, procure um profissional de saúde mental para obter orientação e apoio.

Qual médico procurar em suspeita de transtorno bipolar?

Se você suspeita que pode estar sofrendo de transtorno bipolar, é fundamental procurar ajuda profissional para um diagnóstico e tratamento adequados. 

Um psiquiatra é o médico especializado em saúde mental mais indicado para diagnosticar e tratar o transtorno bipolar. Ele pode prescrever medicamentos como estabilizadores de humor, antidepressivos e antipsicóticos, além de monitorar seus efeitos. 

Psicólogos e terapeutas especializados também são importantes, pois a psicoterapia é uma parte essencial do tratamento do transtorno bipolar. Eles ajudam no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento, identificação de gatilhos e manejo de sintomas.

Você deve considerar procurar um psiquiatra se estiver experienciando sintomas como os descritos aqui e mudanças frequentes no humor que afetam sua capacidade de funcionar no dia a dia.

Os benefícios da telemedicina são numerosos, especialmente para facilitar e agilizar o tratamento de transtornos que afetam sua qualidade de vida. Consultas online permitem que você converse com psiquiatras e psicólogos no conforto de sua casa, garantindo continuidade no acompanhamento e tratamento.

A Conexa Saúde oferece serviços de telemedicina que conectam você a profissionais de saúde mental qualificados, incluindo psiquiatras e psicólogos, além de mais de 30 outras especialidades. A plataforma facilita o agendamento de consultas, proporcionando acesso rápido e conveniente ao atendimento necessário.

Para marcar uma consulta, acesse o site ou baixe o aplicativo da Conexa Saúde. Crie uma conta ou faça login se já tiver uma. Use a plataforma para encontrar psiquiatras e psicólogos especializados em transtorno bipolar e escolha um horário que seja conveniente para você. Antes da consulta, anote seus sintomas, dúvidas e qualquer histórico médico relevante para discutir com o profissional.

Procurar ajuda profissional é um passo vital para gerenciar o transtorno bipolar e melhorar sua qualidade de vida. 

Créditos da imagem: ThitareeSarmkasat em iStock


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