Você já pensou em começar a fazer terapia? Provavelmente sim, já que o Brasil é o país deprimido da América Latina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, quase 12 milhões de pessoas sofrem com problemas de saúde mental.
Mas quando o assunto é o processo terapêutico, há muitas dúvidas e preconceitos em torno do assunto. Quando começar e como dar o primeiro passo são algumas delas.
“Minha dica para o primeiro passo é não ter medo do desconforto”, indica Marina Benez, psicóloga da Psicologia Viva.
Veja mais dicas sobre o assunto!
A terapia é para todo mundo?
“Acredito que sim, que a terapia seja para todos, independentemente do momento em que estão vivendo. Muitas vezes temos a visão de que temos que fazer terapia apenas em momentos difíceis das nossas vidas, mas esse processo não se limita apenas a isso”, afirma a profissional.
Ela esclarece que a terapia é um lugar onde você pode expressar seus sentimentos, planos, desejos e ser ouvido e validado. Da mesma forma que é um espaço para reflexão e mergulhar dentro de si.
Mas atenção: é vale salientar que existem vários tipos de abordagem e profissionais, sendo importante escolher aquelas que fazem mais sentido para cada um e um profissional com o qual se sinta confortável.
Quando começar?
Existem muitos fatores que podem ser considerados como sinais, mas você pode prestar atenção quando uma situação ou uma emoção começam a causar sofrimento. Talvez seja um momento importante para buscar auxílio profissional.
Aquilo que restringe nossas possibilidades de escolha e de vivenciar o que queremos, tais como medo, ansiedade, insegurança, podem ser trabalhados em terapia para que se possa buscar caminhos que façam sentido e promovam uma maior liberdade.
Já a resposta sobre quando começar, isso vai variar de pessoa para pessoa. “O começo pode ser um momento em que nos deparamos com bastante resistência e até mesmo medos”, afirma Marina.
“Sobre o que vou falar? Como vou compartilhar minhas vulnerabilidades com uma pessoa que eu não conheço? E se eu não gostar?”
Essas são dúvidas que podem passar pela nossa cabeça e dificultar bastante o início do processo.
“Acredito que o momento ideal para começar é quando estamos dispostos a arcar com os desconfortos iniciais e quando esse encontro fizer sentido para aquele que está procurando”.
Tipos de terapia
Na psicologia, existem inúmeras abordagens e formas de realizar psicoterapia. Referente às abordagens, temos:
- a Psicanálise (que é bem conhecida),
- a Comportamental,
- Fenomenológica-existencial e por aí vai.
Cada uma vai ter sua forma de trabalhar a queixa trazida, assim como um olhar diferenciado para elas.
Já com relação às terapias em si, temos:
- A psicoterapia individual, que é o modelo mais conhecido, onde o psicólogo trabalha diretamente com o cliente.
- Existe terapia de casal, quando há um desejo de trabalhar as queixas na relação.
- Psicoterapia infantil, para crianças e até mesmo terapia em grupo, onde há uma reunião de um grupo com uma queixa similar e as questões são trabalhadas conjuntamente.
Como saber qual a melhor para o paciente?
Tudo vai depender da ou das sessões iniciais onde o paciente vai trazendo suas queixas e demandas. Depois, o psicólogo vai sentindo se elas são coerentes ali ou se seriam melhor trabalhadas em outra abordagem ou modalidade psicoterapêutica.
Por isso, cabe ao profissional identificar se há necessidade de encaminhamento ou não pela forma como o paciente expressa. Há o encaminhamento quando houver necessidade.
E aqui vai uma dica para o paciente: também é válido pesquisar um pouco sobre o que se procura num processo psicoterapêutico, antes de procurar um profissional e ver o que melhor se encaixa com seus desejos.
Quando procurar um terapeuta e quando procurar um psiquiatra?
Psiquiatra
No caso de um psiquiatra, a procura pode ocorrer caso queira um diagnóstico, um atestado ou a necessidade de medicação para aliviar sintomas e auxiliar no tratamento.
Terapeuta
Já o terapeuta é procurado para o processo de psicoterapia em si, que é caracterizado pelas sessões semanais e voltado para as questões psicológicas. Elas são trazidas pela pessoa que está procurando o tratamento.
Assim, é interessante ter o trabalho conjunto de ambos os profissionais quando as questões são referentes a sofrimentos psicológicos. Isso porque são trabalhos que se complementam. Isso ocorre quando há a necessidade do uso de algum medicamento.
“Cada um tem sua função e sua formação, por isso, um profissional não pode substituir o outro, mas podem complementar a atuação do outro profissional para a qualidade de vida do cliente”, esclarece.
O que o paciente pode esperar de um processo terapêutico?
A terapia é um espaço de escuta para suas angústias, planos, projetos de vida, sonhos e medos.
Um lugar onde pode compartilhar coisas que às vezes não se sente à vontade de compartilhar fora dali.
Dessa forma, o acolhimento dos sofrimentos também é algo que se encontra no processo terapêutico e suporte para lidarmos com o que quer que estejamos passando no momento.
O primeiro passo para a terapia
O ideal é procurar um profissional com o qual você se identifique e sinta-se confortável.
Não aconteceu com o primeiro que escolheu? Tente outro!
Vale a pena procurar alguém com quem você realmente se sinta bem para seguir com você nesse processo.
“A primeira sessão pode nos deixar um pouco nervosos, desconfortáveis, mas isso vai passando com o tempo e logo essa sensação vai dando espaço para uma espera agradável”.
Conte com a Psicologia Viva nesse processo!
Fonte: Marina Benez, psicóloga da Psicologia Viva. A profissional é formada em psicologia e possui pós-graduação em Psicologia Existencial Humanista Fenomenológica.
Marina é especialista em temas como relacionamentos, sexualidade, conflitos familiares e depressão, entre outros.
Para marcar uma consulta, acesse: https://perfil.psicologiaviva.com.br/marinabenez