O surgimento da pandemia do novo coronavírus lançou olhares a todos os níveis de ações de saúde. Autoridades sanitárias começaram uma corrida por soluções, não só para erradicar o vírus, mas equalizar a sobrecarga do sistema e ampliar o acesso à população.
Com a demanda crescente aos hospitais e procura indiscriminada de pacientes, em todos os graus da doença, a Atenção Primária de Saúde se apresenta como mais uma alternativa para evitar idas desnecessárias às unidades de saúde.
Isso porque, como porta de entrada do Sistema Único de Saúde, fornece todo o aparato necessário para que o paciente tenha um atendimento integrado com avaliação, tratamento e acompanhamento.
E a realização da APS através de teleconsulta é mais uma segurança tanto para pacientes como para os profissionais.
Quer saber quais os benefícios da teleconsulta na Atenção Primária de Saúde? Continue lendo.
APS
Na definição do Ministério da Saúde, a APS é a porta de entrada do SUS e do centro de comunicação com toda a Rede de Atenção do SUS.
Isso quer dizer que ela funciona como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos.
O seu funcionamento segue os princípios da universalidade, da acessibilidade, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização e da equidade.
Funcionamento
Seu desenvolvimento objetiva o maior grau de descentralização e capilaridade, para que ocorra no local mais próximo da vida das pessoas, sendo formada por várias estratégias governamentais relacionadas.
Uma delas é a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que leva serviços multidisciplinares às comunidades através das Unidades de Saúde da Família (USF), tais como consultas, exames, vacinas, radiografias e outros procedimentos.
Teleconsultas
A teleconsulta na APS é feita entre o médico da família e o paciente, através de aplicativos específicos, com uma rede de dados segura, na qual o profissional recebe avalia as queixas do paciente.
Ela permite que o paciente seja avaliado de forma integral, antes de ser encaminhado a um especialista, da mesma forma como aconteceria se o atendimento fosse presencial.
Em caso de necessidade de encaminhamento a algum especialista ou realização de exames específicos, ele é direcionado, sem passar pela emergência, local de grande aglomeração e risco de contaminação.
Vantagens na APS
Assim como em qualquer atendimento remoto, também a APS de beneficia com teleconsulta, vencendo distâncias e reduzindo gastos com encaminhamentos para outros níveis de atenção e exames desnecessários.
Para os pacientes evita o risco de exposição a vírus, não só no caso da pandemia. E também possibilita o encaminhamento da melhor conduta, inclusive com acompanhamento durante todo o tratamento.
As orientações fornecidas pelos teleconsultores são baseadas na melhor evidência possível e a escolha do especialista é de acordo com a telerregulação.
Redução de encaminhamentos
Outra vantagem da utilização da consulta online na APS é também a possibilidade de descartar algumas patologias, cujas suspeitas poderiam levar pacientes a consultas com especialistas.
O artigo “Teleconsultoria na atenção primária no norte de Minas Gerais: cenário e fatores associados à sua não utilização por médicos”, mostra exemplo de alta no direcionamento de pacientes da APS para especialistas, com 83,7%.
Com os encaminhamentos em massa, o tempo de espera para o acesso variou de 1 a 3 meses para pelo menos 41% dos pacientes encaminhados. Enquanto 40,7% esperou de quatro meses até um ano para a consulta com especialista.
A orientação à distância, pode ser dispensar o encaminhamento a um segundo médico e garante uma conduta adequada e precoce.
Redução de internação x custos
A teleconsultoria e telediagnóstico têm contribuído para o sistema de saúde com regulação importante, reduzindo as listas de espera e o absenteísmo das vagas ofertadas.
Essa modalidade possui custo baixo e necessita de menos infraestrutura de comunicação, pois há a possibilidade de consultar de modo off-line e utilização de sistemas simples sem necessidade de alta velocidade da internet.
Dessa forma, ajuda a reduzir as barreiras geográficas garantindo melhor assistência à saúde, qualificação dos encaminhamentos, melhor qualidade do atendimento e fornece troca de informações e conhecimentos entre médicos, permitindo educação continuada em saúde.
No entanto, é preciso ter maior aceitação clínica para introduzir essa inovação no cotidiano da prática médica e capacitar os profissionais para sua utilização.
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