Sono Excessivo: por que sinto tanta sonolência diurna?

foto de um menino dormindo em sua cama com um relógio vermelho ao seu lado, indicando o horário das 9:15, aproximadamente, sugeerindo sono diurno excessivo

O sono excessivo durante o dia, ou sonolência diurna, é uma condição comum, mas que pode afetar significativamente sua qualidade de vida. Se você se sente constantemente exausto, mesmo após uma boa noite de sono, não está sozinho. 

Neste artigo, vamos explorar as principais causas do sono excessivo e oferecer dicas práticas para lidar com esse problema.

É importante lembrar que este artigo tem caráter informativo e não substitui a consulta médica. Se você estiver preocupado com sua saúde, procure um médico para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.

O que é considerado um sono excessivo?

Sentir-se cansado durante o dia é uma experiência comum. No entanto, quando esse cansaço é excessivo e interfere nas suas atividades diárias, pode ser um sinal de sono excessivo, também conhecido como hipersonia.

Sono excessivo refere-se à condição em que indivíduos experimentam uma sensação persistente de sonolência diurna, conhecida como hipersonia. 

Isso pode resultar em dificuldade de permanecer acordado durante o dia, mesmo após uma noite adequada de sono. Esse estado interfere no ciclo circadiano natural do corpo, afetando negativamente a capacidade de concentração e desempenho nas atividades diárias.

Níveis de sono excessivo

O sono excessivo pode manifestar-se em diferentes níveis de gravidade, cada um com suas próprias consequências. Nos casos leves, caracteriza-se por uma sonolência diurna persistente e dificuldade em manter o foco, o que pode resultar em menor produtividade nas atividades cotidianas. 

À medida que o sono excessivo se intensifica para um estágio moderado, os sintomas se agravam, incluindo lapsos de memória e dificuldade crescente de concentração. Em estágios mais graves, a amnésia pode se tornar um problema significativo, juntamente com uma extrema dificuldade em acordar pela manhã e manter um estado alerta durante o dia. 

Reconhecer esses diferentes níveis é importante para identificar precocemente problemas de sono e buscar tratamento médico adequado para melhorar a qualidade de vida.

Quais são as causas do sono excessivo?

O sono excessivo é um problema que vai além da simples falta de sono. Ele pode ser causado por diversos fatores, como distúrbios do sono, doenças clínicas e psiquiátricas, e até mesmo hábitos de vida. As principais causas incluem:

1. Distúrbios do Sono

Os distúrbios do sono são um grupo de condições que afetam a qualidade, a quantidade ou o padrão do sono. Diversos distúrbios do sono podem levar ao sono excessivo, como:

  • Síndrome das pernas inquietas: a síndrome das pernas inquietas provoca sensações desconfortáveis nas pernas durante o repouso, muitas vezes levando a movimentos repetitivos das pernas para aliviar essas sensações. Isso pode resultar em dificuldade para adormecer e sono fragmentado, contribuindo para a sonolência diurna;
  • Terror noturno: o terror noturno é um distúrbio do sono caracterizado por despertares abruptos durante o sono profundo, frequentemente acompanhados por gritos, agitação e um estado de confusão. Esses episódios podem interromper o ciclo normal de sono, causando sonolência excessiva no dia seguinte;
  • Sonambulismo: o sonambulismo envolve a realização de atividades motoras complexas durante o sono profundo, como caminhar ou conversar, sem consciência total;
  • Apneia do sono: é caracterizada por episódios repetidos de obstrução das vias respiratórias durante o sono, levando a despertares frequentes para restaurar a respiração. Esse distúrbio não só interfere no sono reparador, mas também pode causar sonolência excessiva e fadiga durante o dia;
  • Narcolepsia: é um distúrbio do sono crônico caracterizado por sonolência excessiva durante o dia e episódios súbitos de sono REM, que podem ocorrer em qualquer momento, independentemente do horário ou atividade;

É essencial diagnosticar corretamente o distúrbio do sono específico para um manejo adequado e melhorar a qualidade de vida.

2. Anemia

A anemia é uma condição em que há uma quantidade insuficiente de glóbulos vermelhos saudáveis para transportar oxigênio suficiente para os tecidos do corpo. Isso pode ocorrer devido à deficiência de ferro, vitamina B12, ácido fólico ou outros nutrientes essenciais para a produção de glóbulos vermelhos. 

A falta de oxigenação adequada nos tecidos pode levar à fadiga e cansaço constantes, sintomas comuns em pessoas com anemia. Como resultado, aqueles que sofrem dessa condição podem experimentar uma sensação persistente de cansaço e sonolência diurna, mesmo após períodos de descanso adequado.

3. Diabetes

Em pessoas com diabetes, os níveis de glicose no sangue podem oscilar significativamente, especialmente se não forem controlados adequadamente. Hiperglicemia (níveis elevados de açúcar no sangue) pode resultar em uma sensação de cansaço constante, enquanto hipoglicemia (níveis baixos de açúcar no sangue) pode levar a episódios de fraqueza e fadiga.

A diabetes pode levar a uma série de complicações a longo prazo, como neuropatia (dano aos nervos), problemas de circulação sanguínea e doenças cardíacas. Estas complicações podem aumentar a fadiga e o cansaço devido ao impacto negativo no funcionamento adequado dos sistemas nervoso e cardiovascular.

4. Alterações na tireoide

Alterações na tireoide, como hipotireoidismo e hipertireoidismo, afetam os níveis de hormônios tireoidianos que regulam o metabolismo do corpo. No hipotireoidismo, a produção insuficiente de hormônios leva a um metabolismo mais lento, resultando em cansaço, fraqueza muscular e sonolência diurna. 

Por outro lado, no hipertireoidismo, o excesso de hormônios acelera o metabolismo, causando nervosismo, insônia e também cansaço devido à alta demanda de energia. Essas condições podem impactar o sistema nervoso, interferindo na regulação do sono e contribuindo para distúrbios como insônia ou sonolência excessiva. 

5. Depressão

A depressão está frequentemente associada a distúrbios do sono como insônia ou sono fragmentado, levando a um descanso inadequado e, consequentemente, à sonolência diurna. 

Além disso, o estresse emocional persistente associado à depressão pode levar à exaustão física e mental, contribuindo para uma sensação constante de cansaço. A desregulação dos neurotransmissores, como serotonina e noradrenalina, também pode interferir no ciclo sono-vigília, resultando em dificuldades adicionais para dormir e sonolência durante o dia. 

6. Ansiedade

A ansiedade também desempenha um papel significativo no cansaço e sono excessivo. Distúrbios do sono, como dificuldades para adormecer, manter o sono ou despertares precoces, são comuns em indivíduos ansiosos, contribuindo para uma sensação persistente de cansaço durante o dia. 

A tensão emocional e as preocupações constantes relacionadas à ansiedade podem levar à fadiga física e mental, tornando difícil para a pessoa sentir-se revigorada mesmo após períodos de descanso. A hipervigilância, estado de alerta constante, pode interferir na capacidade de relaxar e ter um sono tranquilo, exacerbando a sonolência diurna. 

7. Estresse

Quando estamos sob estresse, o corpo libera hormônios como cortisol e adrenalina, preparando-nos para reagir rapidamente. Esse estado prolongado de alerta pode levar à fadiga física, pois consome energia rapidamente. 

A tensão muscular associada ao estresse também pode causar desconforto físico e fadiga. Ao nível emocional, lidar constantemente com preocupações e tensões pode esgotar mentalmente, contribuindo para a sensação de cansaço mental e emocional. 

8. Doenças cardíacas

A insuficiência cardíaca pode causar dispneia noturna devido à acumulação de fluidos nos pulmões, resultando em sono fragmentado e sonolência diurna. Além disso, alguns medicamentos usados no tratamento cardíaco, como beta-bloqueadores, podem causar sonolência como efeito colateral. 

A fadiga crônica devido à redução da capacidade cardíaca para fornecer oxigênio durante a atividade física também pode levar à sonolência diurna.

9. Sedentarismo

A falta de atividade física regular reduz o gasto energético diário do corpo. Sem um nível adequado de atividade física, o corpo pode não estar suficientemente cansado para adormecer facilmente à noite.

Além disso, a prática regular de exercícios físicos ajuda a regular o ritmo circadiano, o ciclo natural de sono-vigília do corpo. As consequências do sedentarismo podem desregular esse ciclo, resultando em dificuldades para adormecer e despertares frequentes durante a noite.

10. Fatores Externos

Fatores externos desempenham um papel significativo na qualidade do sono. Horários de sono irregulares, por exemplo, podem desregular o relógio biológico interno, dificultando o adormecimento e levando a despertares durante a noite. 

O uso excessivo de aparelhos eletrônicos antes de dormir também pode interferir na produção de melatonina, o hormônio do sono, resultando em dificuldades para adormecer. Além disso, a má postura na hora de dormir pode causar desconforto físico e distúrbios do sono, como dor nas costas ou apneia do sono. 

Outros fatores, como iluminação inadequada no ambiente de dormir, ruídos externos ou temperatura ambiente desconfortável, também podem afetar negativamente a qualidade do sono. 

Entender esses fatores externos e adotar hábitos saudáveis pode ajudar a melhorar significativamente o sono. Continue a leitura para explorar mais sobre como esses fatores podem influenciar sua qualidade de descanso e encontrar estratégias para melhorar seus padrões de sono.

Sono excessivo durante a gravidez é comum?

Sim, sono excessivo durante a gravidez é comum devido a uma combinação de mudanças hormonais e desconfortos físicos que afetam muitas gestantes. Durante a gravidez, o corpo passa por uma série de ajustes hormonais significativos, como o aumento dos níveis de progesterona, que podem causar sonolência diurna aumentada. 

Além disso, o corpo da mulher grávida está se adaptando ao aumento de peso, mudanças na postura e aumento do volume sanguíneo, o que pode levar a um aumento na sensação de cansaço e necessidade de mais descanso. 

É importante que as gestantes entendam essas mudanças como parte natural do processo e busquem maneiras de melhorar o conforto durante o sono, como ajustar posições ao dormir, manter uma rotina de sono regular e discutir quaisquer preocupações com seu médico obstetra para garantir um descanso adequado e saudável ao longo da gestação.

Sono excessivo em crianças e adolescentes é normal?

O sono é essencial para o desenvolvimento físico, mental e emocional de crianças e adolescentes. No entanto, o sono excessivo pode ser um sinal de problemas subjacentes. Algumas causas do sono excessivo em crianças e adolescentes podem ser:

  • Mudanças hormonais: a puberdade é um período de grandes mudanças hormonais que podem afetar o ciclo do sono;
  • Distúrbios do sono: crianças e adolescentes podem sofrer de distúrbios do sono, como apneia do sono, narcolepsia e síndrome das pernas inquietas;
  • Problemas de saúde: doenças como anemia, diabetes e problemas de tireoide podem levar ao sono excessivo;
  • Hábitos de sono irregulares: horários de sono inconsistentes, cochilos frequentes e uso excessivo de telas eletrônicas antes de dormir podem prejudicar a qualidade do sono;
  • Problemas emocionais: estresse, ansiedade e depressão podem afetar o sono.

O sono excessivo pode ter consequências negativas no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Na escola, a sonolência diurna pode prejudicar o desempenho acadêmico, afetando a concentração, memória e capacidade de aprendizado. 

Problemas comportamentais como irritabilidade e dificuldades emocionais também podem surgir. Além disso, a falta de sono adequado pode comprometer o sistema imunológico, aumentando a vulnerabilidade a doenças e afetando o crescimento saudável.

Os tempos médios de sono ideais variam com a idade:

  • Crianças de 3 a 5 anos: 10 a 13 horas por dia, incluindo sonos ao longo do dia;
  • Crianças de 6 a 12 anos: 9 a 12 horas por dia;
  • Adolescentes de 13 a 18 anos: 8 a 10 horas por dia.

Se você está preocupado com o sono excessivo de seu filho, consulte um médico para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.

Como o sono excessivo pode prejudicar a sua vida?

O sono excessivo está associado a um maior risco de desenvolvimento de problemas cardiovasculares, como hipertensão arterial e doenças cardíacas. A interrupção do ritmo circadiano devido ao sono prolongado também pode levar à obesidade e diabetes tipo 2. 

Além disso, a fragilização do sistema imunológico devido ao sono excessivo pode aumentar a vulnerabilidade a infecções e doenças.

A sonolência diurna excessiva pode prejudicar a saúde mental, afetando a capacidade cognitiva e a memória. Pessoas que sofrem de sono excessivo frequentemente relatam dificuldades de concentração, lentidão nas respostas e menor clareza mental. Isso pode impactar negativamente o desempenho acadêmico, profissional e social.

Estudos mostram uma relação entre sono excessivo e o aumento do risco de desenvolver ansiedade e depressão. A qualidade inadequada do sono pode contribuir para sintomas de ambos os distúrbios, exacerbando os sentimentos de preocupação, tristeza e desesperança.

Se você está enfrentando preocupações com sono excessivo, é essencial consultar um médico para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.

Como descobrir a raiz do meu sono excessivo?

Descobrir a causa do sono excessivo envolve uma abordagem médica detalhada e o uso de métodos diagnósticos específicos. Inicialmente, o médico realizará uma anamnese detalhada para entender seus sintomas, histórico médico e padrões de sono. Um diário do sono pode servir para identificar padrões e comportamentos que afetam o descanso.

A telemedicina oferece uma alternativa conveniente e acessível para o primeiro contato com um profissional de saúde para avaliar o sono excessivo. Com base na avaliação e consulta online, o médico poderá fornecer orientações, solicitar exames complementares ou encaminhá-lo para um especialista presencial, se necessário.

O exame mais comum é a polissonografia (PSG), que monitora atividades cerebrais, respiratórias, cardíacas e musculares durante o sono, essencial para diagnosticar distúrbios como apneia do sono e narcolepsia. 

Outros testes, como poligrafia respiratória para distúrbios respiratórios específicos e testes de sangue e hormônios para condições médicas subjacentes, também podem ser solicitados. 

Dependendo dos sintomas, o médico pode encaminhar para especialistas como otorrinolaringologistas, neurologistas ou psiquiatras para avaliações adicionais. Através da plataforma da Conexa Saúde, você agenda uma consulta online com um médico especialista em sono ou outro profissional de saúde qualificado.

Quais são os tratamentos para o problema de sono excessivo?

O primeiro passo é um diagnóstico preciso. Mediante consulta médica e exames complementares, o médico poderá identificar a causa do sono excessivo e recomendar o tratamento adequado.

Para distúrbios como apneia do sono, narcolepsia ou síndrome das pernas inquietas, o tratamento específico pode incluir uso de CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) para apneia, medicamentos para narcolepsia, ou tratamentos para aliviar os sintomas das pernas inquietas.

Tratar condições como anemia, diabetes, distúrbios da tireoide ou outras condições médicas que podem causar sonolência excessiva é fundamental para melhorar o sono.

Além do tratamento médico específico, algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar a melhorar a qualidade do sono e reduzir o cansaço excessivo:

  • Horários de sono regulares: estabelecer uma rotina consistente de hora de dormir e acordar ajuda a regular o ciclo sono-vigília;
  • Ambiente de sono adequado: criar um ambiente escuro, silencioso e confortável para dormir pode melhorar a qualidade do sono;
  • Limitação de eletrônicos: evitar o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir, devido à luz azul que pode interferir na produção de melatonina;
  • Evitar substâncias estimulantes: reduzir o consumo de cafeína e outros estimulantes, especialmente à tarde e à noite.

A combinação de tratamentos personalizados, incluindo mudanças no estilo de vida, terapias comportamentais e possivelmente medicamentos, pode ajudar significativamente na gestão do sono excessivo e no cansaço crônico, melhorando assim a qualidade de vida geral.

Qual médico devo procurar se estou tendo problemas de sono excessivo?

Se você está enfrentando problemas de sono excessivo, o médico mais indicado para procurar inicialmente é um especialista em medicina do sono ou um neurologista com experiência em distúrbios do sono. 

Esses profissionais são treinados para diagnosticar e tratar uma ampla gama de condições relacionadas ao sono, como apneia do sono, narcolepsia, insônia, entre outros.

Além disso, se você estiver lidando com questões emocionais que podem estar contribuindo para seus problemas de sono, considerar uma consulta com um psicólogo ou psiquiatra também é recomendável. Eles podem ajudar a identificar e tratar condições como ansiedade, depressão ou estresse crônico, que frequentemente afetam a qualidade do sono.

Para marcar uma consulta online com um psicólogo ou psiquiatra através da Conexa, você pode seguir estes passos:

  1. Acesse o site da Conexa ou baixe o aplicativo no seu celular;
  2. Crie uma conta ou faça login, se já tiver uma conta registrada;
  3. Procure por psicólogos ou psiquiatras na plataforma, filtrando por especialidade e disponibilidade;
  4. Escolha o profissional que melhor atenda às suas necessidades e agende uma consulta online;
  5. Durante a consulta, você poderá discutir seus sintomas de sono excessivo e receber orientações sobre o próximo passo a seguir.

As consultas online oferecem conveniência e acesso a profissionais qualificados no conforto da sua casa. Lembre-se de que a saúde do sono é fundamental para o bem-estar geral, e buscar ajuda profissional é o primeiro passo para encontrar uma solução adequada para seus problemas de sono.

Créditos da imagem: Image Source em iStock


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