A rigidez cognitiva é uma condição caracterizada pela inflexibilidade mental e pela baixa variabilidade nos padrões de comportamento, ações e pensamentos, além de problemas para se adaptar a mudanças.
Normalmente, essa característica é observada em pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e impacta os mais diferentes fatores do dia a dia, como interações sociais, aprendizado e também a maneira como o indivíduo lida com desafios comuns.
Dessa forma, compreender o que é a rigidez cognitiva, quais as principais causas e os tratamentos disponíveis permite que você aprenda a lidar com essas situações de maneira adequada e também possa procurar orientação médica, quando necessário.
Pensando nisso, elaboramos este artigo que traz todos os detalhes da rigidez cognitiva e autismo, além de outras questões que envolvem essa condição.
O que causa a rigidez cognitiva?
A rigidez cognitiva pode ser causada por uma série de fatores, que incluem os seguintes:
- Desenvolvimento cognitivo: Ao longo da vida, o indivíduo é afetado por ambientes e regras diversas, que dependendo da forma como são aplicadas, podem resultar em padrão comportamento e pensamento rígidos.
- Genética: transtornos com um forte componente genético, como o autismo, podem favorecer um padrão de rigidez cognitiva.
- Traumas: vivências traumáticas, como abusos físicos ou emocionais, acidentes, ou perda de entes queridos, que afetam o córtex pré-frontal, podem resultar nesse tipo de padrão, como uma espécie de defesa para lidar com situações que geram estresse.
- Ansiedade: pessoas que apresentam um alto nível de ansiedade podem desenvolver comportamentos rígidos, como seguir rotinas estritas ou evitar situações imprevisíveis, como uma estratégia de obter controle e segurança.
- Modelagem de comportamento: a observação de autoridades ou pessoas com esse padrão pode influenciar o surgimento da rigidez cognitiva.
Quais são as características da rigidez cognitiva?
A rigidez cognitiva é caracterizada pela dificuldade de pensar de maneira flexível, preferindo ambientes habituais e previsíveis, e evitando novas ideias ou mudanças.
Pessoas com rigidez cognitiva também insistem em rotinas pré-estabelecidas, já que mudanças no cotidiano representam um grande desconforto e geram níveis de estresse excessivos.
Outra característica é a repetição de tarefas ou pensamentos de forma persistente e inflexível, mesmo quando não há mais necessidade de realizá-los.
Dessa forma, a rigidez cognitiva costuma limitar a capacidade do indivíduo de resolver problemas ou se adaptar a novos contextos.
Na infância, a rigidez cognitiva pode se manifestar através da dificuldade em lidar com mudanças, preferências repetitivas, como manter o alinhamento de brinquedos em fila ou manter padrões alimentares seletivos, impactando o convívio social e as habilidades de aprendizado.
Crianças com rigidez cognitiva tendem a escolher sempre as mesmas brincadeiras ou lugares para sentar de forma metódica.
Se o seu filho apresenta essas características, é importante consultar um médico para investigar as causas, fazer um diagnóstico preciso e propor o tratamento adequado.
Como a rigidez cognitiva se manifesta em pessoas com autismo?
Em pessoas com autismo, a rigidez cognitiva manifesta-se, principalmente, na necessidade de manter padrões específicos de forma rigorosa e rotinas inflexíveis. Isso acontece porque essa padronização proporciona conforto e segurança que os autistas necessitam.
Sendo assim, sempre que há alterações ou interrupções nas rotinas fixadas, o indivíduo pode ter um grande desconforto, desencadeando, inclusive, crises de ansiedade e estresse, além de uma dificuldade significativa de adaptar-se a mudanças, ambientes ou contextos.
Dessa forma, essa falta de flexibilidade em pessoas com autismo pode impactar diferentes áreas da vida, desde atividades comuns, como o trajeto para escola, horários de sono e preferências por comidas.
É por isso que crianças autistas, para que tenham um bom desenvolvimento, precisam de profissionais capacitados e que possam oferecer acompanhamento terapêutico, que auxilie no seu desenvolvimento e reduza os impactos da rigidez cognitiva e outros sintomas do autismo.
Como é feito o diagnóstico da rigidez cognitiva?
O diagnóstico de rigidez cognitiva, normalmente, é feito por um psiquiatra, psicólogo ou por um pediatra ou psiquiatra infantil. É possível identificar a rigidez cognitiva durante a consulta, com questionários ou entrevistas.
O profissional também pode encaminhar o paciente para uma avaliação neuropsicológica para eliminar as suspeitas de outras condições.
A avaliação busca evidências de que não há transtornos ou outras condições afetando o funcionamento do indivíduo.
Esse cuidado é importante para excluir outras condições, como TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) ou mesmo o autismo.
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Em casos da necessidade de realização de exames físicos, o paciente pode ser encaminhado para a realização de exames, podendo retornar para análise dos resultados e tratamento contínuo.
Quais os impactos da rigidez cognitiva no dia a dia?
Pessoas com rigidez cognitiva, incluindo aquelas que têm autismo, podem enfrentar uma série de dificuldades no dia a dia, sobretudo em situações que envolvem mudanças de rotinas ou adaptação a novos cenários e circunstâncias.
Dessa forma, comportamentos e pensamentos rígidos podem desencadear outras condições, como estresse, ansiedade e frustração, levando ainda a quadros de isolamento social, depressão e dificuldades de interações sociais, afetando diretamente o bem-estar e qualidade de vida.
Isso porque, a pessoa pode ter extrema dificuldade em participar de atividades sociais comuns, profissionais ou acadêmicas, comprometendo a produtividade, o bem-estar e até as interações sociais.
No caso de pessoas com autismo, a rigidez cognitiva pode ser ainda mais complicada, já que a rotina tende a ser ainda mais previsível e padronizada.
Mudanças em hábitos, como horários de refeição, percursos para escola ou rotinas de sono podem ser desafiadoras para o indivíduo e seus familiares.
Para reduzir os impactos da rigidez cognitiva no dia a dia, saiba que um tratamento específico e personalizado pode ajudar a lidar com essa condição de forma mais confortável e eficaz, possibilitando maior flexibilidade cognitiva.
Como melhorar a flexibilidade cognitiva?
Uma das formas mais eficazes para melhorar a flexibilidade cognitiva é por meio de sessões de terapia, que auxiliam os indivíduos com rigidez cognitiva a reconhecer e reestruturar seus padrões de comportamento e pensamento.
Essas sessões de terapia auxiliam o paciente a ajustar e permitir mudanças, quando necessário, melhorando, assim, a adaptabilidade e enfrentando novos desafios com mais facilidade, de forma controlada e gradual.
Dependendo das condições e necessidades do paciente, principalmente daqueles que têm autismo, pode ser receitado medicamentos, como antidepressivos ou ansiolíticos para gerenciar sintomas associados, como ansiedade ou comportamentos repetitivos.
A rigidez cognitiva pode ser completamente superada?
Embora a rigidez cognitiva possa ser gerenciada e melhorada com o tratamento adequado, vale ressaltar que essa condição nem sempre pode ser superada em sua totalidade, principalmente, quando está associada a condições neurológicas subjacentes.
Por isso, a terapia e adoção estratégias para melhorar a flexibilidade cognitiva e a adaptar o indivíduo a novas situações, porém, alguns sintomas da rigidez podem permanecer.
Dessa forma, o acompanhamento profissional é importantíssimo para melhorar o desenvolvimento e a adaptação às mudanças ao longo do tempo, obtendo progressos significativos, melhorando a qualidade de vida do indivíduo.
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Créditos da imagem: Maryna Auramchuk em iStock
Revisado por:
Maria Clara de Oliveira Scacabarrozzi
Psicóloga, pós-graduada em Psicologia Social pela Uniara e em Projetos Sociais e Políticas Públicas pelo SENAC-SP. Atua como Psicóloga Supervisora no time de Gestão em Saúde Mental na Conexa. CRP 06/158344.