Procrastinação: saiba as causas e como superar o problema

A procrastinação é o ato de adiar tarefas ou atividades de forma consciente, sabendo que isso pode gerar impactos negativos no futuro, substituindo-as por ações menos importantes ou mais agradáveis. Isso pode levar a uma acumulação de tarefas e aumento do estresse, especialmente quando os prazos se aproximam. 

Esse comportamento pode se manifestar de várias formas, desde tarefas domésticas até responsabilidades profissionais, e quando acontece com frequência, pode vir acompanhada de sentimentos de culpa, frustração e cobrança excessivas.

A procrastinação é um fenômeno universal — todos nós procrastinamos em algum nível. Contudo, essa atitude pode se tornar um problema se começa a acontecer de forma constante e contínua, prejudicando o andamento de atividades pessoais ou corporativas, e diminuindo o potencial de um indivíduo frente ao que deseja alcançar na vida.

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O que podemos entender como procrastinação?

Ao contrário do que o senso comum diz, a procrastinação não envolve apenas “não fazer uma tarefa”, ela também pode estar associada a substituição de uma tarefa por outra. Nesse sentido, podemos diferenciar a procrastinação entre ativa ou passiva:

  • Procrastinação ativa: ocorre quando a pessoa adia uma tarefa importante, mas realiza outra atividade produtiva no lugar. Por exemplo, ao invés de fazer um relatório, a pessoa decide organizar seu espaço de trabalho, ou então, ao invés de estudar uma disciplina importante, a pessoa decide fazer exercícios físicos. Embora algo produtivo ainda esteja sendo feito, a tarefa prioritária continua sem ser abordada;
  • Procrastinação passiva: a pessoa adia uma tarefa importante e substitui por uma atividade não produtiva, como navegar nas redes sociais ou assistir TV. Esse tipo de procrastinação é mais prejudicial, pois não contribui para nenhum progresso significativo e pode aumentar a sensação de culpa;

Além disso, a procrastinação frequente pode se tornar crônica, e acontece quando o adiamento de tarefas e decisões se torna recorrente na nossa rotina. A procrastinação crônica pode causar danos na saúde mental do indivíduo e gerar aumento de ansiedade e sentimentos negativos como culpa, frustração, baixa autoestima, vergonha etc.

Quais as principais causas da procrastinação?

A procrastinação pode ser causada por diversos fatores, incluindo:

  • Medo do fracasso: adiar tarefas devido ao medo de não cumprir as expectativas, o que pode levar a evitar completamente as tarefas desafiadoras;
  • Perfeccionismo: querer que tudo seja perfeito antes de começar. Esse tipo de procrastinação é comum entre pessoas que colocam altas expectativas em si mesmas;
  • Falta de motivação: a ausência de interesse ou entusiasmo em relação à tarefa pode fazer com que a pessoa procrastine;
  • Má gestão do tempo: dificuldade em priorizar e organizar tarefas pode resultar em adiamentos;
  • Ansiedade: a preocupação excessiva pode levar à procrastinação como forma de evitar o estresse relacionado à tarefa;
  • Falta de clareza: quando não está claro o que precisa ser feito ou como começar, a pessoa pode adiar a tarefa indefinidamente;
  • Baixa autoestima: a crença de que não se é capaz de completar a tarefa, assim como insônia e sedentarismo, podem levar à procrastinação.
  • Excesso de tarefas: quando há muitas tarefas a serem realizadas, a pessoa pode sentir-se sobrecarregada e acabar adiando todas elas, incapaz de decidir por onde começar.
  • Evitação de sentimentos ou pensamentos negativos: muitas vezes, podemos procrastinar apenas para evitar sentir ou pensar coisas negativas associados à tarefa, como incapacidade, comparação, desesperança, ansiedade, tédio, estresse, insuficiência etc.
  • Recompensas distante: a percepção de que não há recompensas a serem ganhas no curto prazo por fazer aquela tarefa pode dificultar ainda mais o comportamento de realizá-la.

Se a procrastinação tem sido um problema frequente na sua vida e você tem se sentido afetado emocional, social ou profissionalmente, considere conversar com um psicólogo. Os profissionais de saúde mental podem oferecer apoio para entender as raízes da procrastinação e te ajudar a minimizar a dificuldade de iniciar seus projetos ou fazer tarefas importantes.

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Quais os impactos da procrastinação?

A procrastinação pode ter impactos significativos na vida pessoal e profissional, incluindo:

  • Aumento do estresse: adiar tarefas pode levar a uma pressão de tempo, aumentando o estresse. Isso pode se manifestar em sintomas físicos, como dores de cabeça e insônia;
  • Redução da produtividade: tarefas importantes não são realizadas, prejudicando a performance e resultando em prazos perdidos e metas não alcançadas;
  • Impacto na saúde mental: pode causar sentimentos de culpa, ansiedade e desmotivação. A procrastinação crônica está associada a níveis mais altos de estresse e pior bem-estar mental.
  • Falta de realização pessoal: o adiamento de tarefas pode fazer com que a pessoa não se sinta satisfeita com a própria vida e com suas conquistas, o que aumenta ainda mais os sentimentos de culpa e frustração.
  • Sentir que está “perdendo tempo”: a procrastinação, apesar de ser um comportamento consciente, pode fazer a pessoa sentir que está atrasando sua própria vida com este comportamento, mas sem conseguir agir para minimizar o problema, o que pode gerar ainda mais danos à saúde mental.
  • Problemas no mercado de trabalho: uma pessoa com problemas na realização de tarefas pode ter mais dificuldades em encontrar empregos e se manter neles por um longo prazo, prejudicando sua situação socioeconômica.

Como a procrastinação afeta a saúde mental?

A procrastinação é um comportamento que pode afetar profundamente a saúde mental. Quando adiamos responsabilidades importantes, o acúmulo de tarefas pode levar a um estado de estresse e ansiedade contínuos, o que afeta o bem-estar.

Além disso, a procrastinação prejudicar a autoestima e a autoconfiança. Ao postergar tarefas, a pessoa pode se sentir incapaz de atender às suas próprias expectativas, o que pode resultar em sentimentos de inadequação e frustração.

Esse comportamento também tem implicações diretas na regulação emocional. A dificuldade em gerenciar as emoções negativas — como o medo de falhar ou a ansiedade diante de tarefas desafiadoras — pode transformar a procrastinação em um mecanismo de enfrentamento que, a longo prazo, intensifica o estresse e contribui para um quadro crônico de insatisfação. 

Então, a pessoa evita uma tarefa para escapar da ansiedade associada, mas, na verdade, sua ansiedade só aumenta a cada vez em que repete o comportamento. Dessa forma, a procrastinação não só compromete a produtividade, mas também pode criar um ciclo vicioso que afeta o equilíbrio emocional e a saúde mental geral do indivíduo.

Como reduzir o comportamento de procrastinação?

Existem várias estratégias para combater a procrastinação, além do acompanhamento médico:

  • Uso de ferramentas de gestão do tempo: ferramentas como a matriz de Eisenhower ajudam a priorizar tarefas, distinguindo entre o que é urgente e importante e o que pode ser adiado ou delegado. Aplicativos de celular também pode ajudar a organizar tarefas e controlar o tempo gasto.
  • Definição de metas menores, claras e realistas: estabelecer objetivos alcançáveis pode aumentar a motivação. Dividir grandes tarefas em etapas menores e mais gerenciáveis pode tornar o processo menos intimidante e facilitar a percepção de progresso;
  • Divisão de tarefas: quebrar grandes tarefas em partes menores e mais gerenciáveis pode ajudar a evitar a sensação de estar sobrecarregado;
  • Eliminação de distrações: criar um ambiente de trabalho livre de distrações pode ajudar a manter o foco. Isso pode incluir desligar notificações do telefone, criar um espaço de trabalho dedicado e estabelecer horários específicos para pausas;
  • Prática de técnicas de autocuidado: manter uma rotina saudável para reduzir o estresse e aumentar a produtividade. Isso inclui alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares e sono adequado;
  • Terapia: a psicoterapia é uma excelente forma de se autoconhecer e, a partir disso, desenvolver maneiras criativas para superar a procrastinação.
  • Aprenda a recompensar o processo: relembrar os motivos pelos quais você faz alguma tarefa pode te ajudar a enxergar aquela ação como a própria recompensa, o que pode te levar a agir.

Procrastinação pode ser sintoma de outras condições?

Sim, a procrastinação pode ser um sintoma de outras condições. Além das causas que citamos anteriormente, como ansiedade, outras condições associadas à procrastinação podem ser:

  • Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): pessoas com TDAH frequentemente lutam com a organização e o gerenciamento do tempo, o que pode levar à procrastinação crônica;
  • Depressão: a falta de energia e interesse pode levar à procrastinação, uma vez que tarefas simples podem parecer insuperáveis;
  • Ansiedade: o medo excessivo de falhar ou de ser julgado pode resultar em adiamento de tarefas;
  • Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): a preocupação constante e desproporcional pode dificultar o início ou a conclusão de tarefas.

Para esclarecimentos acerca do diagnóstico, procure um especialista. Um dos benefícios da telemedicina é que você pode ser avaliado por um profissional sem sair de casa e, se for o caso, ter um diagnóstico correto para bem orientar o tratamento.

Quando buscar ajuda psicológica para a procrastinação?

Se a procrastinação está afetando de forma significativa sua vida diária e saúde mental, pode ser hora de buscar auxílio profissional. Profissionais de saúde mental podem oferecer terapia e tratamentos eficazes para ajudar a superar a procrastinação. 

A telemedicina ou a telepsicologia são opções convenientes para consultas online, permitindo que você receba ajuda sem sair de casa.

Não deixe a procrastinação controlar sua vida. Para saber mais sobre como a telemedicina pode ajudar, visite a página de pacientes da Conexa Saúde ou agende uma consulta online.

Créditos da imagem: SeventyFour em iStock


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