Pólipos: o que são, quais são os sintomas e como tratar?

imagem 3d de pólipos no estômago

Pólipos são crescimentos anormais de tecido que se formam em superfícies mucosas, caracterizadas por protuberâncias que podem variar em forma, tamanho e número. Eles são frequentemente benignos, mas alguns tipos têm o potencial de se tornarem cancerosos, dependendo de fatores como localização e características celulares. 

Geralmente, são assintomáticos e descobertos durante exames de rotina. No entanto, alguns pólipos podem causar sangramento, dor ou outros sintomas, e em alguns casos raros, podem se tornar cancerosos.

Os pólipos podem surgir em diversas partes do corpo, especialmente onde há membranas mucosas. Os locais mais comuns incluem o trato gastrointestinal, como o cólon e o reto, mas eles também podem aparecer no estômago, no esôfago, no nariz, na bexiga e no útero.

Pólipos nasais | Fonte: Wildpixel / iStock

Os pólipos podem virar câncer?

Embora a maioria dos pólipos seja benigna, sua presença pode servir como um sinal de alerta para o câncer, especialmente quando se trata de pólipos adenomatosos encontrados no trato gastrointestinal. 

A transformação de pólipos em tumores malignos não é uma regra, mas um risco significativo que justifica a atenção médica. A detecção e remoção precoce são essenciais para prevenir a progressão para o câncer, já que nem todos os pólipos possuem o mesmo potencial de malignização.

Pólipos adenomatosos, também conhecidos como adenomas, são particularmente preocupantes devido ao seu potencial de evoluir para câncer colorretal. Este tipo de pólipo passa por um processo chamado displasia, onde as células começam a mostrar características anormais que podem levar à malignidade. 

O risco de um pólipo adenomatoso se tornar canceroso aumenta com seu tamanho, número e características histológicas, como a presença de vilosidades. Portanto, a identificação e remoção de adenomas durante exames preventivos, como a colonoscopia, é uma medida crucial para a redução do risco de câncer colorretal.

Apesar de muitos pólipos não se transformarem em câncer, sua presença indica a necessidade de vigilância médica. A descoberta sugere que o indivíduo pode ter uma predisposição para o desenvolvimento de tumores malignos, especialmente se houver histórico familiar de câncer. 

Além dos pólipos adenomatosos, outros tipos de pólipos, como os hiperplásicos, inflamatórios e hamartomatosos, geralmente têm um risco muito menor de malignização, mas ainda assim requerem monitoramento. 

Quais os tipos de pólipos?

Existem alguns tipos de pólipos e cada um com características e riscos distintos, como:

  • Pólipos adenomatosos (Adenomas):
    • Características: esses pólipos são considerados pré-cancerosos, pois têm o potencial de se transformar em câncer, especialmente câncer colorretal;
    • Risco de malignização: a transformação em câncer aumenta com o tamanho do pólipo e a presença de características histológicas específicas, como vilosidades;
    • Frequência de incidência: adenomas são os pólipos mais comuns encontrados durante colonoscopias, representando cerca de 70% de todos os pólipos colorretais detectados;
  • Pólipos hiperplásicos:
    • Características: geralmente benignos, esses pólipos são pequenos e raramente se tornam cancerosos;
    • Risco de malignização: muito baixo. No entanto, múltiplos pólipos hiperplásicos em conjunto podem indicar um risco aumentado de câncer;
    • Frequência de incidência: relativamente comum, especialmente em adultos mais velhos;
  • Pólipos inflamatórios:
    • Características: resultam de inflamação crônica, como a encontrada em doenças inflamatórias intestinais (DII) como a colite ulcerativa e a doença de Crohn;
    • Risco de malignização: baixo risco direto de se tornarem cancerosos, mas a condição subjacente de inflamação crônica aumenta o risco de câncer de colo de útero;
    • Frequência de incidência: menos comum que os adenomatosos e hiperplásicos, sendo mais frequentemente associados a condições inflamatórias específicas;
  • Pólipos hamartomatosos:
    • Características: compostos por uma mistura anormal de tecidos, esses pólipos são geralmente benignos;
    • Risco de malignização: a maioria é benigno, mas algumas síndromes genéticas associadas a pólipos hamartomatosos, como a síndrome de Peutz-Jeghers, podem aumentar o risco de câncer;
    • Frequência de incidência: raros em comparação com outros tipos de pólipos;
  • Pólipos serrilhados:
    • Características: incluem pólipos hiperplásicos e adenomas serrilhados. Os adenomas serrilhados têm um risco maior de se tornarem cancerosos;
    • Risco de malignização: adenomas serrilhados têm um risco significativo de malignização, especialmente os que são maiores e localizados no cólon proximal;
    • Frequência de incidência: menos comuns que os adenomas tradicionais, mas importantes devido ao seu potencial de malignização.

Os pólipos também podem ser divididos de acordo com a sua localização, como os pólipos nasais e gástricos.

Quais as principais causas de pólipos?

As causas dos pólipos podem variar dependendo do tipo e da localização, mas algumas causas e fatores de risco comuns incluem:

  • Predisposição genética: algumas condições hereditárias podem aumentar o risco de desenvolvimento de pólipos, como a Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) e a Síndrome de Lynch;
  • Inflamação crônica: condições inflamatórias crônicas, como colite ulcerativa e doença de Crohn, podem aumentar o risco de formação de pólipos no trato gastrointestinal;
  • Dieta e estilo de vida: dieta rica em gorduras e pobre em fibras, consumo excessivo de álcool, tabagismo e obesidade estão associados ao aumento do risco de pólipos, especialmente no cólon;
  • Idade: o risco de desenvolvimento de pólipos aumenta com a idade. A maioria dos pólipos colorretais é encontrada em indivíduos com mais de 50 anos;
  • Histórico pessoal ou familiar: ter um histórico pessoal ou familiar de pólipos, ou câncer pode aumentar o risco de desenvolver pólipos;
  • Síndromes hereditárias: algumas específicas, como a Síndrome de Peutz-Jeghers caracterizada pela presença de pólipos hamartomatosos no trato gastrointestinal, especialmente no intestino delgado e a Síndrome de Cowden, caracterizada pelo desenvolvimento de múltiplos pólipos e tumores benignos (hamartomas) em várias partes do corpo, estão associadas a um aumento do risco de vários tipos de pólipos;
  • Infecção por vírus: infecções por certos vírus, como o vírus do papiloma humano (HPV), estão associadas a pólipos em locais específicos, como pólipos cervicais.

Já para os tipos mais específicos de pólipos, as causas incluem:

  • Pólipos colorretais: causados por fatores genéticos, dieta, inflamação crônica e estilo de vida.
  • Pólipos gástricos: associados à infecção por Helicobacter pylori, gastrite crônica e uso prolongado de inibidores da bomba de prótons.
  • Pólipos nasais: geralmente resultantes de inflamação crônica devido a alergias, infecções sinusais ou asma.
  • Pólipos endometriais: associados a desequilíbrios hormonais, como o excesso de estrogênio, e condições como a síndrome dos ovários policísticos (SOP).

Os pólipos podem ser causados por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. Identificar e modificar fatores de risco, quando possível, pode ajudar a reduzir a incidência de pólipos e as complicações associadas. 

É importante realizar exames de rastreamento recomendados, especialmente para aqueles com maior risco, para a detecção precoce e remoção de pólipos.

Como prevenir o surgimento de pólipos?

A adoção de um estilo de vida saudável é fundamental para a prevenção do surgimento de diferentes tipos de pólipos. Uma alimentação balanceada, rica em frutas, vegetais, fibras e pobre em gorduras saturadas, pode reduzir significativamente o risco de desenvolvimento de pólipos, especialmente no trato gastrointestinal. 

A inclusão de alimentos ricos em antioxidantes e fibras, como brócolis, cenoura, maçãs e grãos integrais, ajuda a promover a saúde do intestino e a diminuir a inflamação. Além disso, a limitação do consumo de álcool e a abstinência do tabaco são medidas cruciais, pois ambos estão associados a um aumento no risco de formação de pólipos.

A prática regular de exercícios físicos também desempenha um papel importante na prevenção de pólipos. Atividades físicas moderadas, como caminhada, ciclismo ou natação, não só ajudam a manter um peso saudável, mas também melhoram a motilidade intestinal, o que pode diminuir a incidência de pólipos. 

Para aqueles que já tiveram pólipos ou possuem histórico familiar da condição, o acompanhamento regular é essencial. Exames de rastreamento, como colonoscopias, devem ser realizados conforme orientação médica, pois permitem a detecção e remoção precoce de pólipos antes que possam evoluir para câncer. 

A vigilância constante pode salvar vidas ao identificar e tratar pólipos e outros tumores em estágios iniciais.

A combinação de mudanças no estilo de vida, monitoramento regular e aconselhamento genético oferece uma abordagem abrangente para a prevenção de pólipos e a manutenção da saúde a longo prazo.

Quais os sintomas de pólipos?

Os pólipos muitas vezes são assintomáticos, especialmente em estágios iniciais, mas podem causar uma variedade de sintomas dependendo de sua localização e tamanho, porém, de modo geral, os sintomas mais presentes são:

  • Sangramento: o sangramento é um dos sintomas mais comuns de pólipos, principalmente em pólipos intestinais e nasais. O sangramento pode ser vermelho vivo, na forma de estrias nas fezes ou sangue nas mucosas;
  • Dor: a dor pode ser um sintoma de pólipos em diversos locais, como no abdômen (pólipos intestinais), nariz (pólipos nasais) ou útero (pólipos endometriais). A dor pode ser do tipo cólica, dor em picada ou sensação de pressão;
  • Alterações nos hábitos intestinais: pólipos intestinais podem causar alterações nos hábitos intestinais, como diarreia, constipação, sensação de evacuação incompleta ou aumento da frequência das evacuações;
  • Dificuldade para respirar: pólipos nasais grandes podem obstruir as vias nasais, causando dificuldade para respirar, congestão nasal, coriza, perda de olfato e apneia do sono;
  • Outros sintomas: dependendo da localização do pólipo, outros sintomas podem ocorrer, como alterações no ciclo menstrual (pólipos uterinos), rouquidão na voz (pólipos nas cordas vocais) ou sangramento vaginal após a menopausa (pólipos uterinos).

É importante ressaltar que nem todas as pessoas com pólipos apresentarão esses sintomas. Porém, se apresentar qualquer um dos sintomas mencionados acima, é importante consultar um médico para investigação e diagnóstico e não se automedicar.

Aqui no Conexa temos médicos especialistas em mais de 30 especialidades diferentes, inclusive otorrinolaringologistas, alergistas, gastroenterologistas, ginecologistas, dermatologistas e muitos outros qualificados para investigar e tratar essa questão.

Além de contar com todas essas especialidades, tem a facilidade para agendamento e os benefícios da telemedicina, possibilitando a você realizar a consulta online no conforto de sua casa.

Como é feito o diagnóstico dos pólipos?

Os métodos de diagnóstico dos pólipos variam dependendo da sua localização e tipo, sendo fundamental para determinar o tratamento adequado e monitoramento contínuo da condição. 

Para pólipos colorretais, a colonoscopia é o método mais comum e eficaz. Durante este exame, um endoscópio flexível é inserido pelo reto para examinar todo o cólon. O procedimento permite a visualização direta dos pólipos, e também possibilita a realização de biópsias e a polipectomia, remoção dos pólipos para análise histopatológica.

Pólipos gástricos são frequentemente diagnosticados por uma endoscopia digestiva alta, também conhecida como gastroscopia. Este procedimento utiliza um tubo flexível com uma câmera na ponta para examinar o revestimento interno do estômago. 

Para pólipos nasais, o diagnóstico muitas vezes começa com um exame físico e uma endoscopia nasal. Um médico especializado pode usar um endoscópio fino para examinar as passagens nasais e identificar a presença de pólipos. 

A tomografia computadorizada (TC) pode ser solicitada para avaliar a extensão dos pólipos nasais e planejar uma intervenção cirúrgica, se necessária, para remoção.

No caso de pólipos endometriais, o diagnóstico frequentemente envolve uma histeroscopia. Este procedimento usa um histeroscópio, um instrumento fino com uma câmera na ponta, inserido através do colo do útero para visualizar o interior do útero. 

A escolha do método depende da localização do pólipo e das características individuais do paciente, permitindo uma detecção precoce, monitoramento adequado e intervenção oportuna para garantir a saúde e o bem-estar a longo prazo.

Como tratar os pólipos?

Os tratamentos para pólipos variam de acordo com sua localização, tamanho e tipo, bem como o risco de malignidade. No entanto, a remoção dos pólipos é a abordagem mais comum e eficaz para prevenir complicações, incluindo a progressão para câncer.

Para os pólipos colorretais, o tratamento mais indicado é a remoção durante uma colonoscopia. Este procedimento é conhecido como polipectomia.

Em casos raros, se um pólipo é muito grande ou não pode ser removido completamente por colonoscopia, pode ser necessária uma cirurgia mais invasiva, como a ressecção segmentar do cólon.

Os pólipos gástricos também são frequentemente removidos durante uma endoscopia digestiva alta. A técnica é semelhante à polipectomia colorretal, onde um endoscópio com instrumentos anexados é usado para cortar e remover o pólipo. 

Em casos de pólipos associados à infecção por Helicobacter pylori, o tratamento pode incluir a erradicação da bactéria com antibióticos, o que pode resultar na regressão dos pólipos.

Já o tratamento dos pólipos nasais pode incluir medicamentos e cirurgia. Corticosteroides nasais ou orais são frequentemente usados para reduzir o tamanho dos pólipos e aliviar os sintomas. 

No caso dos pólipos endometriais são geralmente removidos por histeroscopia, um procedimento minimamente invasivo onde um histeroscópio é inserido através do colo do útero para visualizar e remover os pólipos. 

Pólipos pequenos e assintomáticos podem não necessitar de tratamento imediato, mas pólipos maiores, que crescem rapidamente ou que causam sintomas, podem requerer a remoção cirúrgica da vesícula biliar (colecistectomia).

A escolha do tratamento é feita com base em uma avaliação cuidadosa pelo médico, considerando os benefícios e riscos de cada método.

Quais são as complicações de pólipos não tratados?

Pólipos não tratados podem levar a diversas complicações, variando de acordo com sua localização e tipo. Uma das complicações mais graves é a progressão para câncer. 

Por exemplo, pólipos adenomatosos no cólon têm potencial para evoluir para câncer colorretal se não forem removidos. Esse processo pode levar anos, mas a detecção precoce e a remoção de pólipos durante exames de rastreamento, como colonoscopias, são cruciais para a prevenção do câncer.

Outra complicação significativa de pólipos não tratados é a obstrução intestinal ou de outras vias corporais. Pólipos grandes no trato gastrointestinal podem causar bloqueios, levando a doenças inflamatórias intestinais e sintomas como dor abdominal intensa, náuseas, vômitos e constipação grave. 

Pólipos na vesícula biliar podem obstruir o ducto biliar, resultando em icterícia, infecções e inflamação aguda (colecistite), que pode necessitar de intervenção cirúrgica urgente.

Além disso, pólipos podem ser uma fonte crônica de sangramento interno. Pólipos no cólon, estômago ou útero podem causar sangramentos microscópicos, ou visíveis, levando a anemia ferropriva ao longo do tempo. 

A presença de pólipos pode indicar ou estar associada a outras condições subjacentes que requerem atenção. Por exemplo, pólipos endometriais podem estar relacionados a desequilíbrios hormonais ou hiperplasia endometrial, que também aumentam o risco de câncer uterino. 

Qual médico procurar para tratar pólipos?

Abaixo separamos os médicos especialistas que devem ser procurados para tratar os pólipos. E é claro que, você poderá encontrar todos aqui na Conexa.

  • Pólipos nasais:
    • Otorrinolaringologista: médico especialista no diagnóstico e tratamento de doenças do ouvido, nariz e garganta;
  • Pólipos intestinais:
    • Gastroenterologista: médico especialista no diagnóstico e tratamento de doenças do sistema digestivo;
  • Pólipos uterinos:
    • Ginecologista: médico especialista no sistema reprodutor feminino;
  • Pólipos em outros locais:
    • Dermatologista: médico especialista em doenças da pele, cabelos e unhas. Ele pode tratar pólipos na pele;
    • Urologista: médico especialista no sistema urinário masculino e feminino. Ele pode tratar pólipos na uretra, bexiga ou rins.

Em alguns casos, outros especialistas podem ser necessários para o tratamento de pólipos, como cirurgião geral ou oncologista. Por isso, é importante consultar um médico para obter um diagnóstico preciso e o tratamento adequado. Ele poderá avaliar o seu caso individual e indicar o especialista mais adequado para o seu tratamento.

Considere os benefícios da saúde digital, com a praticidade da telemedicina. Agende sua consulta agora com a Conexa Saúde!

Créditos da imagem: tussik13 em iStock


Compartilhe:

LinkedIn
WhatsApp
Facebook
Twitter
Email

Deixe um comentário

Outros posts que você também pode gostar

Assine nossa newsletter e acesse o melhor conteúdo sobre saúde física e mental!

    Saúde e bem-estar que encaixa na sua rotina

    A Conexa Saúde é uma solução completa de saúde digital que simplifica o seu acesso a cuidados físicos e mentais. Fale com a gente!