A ortorexia é um transtorno alimentar caracterizado pela obsessão por uma alimentação considerada saudável e “limpa”.
Quem sofre com esse distúrbio vive fixado na escolha dos alimentos a ponto de se proibir de comer comidas – mesmo que com equilíbrio e moderação – em todas as situações. Assim, quando come, o ortoréxico se pune com ainda mais restrições. Esse comportamento prejudica tanto o corpo quanto a saúde mental.
Abaixo, separamos tudo o que você precisa saber sobre a ortorexia. Sintomas, causas, tratamento e como evitar o transtorno. É só continuar a leitura!
Sintomas da ortorexia
Mesmo que a preocupação com a alimentação possa surgir com boas finalidades, a ortorexia é um problema que faz grande mal ao corpo e à mente. Por isso, os ortoréxicos apresentam comportamentos que vão além do cuidado com a alimentação. Entre os sintomas mais comuns, estão:
- Lê os rótulos de todos os alimentos em detalhes;
- Exclui da sua alimentação sal, açúcar e gorduras (mesmo as saudáveis);
- Elimina, com o passar do tempo, cada vez mais grupos alimentares (carnes, carboidratos com glúten etc.);
- Come apenas alimentos orgânicos que não sejam transgênicos e livres de corantes e conservantes;
- Preocupa-se excessivamente com o modo de preparo dos alimentos, utensílios usados etc.;
- Gasta muitas horas todos os dias para planejar e preparar suas refeições;
- Passa a comer apenas alimentos preparados por ele mesmo;
- Sente culpa ou angústia por ter consumido um alimento fora de casa e que, portanto, não segue os seus padrões de pureza.
Quais são as consequências da ortorexia?
A ortorexia pode ter muitas consequências negativas. Ela pode levar a deficiências nutricionais devido à restrição exagerada de grupos alimentares. Assim, o que começa em prol da saúde, acaba por comprometê-la.
Pessoas ortoréxicas podem ter fraqueza e outros problemas decorrentes da má nutrição.
No aspecto mental, o transtorno provoca ansiedade, estresse e sentimentos de culpa constantes. Socialmente, o isolamento é comum, pois a pessoa evita refeições em grupo e situações que possam comprometer sua dieta.
Quais são as causas e fatores de risco da ortorexia?
Não existe uma única causa para a ortorexia. Na verdade, ela surge de uma combinação de fatores diversos. Entre os principais estão:
- Fatores psicológicos: baixa autoestima, perfeccionismo e ansiedade são gatilhos comuns que levam à busca obsessiva por uma alimentação perfeita.
- Influências sociais e culturais: a mídia e as redes sociais difundem padrões irreais de alimentação saudável, o que leva outras pessoas a adotarem dietas rígidas.
- Histórico familiar: ter parentes com transtornos alimentares ou comportamentos obsessivos pode aumentar a vulnerabilidade para o desenvolvimento da ortorexia.
- Ambiente competitivo: na academia, por exemplo, a pressão para manter um estilo de vida saudável e uma imagem impecável tende a intensificar a obsessão.
Como tratar a ortorexia?
Um dos entraves ao tratamento da ortorexia é o fato de muitas pessoas não aceitarem o diagnóstico e, por isso, recusarem o auxílio médico ou a intervenção. Assim, é essencial que parentes e amigos estejam atentos a comportamentos radicais com relação à alimentação saudável.
Devido à complexidade desse transtorno, é necessária uma equipe multidisciplinar formada por médico, nutricionista e psicólogo para auxiliar os ortoréxicos. O psicólogo ajuda a identificar os fatores que agiram como gatilho dessa doença e mostra estratégias para controlar esses impulsos.
A intervenção precoce pode evitar o agravamento do quadro. A combinação de psicoterapia, acompanhamento psiquiátrico (quando necessário) e orientação nutricional é fundamental para restaurar uma relação equilibrada com a alimentação.
Essa abordagem permite que o paciente reconquiste a flexibilidade alimentar e melhore a sua qualidade de vida.
Se você ainda não tinha ouvido falar nesse transtorno alimentar, agora já sabe o que é ortorexia. Caso tenha se identificado com os sintomas descritos ou conheça alguém que apresenta esse comportamento, procure a ajuda de um profissional. Para saber mais sobre transtornos alimentares e outras formas de relação com a alimentação, leia também nosso artigo sobre compulsão alimentar.
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Como é feito o diagnóstico da ortorexia?
O diagnóstico da ortorexia exige uma avaliação multidisciplinar. Por isso, envolve aspectos físicos e psicológicos. E envolve a contribuição de nutricionistas e psicólogos, garantindo uma visão ampla do transtorno.
Durante a consulta com o psicólogo, o profissional investiga o histórico alimentar do paciente e os comportamentos relacionados à escolha e preparo dos alimentos.
Ele analisa se há uma preocupação excessiva com a pureza dos alimentos e se o indivíduo adota medidas extremas, como eliminar diversos grupos alimentares, por exemplo. Além disso, realizar também questionários e entrevistas que ajudam a identificar padrões obsessivos e a relação disfuncional com a comida.
Qual a diferença entre ortorexia e anorexia?
Enquanto na ortorexia o foco está na qualidade e pureza dos alimentos, na anorexia o transtorno está relacionado à restrição calórica e ao medo intenso de ganhar peso. A anorexia envolve a limitação severa da ingestão alimentar e uma imagem corporal distorcida, onde o peso é o principal foco de preocupação.
Enquanto a ortorexia valoriza a qualidade dos alimentos, a anorexia foca na quantidade e na forma do corpo. Os dois transtornos causam prejuízos à saúde, mas exigem abordagens terapêuticas específicas para cada caso.
Como evitar que uma alimentação saudável se transforme em ortorexia?
Manter uma alimentação saudável sem cair na armadilha da obsessão exige equilíbrio e autoconhecimento. Aqui vão algumas estratégias que podem ajudar você a se alimentar bem:
- Educação alimentar: busque informações de fontes confiáveis para entender que uma dieta balanceada pode incluir uma variedade de alimentos, sem a necessidade de restrições extremas.
- Flexibilidade nas escolhas: consuma alimentos de diferentes grupos sem culpa. Desde que com equilíbrio, a variedade é essencial para uma nutrição completa.
- Acompanhamento profissional: consulte nutricionistas e psicólogos para orientar sua alimentação e identificar sinais de comportamentos obsessivos antes que eles se tornem problemas mais sérios.
- Saboreie a comida além do valor nutricional: não esqueça de que a alimentação também é um momento de prazer e socialização. Evite transformar o ato de comer em uma tarefa estressante.
Quando buscar apoio psicológico para a ortorexia?
O apoio psicológico é essencial para quem apresenta sinais de ortorexia. Buscar terapia pode ajudar a manter uma relação saudável com a comida e a lidar com os fatores emocionais que alimentam a obsessão.
Se você suspeita de ortorexia, é essencial buscar apoio especializado. Fique atento a sinais como:
- Quando a preocupação com a alimentação passa a dominar a rotina diária e interfere nas relações pessoais e profissionais
- Os sentimentos de culpa, angústia ou ansiedade surgem sempre após refeições fora do padrão
- Você sente que não consegue relaxar e não permite variações na sua alimentação
Ao observar esses sinais, a terapia e o acompanhamento nutricional podem ser procurados. A terapia oferece um espaço seguro para discutir medos e inseguranças, e cria estratégias que ajudam a lidar com a alimentação de uma forma mais saudável.
O acompanhamento nutricional permite entender quais alimentos devem ser priorizados e quais devem aparecer menos no nosso dia a dia. Sempre com equilíbrio, o nutricionista ajuda o paciente a comer de tudo, mas com equilíbrio.
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