Todos os seres humanos sentem ansiedade em algum grau. Entretanto, no caso de uma crise ou de um ataque de pânico, a experiência é vivida de uma forma aterrorizadora, além dos sintomas físicos, o individuo sente a sensação de morte iminente por ataque cardíaco ou asfixia, perda do controle, etc. Com isso, o individuo também começa a ter muitos pensamentos e medo de ter uma outra crise, aumentando assim o seu medo e a ansiedade.
O modelo da TCC tem como foco principal o papel do medo dos sintomas físicos associados à ansiedade, das cognições catastróficas e da conduta evitativa na gênese e na manutenção do transtorno de pânico.
A idade do início dos sintomas é entre o final da adolescência e o início da vida adulta, entre 17 e 25 anos, as mulheres apresentam taxas mais altas de transtorno de pânico do que os homens, na proporção de 2:1.
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Principais características
Atenção aumentada ou hipervigilância para certas sensações físicas ou mentais;
- Ativação de esquemas fisiológicos ou esquemas de ameaça mental;
- Interpretação errônea catastrófica de sintomas físicos como indicadores de uma ameaça terrível iminente ao indivíduo;
- Intensificação adicional dos sintomas físicos da ansiedade;
- Perda da capacidade de reavaliar os sintomas de maneira mais realista;
- Confiança na evitação e busca de segurança para reduzir a ansiedade elevada e terminar o episódio de pânico.
[tie_index]Critérios diagnósticos[/tie_index]
Critérios diagnósticos
Os critérios diagnósticos para o transtorno do pânico se referem aos sintomas:
A: Ataque de pânico recorrentes e inesperados, ocorrendo de quatro (ou mais) dos seguintes sintomas:
- Palpitações, coração acelerado, taquicardia.
- Sudorese;
- Tremores ou abalos;
- Sensação de falta de ar ou sufocamento;
- Sensação de asfixia;
- Dor ou desconforto torácico;
- Náusea ou desconforto abdominal;
- Sensação de tontura, instabilidade, vertigem, ou desmaio;
- Calafrios ou ondas de calor;
- Anestesia ou sensação de formigamento;
- Sensação de irrealidade ou sensação estar distanciado de si mesmo;
- Medo de perder o controle ou “enlouquecer”;
- Medo de morrer
B: Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês ou mais de uma ou de ambas das seguintes características:
- Apreensão ou preocupação persistente de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências (p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco, “enlouquecer”).
- Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionado aos ataques (p. ex., comportamentos que tem por finalidade evitar ter ataques de pânico, como esquiva de exercícios ou situações desconhecidas).
C: A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, ou medicamento) ou de outra condição médica (p. ex. hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares).
D: A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., ansiedade social temidas, como transtorno de ansiedade social; em resposta a objetos ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia específica; em resposta a obsessões, como transtorno obsessivo compulsivo; em resposta à evocação de eventos traumáticos, como transtorno de estresse pós-traumático; ou em resposta à separação de figuras de apego, como no transtorno de ansiedade de separação […]
A frequência ou gravidade dos ataques de pânico variam de forma considerável, podem durar: Meses com frequência de 2 vezes na semana; pequenos surtos todos os dias separados por semanas; meses sem ataques ou ataques menos frequentes (por exemplo, dois por mês) durando anos.
A orientação que se tem quanto aos critérios diagnósticos segundo o DMS-5 é: quando houver sintomas referentes à esquiva de situações agorafóbicas, como sair de casa, usar transporte público ou fazer compras, por exemplo, um diagnóstico adicional de agorafobia deve ser estabelecido.
[tie_index]Etiologia do Transtorno do Pânico (causas)[/tie_index]
Etiologia do Transtorno do Pânico (causas)
Algumas principais hipóteses são descritas nos estudos sobre transtorno do pânico, são hipóteses biológicas: genética; neurotransmissores envolvidos na base neuromoduladora do pânico; hipóteses de base psicológica, como temperamento, vulnerabilidade psicológica, alta consciência e sensibilidade a ansiedade; e o fator “injustificável” do ataque de pânico.
Os fatores biológicos de base genética são determinantes principais para o surgimento dos sintomas no Transtorno de Pânico, visto que até 35% dos parentes de primeiro grau dos pacientes com Transtorno de Pânico sofrem do mesmo problema.
Outra hipótese é de base neuroquímica, ou seja, ocorre a ação de neurotransmissores específicos e neuromoduladores do SNC (sistema nervoso central).
Vulnerabilidade psicológica de Barlow, refere-se a sentir, de forma generalizada, “ansiedade e estados afetivos negativos, caracterizada por uma sensação reduzida de controle decorrente de experiências precoces no desenvolvimento, sendo somado pela experiência de determinadas situações somáticas associadas a uma sensação elevada de ameaça e perigo
O temperamento mais associado aos transtornos de ansiedade incluindo o pânico é o Neuroticismo, ou seja, à propensão a sentir emoções negativas diante de fatores de estresse, o medo do medo é um fator que diferencia o Transtorno de Pânico de outros transtornos de ansiedade, pois os transtornos de ansiedade possuem diferentes cargas de afetividade negativa.
Sensibilidade à ansiedade trata-se de uma crença de que os sintomas físicos de ansiedade são danosos; a sensibilidade à ansiedade reativa o medo das sensações corporais (medo do medo), desenvolvendo uma alta consciência interoceptiva.
[tie_index]Tratamento[/tie_index]
Tratamento
No tratamento do transtorno do pânico o paciente busca compreender o medo das sensações físicas, evitações e as estratégias de segurança – desvios para não enfrentar o medo, por exemplo: carregar ansiolíticos, leques, sentar perto de saídas.
Trata-se de eliminar padrões desadaptativos de funcionamento cognitivo (distorções cognitivas, manejo de ansiedade) e comportamental (promover os exercícios de exposição com dessensibilização sistemática).
O manejo do tipo de medicação, em qualquer fase do tratamento, depende da conduta clínica adotada pelo médico responsável. Cabe ao psicoterapeuta conhecimento da medicação prescrita, bem como o entendimento dos princípios ativos e dos efeitos sobre as cognições e comportamento.
Sempre que possível, mantenha contato com o clínico ou médico psiquiatra responsável pelo tratamento medicamentoso do paciente, para obter informações sobre quais medicações foram prescritas. Afinal, o paciente às vezes não sabe dizer qual medicação está usando e como ela foi administrada pelo médico.
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Psicóloga | Especialista em psicologia clínica – Terapia Cognitivo Comportamental | Especializando em neuropsicologia | Telepsicologia | Atendimento Psicológico Online| CRP08/29039 – 04199855-5683 | https://www.psicofransuelegularte.com/
Referências bibliográficas
LEAHY, R. Técnicas de Terapia Cognitivo Comportamental: Manual do terapeuta. Robert Leahy. Porto Alegre: Artmed, 2006.
RANGÉ, B. Terapias Cognitivo-Comportamentais. Um diálogo com a psiquiatria. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
SADOCK, B. J.; SADOCK, V. A.; RUIZ, P. Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
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