Diante da instauração da Pandemia do COVID-19, pesquisadores do mundo inteiro investigaram sobre a saúde mental das pessoas neste momento de pandemia, e eu posso lhe dizer, os resultados não são tão bons quanto a gente esperava.
Muitas pessoas que já vivenciavam ansiedade, depressão, estresse, medo, ou qualquer tipo de inquietação mental, tiveram seus sintomas agravados diante dessa nossa atual situação. E eu estou aqui para falar um pouco desse medo que tanto vem causando prejuízos na saúde mental das pessoas, e pode ser que na sua também.
Meu nome é Jessica Caroline Ramos Peres, sou psicóloga, e há quatro anos trabalho com atendimento clínico ajudando pessoas a encontrarem a sua melhor forma de enfrentar o medo presente em suas vidas. Além disso, possuo Formação de Capacitação em Terapia Online pelo Instituto de Terapia Online do Brasil, e atuo nesse meio desde que foi permitida a Psicoterapia mediada por TIC’s em 2018.
Agora, peço a você que me responda às perguntas a seguir:
Como você está? De que forma está passando por esse momento tão desafiador na vida de todos nós?
Pode ser que suas respostas automáticas tenham sido: Estou bem! Normal...
Diante disso, eu peço que você se faça a seguinte pergunta: O que é estar bem ou normal para você?
Essa resposta leva em consideração a sua saúde física e mental? Envolve também suas relações com sua família, seus amigos ou com seu trabalho?
[tie_index]Mas afinal, o que é saúde?[/tie_index]
Mas afinal, o que é saúde?
Ainda que seja necessário considerar que nós não conseguimos estar bem o tempo todo, é importante que nos pautemos no que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece como sendo seu conceito de saúde.
Para ela, estar saudável vai muito além de não estar doente, ou seja, saúde contempla um pleno bem-estar biopsicossociocultural e espiritual.
E aí você me pergunta: o que seria isso?
O que a OMS defende é que uma pessoa para ser considerada saudável precisa apresentar um bem-estar físico, que se remete ao seu corpo biológico, além disso, precisa estar com a saúde mental em dia, que é quando você não apresenta queixas frequentes relacionadas à ansiedade, frustração, estresse, medo, entre outros sentimentos negativos.
Faz-se necessário também que você estabeleça boas relações com as pessoas que convivem em seu meio, e ainda, deve estar tranquilo com a sua espiritualidade. E espiritualidade para a OMS é o sentindo que você dá a sua vida, ou a uma ideologia que acredita e segue, e não necessariamente tem relação com a religião.
Com base no que a OMS define como saúde, sabemos que diante da pandemia a nossa saúde mental foi extremamente afetada. O medo, a ansiedade e o estresse tomaram conta de nós, e aparecem de diversas formas.
Como estou aqui para falar desse medo constante, e que afeta significativamente a nossa saúde mental, preciso dizer que esse sentimento é inerente a qualquer ser humano. Ou seja, todos nós sentimos medo, só que às vezes ele pode se apresentar de forma que prejudique nossas vidas.
Ainda que estejamos em uma sociedade que busca negligenciar a existência do medo, e a julgar quem o demonstra, ele é uma emoção inerente ao ser humano e serve para acionar a nossa proteção, como se estivesse nos alertando sobre algo que devemos fazer para nos sentir mais protegidos.
No entanto, quando ele se apresenta de forma exagerada, ele precisa de uma maior atenção e cuidado, para que não venha a nos prejudicar.
[tie_index]Algumas dicas que te ajudarão a lidar com o medo constante[/tie_index]
Algumas dicas que te ajudarão a lidar com o medo constante
Por isso, estou aqui hoje para deixar algumas dicas de como identificar formas de lidar com o medo constante, realizando algumas perguntinhas básicas:
DICA 1: IDENTIFIQUE O MEDO!
Pergunte: Quem é você, medo?
É muito importante que você identifique e reconheça esse medo. Lembre-se sempre: não é errado sentir, errado é fingir que não sente.
E nesse momento em que estamos sob o risco iminente de contaminação, talvez ele seja o medo de se contaminar, o medo de contaminar alguém próximo, medo de perder alguém, ou ainda, medo de morrer.
Ou seja, temos inúmeras possibilidades de apresentação e nomeação desse medo.
DICA 2: INVESTIGUE O QUE ESSE MEDO QUER LHE DIZER!
Pergunte: O que você quer me dizer, medo?
Até parece coisa de doido né? Mas não é! Escutar o que o medo quer lhe dizer é um importante passo para desenvolver formas de lidar com ele.
Será que é medo de ser contaminado? Medo de contaminar alguém? Ou ainda medo da morte?
Responda essas perguntas e passe para o próximo passo.
DICA 3: BUSQUE FORMAS PARA LIDAR COM O ESSE MEDO!
Pergunte: O que eu posso fazer para que você diminua, medo?
Depois que você entende e aceita o que está sentindo, você consegue encontrar a sua forma de lidar com esse medo, até o momento em que ele não seja mais algo que te impeça de ter uma boa qualidade de vida e saúde mental.
Pensa comigo: se você está com medo de ser contaminada(o), talvez ele esteja querendo lhe dizer que você deve tomar as medidas de prevenção, como usar máscara, passar álcool em gel, lavar bem as mãos, entre outras providências sanitárias que podemos e devemos adotar.
Talvez o medo seja o medo de contaminar alguém. E o que fazer com isso? Tomar providências de isolamento domiciliar, higienização, distanciamento entre outras.
Ou seja, como eu já disse aqui, identifique e nomeie esse medo para que possa entender o que pode ser feito e, consequentemente, ele será diminuído.
E é muito importante lembrar: o medo não vai desaparecer, uma vez que ele é da nossa condição de ser humano. O que vai acontecer é que você vai desenvolver a sua melhor forma de lidar com ele.
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Resumindo
Então, o convite que eu faço a você, querido leitor, é: OUÇA-SE! PERCEBA-SE! SINTA-SE! NOMEIE ESSE MEDO E DESCUBRA SUA FORMA DE LIDAR COM ELE!
Mas, se mesmo diante dessas dicas você não se sentir bem, fale sobre o que você sente e sobre esse medo a alguém que irá te acolher e te ajudar a sair dessa experiência conflituosa que tem vivenciado.
Existem inúmeras possibilidades de lidar com esse medo, você irá encontrar a sua também.
Espero que tenha gostado deste texto e que ele lhe seja útil. Compartilhe com os amigos para que eles também lidem melhor com o medo nesse tempo tão delicado em que vivemos.
Um forte abraço, e para um contato mais próximo comigo, deixo minhas opções de contato abaixo:
Jessica Caroline Ramos Peres
Psicóloga Clínica CRP 04/47364
Consultório Virtual: https://blog.psicologiaviva.com.br/psicologos/psijessicacrperes/
Instagram: https://www.instagram.com/psi.jessicacrperes/
WhatsApp: (32) 98896-2531
E-mail: jessicacrperes@gmail.com
Referências Bibliográficas:
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 2000.
SEGRE, Marco. O conceito de saúde. Rev. Saúde Pública, 31 (5): 538-42, 1997. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101997000600016> Acesso em 01 de outubro de 2020.
ORNELL, Felipe; SCHUCH, Jaqueline Bohrer; SORDI, Anne Orgler; KESSLER, Felix Henrique Paim. Pandemia de medo e COVID-19: impacto na saúde mental e possíveis estratégias. Editorial. Revista debates in Psychiatry. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/arquivos/pandemia-de-medo-e-covid-19-impacto-na-saude-mental-e-possiveis-estrategias> Acesso em 21 de setembro de 2020.