Amaxofobia: descubra o que é, sintomas e como tratar o medo de dirigir

Amaxofobia é o medo irracional de dirigir, podendo ser desencadeado por traumas anteriores, como acidentes ou após presenciar colisões de outras pessoas, inexperiência ou receio de perder a direção do veículo, gerando ansiedade e estresse. 

Quem enfrenta a amaxofobia costuma se sentir incapaz de dirigir, apresentar sintomas, como sudorese, ter sua frequência cardíaca aumentada e pensar em situações catastróficas. 

Entender o que é amaxofobia e quais os sintomas mais comuns permite que você identifique essa condição e busque ajuda profissional. Leia o nosso artigo e conheça os tratamentos disponíveis para vencer o medo de dirigir. 

Sintomas da amaxofobia

Pessoas que apresentam amaxofobia apresentam diferentes sintomas físicos, comportamentais e psicológicos, que podem se manifestar antes, durante e após a experiência de dirigir.

Confira os sintomas mais comuns desta condição:

Sintomas físicos da amaxofobia

  • Taquicardia: elevação da frequência dos batimentos cardíacos, uma forma de preparar o corpo para reagir ao perigo, potencializando o fluxo de sangue para os órgãos vitais e músculos. Sabe aquela sensação de coração disparado? 
  • Sudorese: aumento da transpiração, principalmente nas axilas, mãos e rosto, uma maneira do corpo regular a temperatura, mantendo o organismo em alerta. Um exemplo é a mão suando excessivamente.
  • Falta de ar: respiração rápida e curta, que é desencadeada pela hiperventilação, diminuindo o dióxido de carbono no sangue. A pessoa pode ter a sensação de sufocamento mesmo com as janelas abertas. 
  • Tontura: a sensação de que tudo está girando. Isso ocorre porque a respiração acelerada altera os níveis de oxigênio no cérebro. Em um engarrafamento, por exemplo, o motorista pode ter uma sensação de desmaio. 
  • Boca seca: dificuldade de engolir, que pode ocorrer em situações de estresse como uma resposta de fuga. Essa situação pode ocorrer, por exemplo, ao passar por uma rotatória movimentada, fazendo com que a pessoa sinta uma secura na boca. 
  • Tensão muscular: enrijecimento dos músculos, como ombros e pescoço, uma resposta à ansiedade. Isso pode acontecer em uma tentativa de dirigir. 

Sintomas psicológicos e comportamentais

Os sintomas comportamentais e psicológicos são variados, incluindo os seguintes:

  • Atitudes de evitação: pessoas com amaxofobia podem evitar situações que envolvam dirigir, como recusar compromissos sociais. Esse comportamento proporciona um alívio imediato, mas a longo prazo fortalece o medo de dirigir. 
  • Ansiedade por antecipação: antes de dirigir, a pessoa sente ansiedade excessiva, podendo gerar irritação, tensão muscular e preocupação com possíveis situações ruins, fazendo com que ela desista. 
  • Pensamentos catastróficos: pessoas com amaxofobia podem ter pensamentos negativos sobre dirigir, acreditando, por exemplo, que perderão o controle do veículo ou provocarão um acidente, o que dificulta a superação da fobia. 
  • Impacto emocional prolongado: com o passar do tempo, essa situação pode gerar frustração e sensação de incapacidade e comprometer a autoestima.

Lembrando que esses sintomas podem evoluir com o tempo se não tratados de forma adequada.

Principais causas da amaxofobia

O medo de dirigir pode estar associado aos mais diversos aspectos ou ser resultado da combinação de condições emocionais, comportamentais ou ambientais. Listamos algumas das principais causas da amaxofobia, confira:

  • Traumas: pessoas que presenciaram ou se envolveram em acidentes podem apresentar um bloqueio emocional, impedindo que ela consiga dirigir. Esse abalo psicológico pode ocorrer mesmo sem danos físicos.
  • Falta de prática: pessoas que adquiriram a habilitação recente ou que não dirigem com frequência podem ter insegurança e falta de confiança. Isso tende a ser potencializado pelo distanciamento de situações reais de direção.
  • Ambiente familiar: em muitas famílias, o ato de dirigir é visto como perigoso, o que pode alimentar a insegurança e o receio, resultando, assim, no surgimento da amaxofobia. 
  • Influência genética: a predisposição do desenvolvimento de transtornos de ansiedade pode ter relação com características genéticas, tornando as algumas pessoas mais suscetíveis a desenvolver fobias, como o medo de dirigir.
  • Ansiedade e insegurança: a amaxofobia nem sempre pode ter origem em um trauma, já que pessoas com ansiedade generalizada ou com baixa autoestima podem ter medo excessivo de dirigir por se sentirem incapazes.

Por que algumas pessoas são mais suscetíveis?

Há pessoas mais suscetíveis a desenvolver a amaxofobia em razão de características comportamentais e emocionais específicas, que as tornam mais propensas ao medo da condução.

Entre elas, podemos citar indivíduos com ansiedade ou baixa autoestima, que tendem a ter uma visão negativa sobre a vida ou acontecimentos, o que faz com elas sintam que não têm controle suficiente para lidar com o trânsito, principalmente, em grandes cidades. 

Além disso, pessoas com perfil controladoras ou perfeccionistas também tendem a apresentar esse medo exagerado de dirigir, pois isso envolve imprevistos e ausência de controle, dependendo da situação, mesmo que de forma momentânea.

Indivíduos que tiveram experiências traumáticas ou presenciaram algum tipo de violência no trânsito ou acidente grave, podem desenvolver associações negativas com a direção, principalmente, porque o cérebro registra essas situações como ameaças.

Além disso, a falta de prática também é um fator relevante, assim como pressão de familiares, amigos e da sociedade sobre a cobrança excessiva para o ato de dirigir bem. 

Contudo, em muitos casos, a amaxofobia pode não ter uma causa única ou clara, mas mesmo assim, é importante ser tratado de maneira adequada. 

Como saber se tenho amaxofobia?

O receio de dirigir não deve ser encarado como amaxofobia, principalmente quando o indivíduo acaba de obter a habilitação ou em um trânsito movimentado.

Contudo, se esse medo tornar-se intenso e persistente, pode ser sinal do surgimento de fobia. 

Se você quer saber se tem amaxofobia, elaboramos um checklist de autoavaliação, com respostas “sim” ou “não”. 

  • Evito dirigir mesmo quando é preciso?
  • Preciso de acompanhante para dirigir?
  • Tenho falta de ar, palpitações e sudorese quando penso em dirigir?
  • Deixei de ir a compromissos por medo de dirigir?
  •  Passei ou presenciei situações traumáticas no trânsito?
  • Sou habilitado, mas não tenho confiança na minha capacidade de dirigir?

Ao responder essas questões, você consegue entender se esse receio pode ser a amaxofobia.

Impactos da amaxofobia

Essa condição pode desencadear impactos relevantes na vida do indivíduo, tanto na esfera pessoal quanto profissional, já que o medo de dirigir pode limitar a locomoção, impedir o aproveitamento de oportunidades, como emprego, ou participar de compromissos sociais. 

Além de impactos no dia a dia, o medo de dirigir compromete a independência, o que pode afetar a autoestima, desencadeando sentimentos de incapacidade e frustração.

A amaxofobia pode influenciar negativamente os relacionamentos, visto que a pessoa pode depender de terceiros para se locomover, causando sentimentos de culpa e até conflitos. 

A longo prazo, essa situação gera isolamento social, angústia e insegurança generalizada, comprometendo a qualidade de vida, além de gerar impactos na vida financeira com gastos frequentes com transporte e dificultar o crescimento profissional e oportunidades de trabalho.

Amaxofobia tem cura?

Sim, a amaxofobia tem cura. Essa fobia pode ser superada com o tratamento adequado, que envolve o acompanhamento de profissionais, como  psicólogos ou psiquiatras, que identificarão as causas para, assim, propor as abordagens mais coerentes e eficazes.

Diagnóstico da amaxofobia

O diagnóstico da amaxofobia deve ser realizado por psicólogos e psiquiatras, como mencionamos, a partir de uma análise clínica, que inclui uma avaliação do histórico do paciente, relatos de sintomas e situações que geram o medo e o impacto no dia a dia. 

Durante a avaliação, os profissionais podem adotar questionários e testes para detectar padrões de pensamento e comportamento relacionados à amaxofobia. 

Para um diagnóstico preciso, os profissionais baseiam-se nos critérios estabelecidos pelo DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), que categoriza a amaxofobia como uma fobia específica do tipo “situação”, associada à condução de veículos.

Além disso, o diagnóstico diferencial também é importantíssimo, a fim de descartar outras condições que possuem sintomas parecidos, como transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico ou agorafobia. 

Nesse caso, a avaliação deve ser feita por meio da análise de aspectos, como duração, intensidade e contexto do medo, além de considerar outros sintomas associados. 

Esse cuidado é fundamental para que o tratamento seja adequado ao cenário e à causa do problema.

Como tratar a amaxofobia?

A amaxofobia pode ser tratada com uma abordagem multidisciplinar, que inclui diferentes profissionais, como psiquiatras, psicólogos e outros profissionais. Confira:

Terapia cognitivo-comportamental (TCC)

A TCC (Terapia cognitivo-comportamental) é uma das abordagens mais usadas para tratar essa condição, já que ela atua na identificação e reestruturação de pensamentos negativos sobre a condição. 

Em muitos casos, o profissional usa a exposição gradual para possibilitar que o indivíduo possa enfrentar o medo de forma gradual. O tratamento costuma durar entre 12 e 20 sessões, incluindo as etapas de diagnóstico, prática e prevenção de recaídas.

Outras abordagens terapêuticas

Dependendo do caso, é possível adotar terapias complementares, como hipnoterapia, EMDR e mindfulness que podem ajudar a diminuir o trauma e controlar a ansiedade.

Além disso, muitos profissionais usam também a realidade virtual para tratar a amaxofobia, já que ela possibilita simulações seguras de direção. 

Terapias em grupo e grupos de apoio também são recomendados para trocar experiências e obter um melhor acolhimento durante o processo. 

Remédio para amaxofobia

Dependendo do caso, medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos podem ser receitados em casos mais graves, para reduzir sintomas físicos e melhorar o engajamento na terapia.

Contudo, é sempre importante lembrar que os remédios para a amaxofobia devem ser  prescritos  e acompanhados por um médico psiquiatra, já esses fármacos podem ter efeitos colaterais.

Qual é o seu estilo de motorista?

Cada pessoa tem um estilo diferente de direção. Por isso, o medo pode se manifestar de formas diferentes. Algumas pessoas ficam ansiosas e aceleram demais, outras acabam sofrendo pequenos acidentes constantemente, etc.

Para entender se você tem ou não amaxofobia, é importante entender seu próprio comportamento. Para facilitar esse processo, apresentamos a seguir uma lista dos perfis de motoristas mais comuns. Descubra qual é o seu!

O professor

O motorista professor é aquele que adora ensinar. Sempre fala o que deve ser feito, critica o erro das outras pessoas e raramente presta atenção aos próprios equívocos. 

Pessoas com esse perfil não olham para si mesmas e “enganam” o medo ao ficar falando de outros motoristas.

O sabichão

O sabichão é aquela pessoa que sempre tem razão. Ele é “o melhor motorista”, todos os outros estão errados e apenas ele entende o que é correto a ser feito. 

O sabichão raramente aceitaria ter medo de algo, já que ele disfarça o medo usando uma autoconfiança forçada.

O competidor

Competidor ou corredor é o motorista que sempre gosta de ficar na frente de outros carros. Ele acelera no sinal amarelo e vê o trânsito como sua pista de corrida. 

Quem tem esse perfil ignora o medo de dirigir ao focar em seu objetivo no trânsito, que é ficar em primeiro lugar.

O carrasco

O motorista carrasco tem só uma missão no trânsito: punir outros motoristas. Caso ele veja alguma coisa que discorde, ele sai do carro para brigar, faz fechadas perigosas e não se importa muito com o próprio carro.

Esse perfil de motoristas tende a esconder o próprio medo por trás da sensação de segurança e poder que existe em punir pessoas.

O escapista

O motorista escapista é aquela pessoa mais distraída. Ele coloca músicas e canta junto, se distrai na conversa com o passageiro, conversa ao telefone, etc. 

Nesse caso, o motorista ignora o medo de estar dirigindo e foca em outras coisas, o que acaba oferecendo ainda mais riscos para sua segurança.

Exercícios práticos para superar o medo de dirigir

É possível superar o medo de dirigir com alguns exercícios práticos que melhoram a concentração, diminuem a ansiedade e o estresse, acelerando o progresso no tratamento. 

Técnicas de relaxamento e controle da ansiedade

Para controlar as emoções e se acalmar, as técnicas de relaxamento são eficazes. Sendo assim, ao dirigir, tente fazer a respiração diafragmática: inspire profundamente pelo nariz, expanda abdômen e expire devagar pela boca. 

Essa técnica contribuiu com a redução do o ritmo cardíaco, acalmando o sistema nervoso.

Você pode usar técnicas de mindfulness, que consiste em sentar-se de forma confortável, fechar os olhos e ficar atento à respiração por cinco minutos. Cada vez que perder o foco, volte a atenção para o exercício. 

Essas técnicas podem ser realizadas todos os dias ou antes de dirigir como uma espécie de preparação para a condução. 

Plano de exposição gradual

O plano de exposição gradual ajuda a reprogramar a mente e diminuir o medo. Para isso, é preciso seguir um roteiro, confira:

  • Feche os olhos e imagine-se na direção de forma segura, passando por ruas calmas. 
  • Entre no carro desligado, faça os ajustes necessários nos espelhos e relembre os comandos necessários para dirigir.
  • Ligue o carro, mas sem sair do lugar para sentir o ambiente.
  • Dirija devagar em um local controlado, que pode ser um estacionamento vazio.
  • Faça pequenos em áreas conhecidas. Se possível, conte com a presença de uma pessoa de confiança.
  • Aumente gradualmente a distância, os horários e os locais, como avenidas, até se sentir mais confiante para dirigir sozinho.

Prevenindo a amaxofobia

A amaxofobia é um medo que pode ser evitado. Por isso, é importante que pais e educadores ajudem a evitar o desenvolvimento dessa fobia. 

O ideal é discutir sempre a importância da educação no trânsito, evitando comentários negativos sobre a direção, mas reforçando sempre a necessidade de atitudes responsáveis na direção.

Em caso de acidentes, é fundamental que a situação seja abordada com objetividade, destacando a importância de não se sentir inseguro ou ter sentimentos de culpa, focando sempre na resolução do problema.  

Em caso de acidentes ou experiências negativas, o ideal é abordar o ocorrido com objetividade, sem reforçar sentimentos de culpa ou insegurança. Foque na resolução do problema para que a situação não reforce o medo.

Somado a isso, instrutores de autoescola devem atuar sempre empatia, auxiliando no progresso do aluno, além de evitar pressões desnecessárias.

A educação para o trânsito deve preparar o aluno para se tornar um motorista seguro e responsável, não apenas ensinar regras. Esse cuidado previne o surgimento de fobias como a amaxofobia.

Quando procurar ajuda profissional?

O medo de dirigir é algo aprendido e treinado. Quanto mais tempo a pessoa passa com esse estado psíquico, mais difícil é sair dele. 

O ideal é buscar ajuda profissional quando a pessoa nota que o medo de dirigir impacta a sua rotina, limita sua locomoção e gera sintomas físicos e emocionais intensos. 

Lembre-se que, com orientação psicológica ou psicoterapia, até os casos mais graves da amaxofobia podem ser superados.

Se você acredita que não precisa da ajuda de psicólogos, mas ainda não sabe como superar esse medo, procure ajuda na Conexa Saúde, uma plataforma de saúde digital, que oferece psicologia online, onde a pessoa pode obter apoio adequado e discreto, sem precisar sair de casa. 

Grupos de apoio também estão disponíveis na nossa plataforma para ajudar a superar essa situação. Aproveite os benefícios da telemedicina e encontre o suporte psicológico que você precisa agora mesmo.

 

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