O jejum intermitente é uma prática que tem sido utilizada ao longo da história por diversas culturas e religiões como forma de purificação do corpo e da mente. A ideia por trás do jejum intermitente é alternar períodos de ingestão de alimentos com períodos de jejum, promovendo assim a queima de gordura e a regulação dos níveis de açúcar no sangue.
História do jejum intermitente
Na antiguidade, o jejum intermitente era frequentemente associado a práticas espirituais e religiosas. Por exemplo, o jejum era comum entre os seguidores do judaísmo, cristianismo e islamismo como forma de purificação espiritual e renovação do corpo. Na Grécia Antiga, médicos como Hipócrates recomendavam o jejum como forma de tratamento para diversas doenças.
Com o passar dos anos, o jejum intermitente perdeu popularidade e foi substituído por modelos de alimentação mais tradicionais. No entanto, nos últimos anos, o jejum intermitente tem ganhado destaque como uma prática eficaz para perda de peso e melhoria da saúde. Estudos científicos têm mostrado que o jejum intermitente pode oferecer uma série de benefícios, como a redução da inflamação, melhoria da saúde cardiovascular e promoção da longevidade.
O que é o jejum intermitente?
O jejum intermitente é uma dieta em que se faz períodos de jejum prolongados, entre 16 e 24 horas, durante os quais apenas se pode beber água e bebidas não calóricas, como chás ou café, sem açúcar ou adoçante. Esta prática ajuda a regular os níveis de colesterol e triglicerídeos, prevenir o envelhecimento precoce, além de aumentar a queima de gordura corporal, promovendo o emagrecimento.
Este estilo de vida só deve ser seguido por pessoas saudáveis e, por isso, é aconselhável que seja feito sempre com a orientação de um médico ou nutricionista, para avaliar o melhor tipo de jejum intermitente, de acordo com o objetivo e a tolerância de cada pessoa. Com a Conexa, você tem acesso a diversos nutricionistas, psicólogos e médicos, incluindo endocrinologistas. Agende agora mesmo uma consulta.
Benefícios do jejum intermitente
Os principais benefícios do jejum intermitente são:
- Regular os níveis de colesterol: O jejum intermitente ajuda a regular os níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue, porque a dieta feita antes e após o jejum deve ser pobre em açúcar e gordura, além de ser rica em fibras, o que favorece a diminuição da ingestão e absorção de gordura.
- Ajudar a emagrecer: O jejum ajuda a emagrecer, porque pelo menos 16 horas sem comer diminuem os níveis do hormônio insulina no sangue, estimulando o organismo a usar as reservas de açúcar e as células de gordura como fonte de energia. Para emagrecer com jejum intermitente, é importante também praticar atividade física regularmente, como caminhada e musculação, preferencialmente orientada por um profissional de educação física.
- Aumentar o metabolismo: No jejum intermitente controlado, a baixa ingestão de calorias reduz os níveis de glicose e insulina no sangue. Isto obriga o organismo a usar as células de gordura do corpo, que fornecem energia e aumentam o metabolismo. Apenas jejuns com duração de mais de 48 horas podem desacelerar o metabolismo.
- Prevenir a pressão alta: O jejum intermitente pode ajudar a prevenir a pressão alta, porque favorece o emagrecimento, o que, consequentemente, melhora o sistema renina-angiotensina-aldosterona e a ação do sistema nervoso simpático, mecanismos que impactam na pressão arterial. Além disso, o jejum intermitente também favorece a redução dos níveis de LDL (colesterol “ruim”) e o aumento de HDL (colesterol “bom”), facilitando a circulação de sangue e ajudando a prevenir a pressão alta.
- Evitar a diabetes: O jejum intermitente, associado ao baixo consumo de açúcar na dieta, ajuda a equilibrar os níveis de glicose e insulina no sangue, melhorando as funções do hormônio insulina, evitando a resistência à insulina e o diabetes.
- Prevenir a flacidez: O jejum intermitente promove o aumento dos níveis do hormônio GH (hormônio do crescimento) no sangue. Este hormônio facilita a queima de gordura do corpo e ajuda a aumentar a massa muscular, prevenindo a flacidez.
- Desintoxicar o organismo: O jejum intermitente pode aumentar a produção de enzimas envolvidas na desintoxicação, ajudando a equilibrar a flora intestinal e desintoxicar o organismo, diminuindo o risco de problemas no fígado e rins.
- Diminuir o risco de doenças do coração: Por ser uma ferramenta que prioriza uma dieta rica em fibras, vitaminas e antioxidantes, o jejum intermitente ajuda a reduzir inflamações e combate os radicais livres, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, derrame e aterosclerose.
- Prevenir o envelhecimento precoce: Diminuir o consumo de açúcar e gordura e priorizar alimentos ricos em fibras, minerais e vitaminas, como é aconselhado no intervalo do jejum intermitente, ajuda a diminuir a inflamação, combater o excesso de radicais livres, promover a hidratação e estimular a produção de colágeno, prevenindo, assim, o envelhecimento precoce.
Como fazer jejum intermitente
Para fazer jejum intermitente é preciso programar períodos de restrição na ingestão de alimentos, intercalando com períodos em que se pode comer sem restrição. No caso de nunca ter feito jejum, normalmente é recomendado começar com um jejum intermitente de uma vez por semana e por um período máximo de 16 horas. O período de jejum pode ser aumentado de forma gradual, ou seja, pode-se começar fazendo 12 horas e, à medida em que cresce a adaptação, é possível aumentar as horas de jejum.
De qualquer modo, o mais recomendável é fazer jejum intermitente com o acompanhamento de um profissional qualificado. Se você quiser entender se essa dieta é a mais recomendada para você e qual seria a forma mais adequada para a sua realidade e para as suas necessidades, agende agora mesmo uma consulta com um dos nossos nutricionistas.
Tipos de jejum intermitente
Existem vários métodos de jejum intermitente, cada um com suas características específicas:
- Método 16/8: Este método envolve jejuar por 16 horas e comer durante uma janela de 8 horas. É um dos métodos mais populares e acessíveis, ideal para iniciantes.
- Jejum de 24 horas: Também conhecido como método “Eat-Stop-Eat”, envolve jejuar por 24 horas uma ou duas vezes por semana. Durante o jejum, pode-se beber água, chá e café sem açúcar.
- Método 5:2: Este método envolve comer normalmente por cinco dias da semana e restringir a ingestão de calorias a cerca de 500-600 calorias nos outros dois dias.
- Jejum alternado: Este método envolve alternar dias de jejum com dias de alimentação normal. Nos dias de jejum, consome-se cerca de 500-600 calorias.
O que é permitido durante o jejum?
Durante o período de jejum, estão liberados água, chás e café, desde que sem a adição de açúcar ou adoçantes. Esses líquidos ajudam a manter o corpo hidratado e a controlar a fome.
O que comer depois do jejum?
Após o jejum, é recomendado comer alimentos de fácil digestão e baixo índice glicêmico para garantir uma boa digestão e o bem-estar. Alimentos aconselhados incluem:
- Cogumelos
- Batata-doce
- Abobrinha
- Quinoa
- Peito de frango
- Sardinha ou atum enlatado e sem gordura
- Brócolis
- Espinafre
- Tomate
- Repolho
- Couve-flor
- Caldo de Ossos
Após o jejum, algumas frutas que podem também ser consumidas na refeição são maçã, morango, framboesa e mirtilo.
Quem não deve fazer jejum intermitente?
O jejum intermitente não é indicado em qualquer situação de doença, especialmente em casos de anemia, diabetes, pressão alta, pressão baixa ou insuficiência renal. Além disso, o jejum intermitente também não é indicado para mulheres grávidas ou que estejam amamentando, para crianças e para pessoas com histórico de anorexia, compulsão alimentar ou bulimia.
Mesmo se estiver saudável, é importante realizar uma consulta com um médico ou nutricionista antes de iniciar o jejum intermitente para garantir que é seguro para você.
Conclusão
O jejum intermitente é uma prática que pode oferecer diversos benefícios para a saúde, incluindo a perda de peso, melhora da saúde cardiovascular e prevenção de doenças crônicas. No entanto, é fundamental fazer essa prática com cuidado e sempre com a orientação de um profissional de saúde.
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Créditos da imagem: SASITHORN em Adobe Stock.
Revisado por:
Danielle Toledo
CRN 03100899. Formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Especialista em Nutrição Clínica – UFRJ. Transtornos Alimentares – Santa Casa RJ. Especialista em Nutrição Clínica Funcional- Centro Valéria Pascoal – SP. Especialista em Medicina Do Estilo de Vida – Albert Einstein. Atua em consultório particular e na gestão e atendimento da Plataforma Conexa Saúde.