A impulsividade é um comportamento no qual as ações acontecem de modo imprevisível, sem planejamento e pensamento sobre possíveis consequências.
Pessoas impulsivas agem em resposta a sentimentos e estímulos com pouco autocontrole, sem avaliar os riscos e os impactos das suas atitudes.
Por ser um comportamento, qualquer um pode ter atitudes impulsivas ao longo da vida. Entretanto, para algumas pessoas, a impulsividade é mais intensa e frequente. Isso acontece, principalmente, quando esse comportamento está relacionado a algum transtorno psicológico, como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtorno de personalidade borderline e o transtorno bipolar.
Para entender melhor a impulsividade e aprender a identificar quando ela pode estar relacionada com alguma outra questão, é só continuar a leitura.

Quais são as características da impulsividade?
A impulsividade pode ser traduzida em diferentes características. Pessoas impulsivas podem apresentar sinais que variam de contexto, intensidade e frequência.
Alguns dos traços mais comuns associados à impulsividade são:
Tomada de decisão imediata
Pessoas impulsivas tomam atitudes e decisões sem medir consequências e considerar os riscos. Por isso, suas reações surgem de forma imediata.
Ela vê um problema, e age imediatamente sobre ele, sem considerar as melhores opções de ações. Isso geralmente resulta em arrependimentos no futuro.
Intensidade nas reações
Além de agir rapidamente, as pessoas impulsivas também tendem a serem intensas em suas reações.
Em muitos casos, a impulsividade acarreta explosões emocionais, especialmente em situações de estresse ou pressão.
Comportamentos de risco
Por não medir as consequências de suas ações, pessoas impulsivas tendem a ser, também, imprudentes. Seja com finanças, relacionamentos, no trabalho, ou em qualquer outra área, a impulsividade pode trazer riscos a curto e longo prazo.

Falta de planejamento
A impulsividade também está associada a dificuldade em seguir planos a longo prazo. Por reagirem sempre imediatamente, pessoas impulsivas geralmente optam por escolhas que gerem alguma gratificação momentânea.
Ou seja, ao invés, por exemplo, de planejarem uma viagem por alguns meses e, assim, conseguirem aproveitar ao máximo os dias de folga, pessoas impulsivas tendem a decidir na hora que querem viajar.
Claro que, ações espontâneas carregam consigo um quê de impulsividade. Mas, para pessoas em que esse comportamento é constante e não a exceção, isso pode se tornar um problema.
Quais são as causas da impulsividade?
A impulsividade é um comportamento que pode ou não estar relacionado a outros transtornos psicológicos.
Essa característica pode surgir pela combinação de diversos fatores. São eles biológicos, psicológicos e ambientais.
Abaixo, explicamos com mais detalhes cada um desses fatores que podem causar a impulsividade.
1. Genética e predisposição biológica
Alguns genes do nosso DNA estão intrinsecamente relacionados com nossos comportamentos no dia a dia. Isso significa que algumas pessoas podem nascer com uma predisposição para a impulsividade.
Essa predisposição se liga a certas áreas do cérebro, principalmente aquelas que fazem parte do controle de impulsos e da nossa tomada de decisões.
2. Alterações neuroquímicas
Os neurotransmissores são substâncias químicas que enviam informações entre neurônios, células nervosas e outros tipos de células.
Existem diversos tipos de neurotransmissores. E, alguns deles, como a dopamina e a serotonina, estão intimamente relacionados ao controle dos nossos impulsos, regulação do humor e também das emoções.
Quando, por alguma razão, esses neurotransmissores estão em desequilíbrio, o autocontrole pode ser afetado. O que facilita a ocorrência de reações impulsivas.
A dopamina, por exemplo, tem a ver com a busca de recompensas e o prazer. Assim, quando estamos com níveis elevados desse neurotransmissor, é muito comum apresentar comportamentos impulsivos. Isso porque, a dopamina aumenta a motivação para gratificação imediata.
Alguns estudos também indicam que quando a serotonina está em baixa, por ajudar a modular o humor e as respostas emocionais, a nossa capacidade de inibir respostas impulsivas é reduzida.
O desequilíbrio desses neurotransmissores acontece em decorrência de fatores como estresse, estilo de vida, dieta, saúde mental e uso de certas substâncias.
3. Experiências de vida e ambiente
Outro fator que pode ser determinante no aparecimento do comportamento impulsivo é o contexto de vida da pessoa.
O ambiente familiar, estresse crônico, exposição a situações de abuso ou negligência podem influenciar o desenvolvimento da impulsividade.
Pessoas que enfrentam altos níveis de pressão e insegurança geralmente manifestam comportamento impulsivo como uma resposta e forma de lidar com essas situações.

4. Transtornos psicológicos
Como explicamos, a impulsividade também pode ser sinal de algum outro problema psicológico adjacente.
Transtornos como o TDAH, transtorno de personalidade borderline e o transtorno bipolar geralmente estão relacionados com esse tipo de comportamento.
Quando relacionado com algum transtorno, a impulsividade surge como um dos sintomas dentro os demais que a condição tem.
A presença de uma ou mais causas não significa que a pessoa será necessariamente impulsiva.
No entanto, nos casos em que o comportamento se manifesta, investigar a causa é essencial para promover estratégias de tratamento eficazes.
Caso a impulsividade seja comum e constante no seu dia a dia, de forma a ser um problema, buscar ajuda psicológica é essencial.
Por meio de uma consulta online com um psicólogo é possível definir os sintomas, causas e opções de tratamento que levam a uma vida mais equilibrada e saudável. O especialista investiga quais os gatilhos para a impulsividade e cria caminhos possíveis de minimizar a incidência desse comportamento.
Quais são os transtornos relacionados à impulsividade?
A essa altura do artigo, você já sabe que a impulsividade pode surgir como um sintoma de alguns tipos de transtornos psicológicos.
Como explicamos, não é porque se é impulsivo que automaticamente se tem alguma condição adjacente.
No entanto, compreender as possibilidades de transtornos que estão relacionados com o comportamento é importante para investigar causas e ter um tratamento mais direcionado.
Em casos de impulsividade constante e intensa, os transtornos psicológicos mais comuns são:
Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade
O déficit de atenção e hiperatividade, como o nome diz, é um transtorno onde o paciente sente dificuldade de concentração, inquietação, esquecimento frequente, dificuldade de organização e inquietação.
Pessoas com TDAH também podem ter sintomas de impulsividade. Isso geralmente se manifesta em conversas, onde a pessoa não espera a outra terminar de falar e acaba interrompendo, no controle financeiro, agem sem pensar, respondendo perguntas de forma abrupta antes de elas serem completadas e outras situações.
Transtorno de personalidade borderline
Uma das maiores características do borderline é justamente a impulsividade e dificuldade de controlar impulsos. Caracterizado por instabilidade nas emoções e nos relacionamentos, esse transtorno geralmente leva os pacientes a reações impulsivas, principalmente em momentos de estresse ou de emoções intensas.

Transtorno bipolar
Outro possível transtorno que pode estar relacionado à impulsividade é o transtorno bipolar. Pessoas com essa condição, principalmente em episódios de mania ou hipomania, tendem a ter comportamentos impulsivos.
Esse transtorno é caracterizado por dois diferentes episódios. O de mania ou hipomania (a depender do tipo de bipolaridade) e o de depressão.
Enquanto no de depressão, a pessoa apresenta profunda tristeza, diminuição da disposição e sente mais sono do que o comum, em episódios de mania ou hipomania, pessoas bipolares sentem euforia, maior disposição, menor necessidade de sono, excesso de energia e impulsividade.
Neste estado, quando estão com energia elevada, os pacientes ficam mais propensos a tomarem decisões arriscadas.
Transtorno de personalidade antissocial
O transtorno de personalidade antissocial diz respeito a uma série de comportamentos considerados ruins para o paciente e pessoas que convivem com ele.
Pessoas com esse transtorno são desrespeitosas com regras e direitos dos outros. No geral, agem sem levar em consideração as consequências que suas ações geram para si ou para outro. Por isso, a impulsividade é um dos traços mais comuns.
Como é feito o diagnóstico da impulsividade?
O diagnóstico da impulsividade como um problema a ser tratado é feito por meio de uma avaliação clínica. Ele é feito por profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras. Esse processo envolve uma análise cuidadosa dos comportamentos e sintomas do indivíduo para entender o contexto e a frequência das atitudes impulsivas.
Durante a consulta, o especialista faz perguntas sobre o histórico familiar, hábitos diários e experiências de vida que ajudam a entender melhor os padrões de comportamento e identificar possíveis causas da impulsividade.
Para diagnosticar possíveis transtornos, o psicólogo ou psiquiatra utiliza questionários e escalas de avaliação e avaliam a intensidade e o impacto do comportamento impulsivo no dia a dia do paciente.
O diagnóstico de impulsividade também inclui uma análise para verificar a presença de outros transtornos psicológicos, como o TDAH ou o transtorno de personalidade borderline. É importante ressaltar que esse artigo é de caráter informativo e não substitui a consulta com um especialista.
Mesmo com suspeita, apenas um profissional de saúde mental é capaz de validar um transtorno ou condição psiquiátrica.
Com o diagnóstico em mãos, o profissional pode recomendar o tratamento mais adequado, considerando tanto o comportamento impulsivo quanto qualquer outro possível transtorno.

Como tratar a impulsividade?
Existem várias abordagens que podem ajudar a controlar o comportamento e melhorar a qualidade de vida da pessoa. Em geral, o tratamento varia de acordo com a intensidade e as causas dos sintomas. Por isso, é essencial entender se a impulsividade surge em decorrência de um transtorno ou é apenas um comportamento.
Ter suporte psicológico é um dos principais meios de tratar a impulsividade. As consultas com um especialista ajudam a inserir estratégias no dia a dia que ajudam a minimizar a incidência de impulsividade e a diminuir os impactos que o comportamento tem na vida do paciente.
Além disso, em outros casos, principalmente se a impulsividade está relacionada com algum outro transtorno psicológico, o tratamento pode acontecer por vias medicamentosas. Os medicamentos são receitados apenas por um psiquiatra capacitado e podem variar de tipos. Os principais são:
- Estimulantes
- Antidepressivos
- E estabilizadores de humor
Mudanças no estilo de vida também são essenciais no tratamento da impulsividade. Elas têm um impacto significativo na saúde mental e, portanto, no controle do comportamento impulsivo.
Praticar exercícios físicos regulares e práticas de mindfulness e relaxamento ajudam a liberar energia acumulada e aumentar a consciência emocional.
O tratamento varia de pessoa para pessoa. Se você ou alguém que você conhece está lidando com a impulsividade, é fundamental buscar orientação de um profissional qualificado.
Um dos benefícios da telemedicina é a facilidade de conseguir informação médica. Se você está em dúvida sobre que formas de tratamento seguir para inibir a impulsividade, uma consulta online pode ser uma ótima opção.
Qual profissional devo procurar para tratar minha impulsividade?
Quando se trata de lidar com a impulsividade, é essencial contar com o apoio de profissionais qualificados.
A escolha do profissional certo faz toda a diferença no tratamento e no controle desse comportamento.
O profissional de psicologia é o especialista mais procurado no tratamento do comportamento impulsivo. Ele é capacitado para realizar o diagnóstico e tratamento do problema.
Após a investigação dos sintomas, nas consultas, o psicólogo consegue não só ouvir o paciente, mas também oferecer estratégias para aliviar a condição no dia a dia.
Se a impulsividade estiver associada a um transtorno mental mais complexo, a consulta com um psiquiatra é a mais indicada. No entanto, geralmente o psiquiatra é buscado após a consulta com algum psicólogo.
Assim, após a investigação dos sintomas, o psicólogo geralmente orienta o paciente a buscar ajuda psiquiátrica – já que, em alguns casos, o tratamento com medicamentos pode ser necessário.
O psiquiatra determina se a impulsividade é parte de um transtorno mais amplo e, com base nisso, prescreve medicamentos.
É importante salientar que ambos profissionais podem fazer parte do tratamento para impulsividade. Em consonância ao suporte psicológico, o psiquiatra ajuda a definir os medicamentos que ajudarão o paciente a restabelecer o equilíbrio e saúde mental mais rápido.
Como mitigar os impactos da impulsividade?
Lidar com a impulsividade pode ser desafiador, mas existem diversas estratégias e métodos que podem ajudar a minimizar seu impacto na vida cotidiana.
Além dos tratamentos médicos, a pessoa impulsiva pode fazer algumas atividades que ajudam a promover um controle emocional mais eficaz. Algumas das mais efetivas são:
Atenção plena (mindfulness)
A prática de mindfulness ajuda a aumentar a consciência sobre seus pensamentos e emoções, e permite que você reconheça os momentos em que a impulsividade surge. Ela pode ser feita através de meditação e exercícios de respiração.
Atualmente, existem diversos aplicativos que fazem meditação guiada e atenção plena.
Estabeleça limites
Aprender a estabelecer limites pode ajudar a evitar situações que desencadeiam comportamentos impulsivos. Aprender a dizer não para pessoas e situações que podem levar a impulsividade é uma habilidade importante a ser desenvolvida.
Criar rotinas
Estruturar seu dia também ajuda a reduzir a probabilidade de agir por impulso. Isso porque, quando você define suas tarefas diárias e programa sua agenda de forma saudável, com horários para atividades que você deseja realizar, as situações de risco diminuem e, logo, a impulsividade também.
Caso a impulsividade seja um problema que impacta negativamente a sua vida, é importante a busca por ajuda profissional. Um psicólogo ou psiquiatra consegue oferecer suporte específico para o seu caso e estratégias únicas para lidar com a impulsividade.
Na Conexa Saúde, você tem acesso a dezenas de especialidades médicas da palma da sua mão. São diversos psicólogos e psiquiatras disponíveis para atender e ajudar você a superar o comportamento impulsivo.
Agende hoje mesmo uma consulta e seja atendido rapidamente. Inicie seu tratamento o quanto antes. Coloque sua saúde mental em primeiro lugar e reconquiste o equilíbrio emocional.

Revisado por:
Amanda Ferreira Maximiano
Psicóloga graduada pela UNESP, especialista em psicologia hospitalar pelo HCFMUSP e especialista em atenção básica e saúde da família pela UNINOVE. Atua como Psicóloga Supervisora no time de Gestão em Saúde Mental na Conexa. CRP 06/148389.