A expectativa de vida brasileira está em constante aumento. Estima-se que em 2050, existam cerca de dois bilhões de pessoas com mais de 60 anos. Portanto, é fundamental a valorização do atendimento humanizado aos pacientes idosos, certo?
Então, no artigo de hoje, você irá saber o que é a humanização da saúde do idoso, as necessidades específicas dessa faixa etária e assim fortalecer o vínculo médico-paciente.
O primeiro atendimento ao idoso
O primeiro passo é reconhecer se as alterações que ocorrem na pessoa idosa são decorrentes do envelhecimento natural ou se existe alguma doença crônico-degenerativa nessa fase.
Mas é importante não classificar todas as alterações como algo normal do envelhecimento. Isso pode gerar consequências como diagnóstico e tratamento tardio e, consequentemente, piora rápida dos sintomas.
Envelhecimento natural
O contrário também é verdadeiro. Não devemos considerar todo envelhecimento natural como doença, visto que muitos sintomas podem ser explicados por esse processo natural e isso gera exames e tratamentos desnecessários.
Outro passo importante é estimular o envelhecimento ativo do idoso. No final da década de 90, a OMS explica que o “envelhecimento ativo” é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas.
Dessa forma, o envelhecimento ativo aplica-se tanto aos próprios idosos quanto aos grupos populacionais que se relacionam, estimulando a participação contínua na sociedade, em questões culturais, socioeconômicas, espirituais e civis. Essa participação ativa facilita na percepção do próprio potencial de bem- estar físico, social e mental ao longo da vida.
O temor da dependência
Sabe-se que a dependência é um dos principais temores nessa faixa etária. Por isso, é importante o papel dos profissionais de saúde em tentar evitá-la ou postergá-la, promovendo a saúde dos idosos e melhorando a qualidade de vida no futuro.
Além disso, o atendimento à pessoa idosa precisa ser em conjunto:
- Multiprofissional para o olhar integral à saúde do idoso, o idoso e a família.
A avaliação funcional busca identificar em que nível as doenças ou agravos impedem o desempenho das atividades cotidianas ou atividades de vida diária das pessoas idosas.
Sistematizar essa avaliação é fundamental. Dessa forma, o desenvolvimento do planejamento assistencial mais adequado possível, evitando os erros diagnósticos, se torna possível.
Ambiente adequado e boa comunicação
Após conhecer o principal temor dos idosos, é essencial ter boa comunicação com esses pacientes.
A boa comunicação no atendimento ao idoso trata-se de um processo dinâmico, compartilhando experiências, sentimentos, opiniões e informações.
Muitos idosos estão sofrendo de depressão, já perderam muitos entes queridos ou possuem alguma dependência física. Geralmente, o que eles mais precisam é de alguém para conversar.
Por meio da boa comunicação é possível buscar informações valiosas para a conduta terapêutica. Sendo assim, é possível modificar o curso da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Passos para a boa comunicação com o idoso
- Use frases curtas e objetivas, permita que o idoso fale o que precisar;
- Chame-o pelo próprio nome ou da forma como ele preferir;
- Evite infantizá-lo, utilizando termos como “ vovôzinho”, “bonitinho”;
- Após alguma explicação, pergunte sempre se entendeu bem a explicação;
- Repita a informação sempre que necessário, utilizando palavras diferentes e fáceis de compreensão;
- Fale de frente, sem cobrir a boca e não se vire quando falar;
- Aguardar a resposta da pergunta, antes do próximo questionamento, para garantir que o paciente falou tudo que precisava;
- Não interrompa a pessoa no meio de sua fala, demonstrando pressa. É necessário permitir que ele conclua o seu próprio pensamento.
Acolhimento da Pessoa Idosa
Para o atendimento humanizado à pessoa idosa, é preciso acolher e conhecer as especificidades dessa população.
A seguir, saiba como estabelecer o vínculo e acolher o idoso durante o atendimento:
- Estabelecer uma relação respeitosa;
- Reconhecer que o idoso é capaz de compreender as perguntas que lhe são feitas ou as orientações que lhe são fornecidas;
- Não deve-se falar primeiramente a seu acompanhante, permita que o idoso compreenda sobre sua própria saúde;
- Chamar a pessoa idosa por seu nome e manter contato visual;
- Utilizar linguagem clara e evitar usar termos técnicos.
Promoção da Saúde dos idosos
A Política Nacional de Promoção da Saúde, em Março de 2006, criou uma portaria tendo como prioridades ações para a Promoção da saúde dos idosos. Saiba quais são essas ações:
- Garantir boa alimentação e mais saudável;
- Estimular a prática de atividade física;
- Prevenir e controlar o tabagismo, evitando complicações de saúde futura;
- Reduzir a morbi-mortalidade com redução do uso abusivo do álcool e outras drogas;
- Redução de acidentes de trânsito;
- Prevenção da violência e estimular a paz na sociedade;
- Manter a paciência com idosos.
Respeitando os princípios do SUS
Para garantir a humanização da saúde do idoso é preciso concretizar diariamente os princípios do SUS: a universalidade, a integralidade e a equidade.
A Política Nacional de Humanização, busca efetivar os princípios do SUS no cotidiano da prática médica, qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando as trocas de experiências entre gestores, trabalhadores e usuários. Ou seja, a humanização da saúde do idoso também é um caminho para valorizar todas pessoas que fazem parte do processo de produção de saúde.
Em relação aos idosos, é importante valorizá-los e incentivá-los a ter maior autonomia para transformar a própria saúde. Isso é possível através da responsabilidade compartilhada, troca de saberes e criação de vínculo.
Assim, torna o paciente idoso o protagonista da sua história, melhorando a qualidade da saúde e proporcionando o envelhecimento saudável.
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Texto: Lyz Tavares