O fim de um relacionamento é sempre um momento delicado. Não existem rompimentos fáceis. Mesmo quando o rompimento parece ser o melhor caminho, encerrar ciclos é algo doloroso.
Lidar com um término é difícil, mas possível. Afinal, toda ruptura envolve uma perda. No fim de um relacionamento, perdemos a rotina, as expectativas, os sonhos, o vínculo emocional, amizades e familiares que podem estar envolvidos… e o corpo passa por um processo de luto.
No texto abaixo, separamos tudo o que você precisa saber sobre o fim de um relacionamento. Continue a leitura e descubra como passar por esse processo sem reprimir emoções e seguir em frente de forma saudável e natural.
Por que o fim de um relacionamento é tão difícil?
Mais do que a quebra de um vínculo, o fim de um relacionamento impacta diretamente no nosso cérebro e na forma como nos relacionamos.
O laço construído em uma relação é entendido pelo cérebro como uma fonte de segurança e prazer, por meio da liberação de substâncias como dopamina, ocitocina e serotonina. Todos esses, hormônios muito importantes para o nosso bem-estar.
Assim, quando esse vínculo é rompido, entramos em algo parecido com uma abstinência.
Associando esses bons sentimentos e o convívio do casal aos momentos vividos junto ao ex-parceiro, sempre à disposição, a falta repentina desses eventos positivos pode gerar muitos sintomas no organismo. É a partir daí que surge a:
- Tristeza intensa
- Irritabilidade
- Sensação de vazio
- Alterações no sono
- Mudanças no apetite
Tudo isso impacta a autoestima, como a pessoa se enxerga e se valoriza, a socialização, produtividade no trabalho ou nos estudos, autoconfiança para tomar decisões, e pode até roubar a motivação para tarefas simples do dia a dia
Com essa ruptura, o cérebro precisa, basicamente, reaprender a viver sem aquela pessoa. Por isso, é natural que o fim de um relacionamento exija tanto da mente e do corpo. Afinal, esse processo afeta toda uma dinâmica interna no nosso organismo e a rotina do dia-a-dia.
Como superar o fim de um relacionamento?
Como vimos, superar o término de um relacionamento não é uma tarefa simples. Porém, em uma era onde os rompimentos são cada vez mais comuns, passar por esse processo dói, mas não é o fim. E é mais comum do que parece.
Para você ter ideia, em 2022, cerca de 47% dos casamentos acabavam antes de 10 anos de relacionamento. É quase metade do volume total de registros.
Então, antes de tudo, para superar um término é preciso entender que você não está sozinho. E, embora no início pareça impossível, é possível, sim, atravessar isso e se reconstruir.
É claro que não existe uma fórmula mágica. Cada pessoa é uma pessoa e cada rompimento é um rompimento. Términos doem e não há como fugir disso, em qualquer tipo de relacionamento.
Mesmo assim, existem alguns passos comuns na hora de superar um término que podem aliviar, diminuir e tornar o sofrimento algo mais passageiro.
Abaixo, separamos algumas atitudes que podem te ajudar nesse momento. São passos que focam principalmente na missão de se reconectar com você mesmo e entender que uma pessoa não determina sua vida toda.
Cuide da sua autoestima
Durante um término, é comum ficar com a autoestima baixa. Muitas vezes, passamos a duvidar do nosso valor, a se culpar pelo que não deu certo ou a se comparar com outras pessoas.
Se apenas uma dica pudesse ser dada neste texto, com certeza seria para cuidar da sua autoestima e estabelecer práticas de autocuidado.
Para entender que sua vida não gira em torno de outra pessoa é preciso enxergar que, na verdade, sua vida gira em torno de você. Por isso, resgatar sua individualidade, lembrar das suas qualidades, dos seus desejos e das coisas que fazem você se sentir vivo é essencial nesse momento.
Para isso, você pode:
- Começar um novo hobby
- Apostar em uma transformação física que represente sua transformação interna também, como um corte de cabelo
- Retomar amizades antigas
- Investir na sua saúde e bem-estar com exercícios físicos
- Se aprofundar em cursos ou projetos que estimulem seu crescimento pessoal ou profissional
- E tudo aquilo que te ajudar a reconstruir sua individualidade.
Recuperar a autoestima é aceitar que o fim de um relacionamento não define quem você é. É entender que você continua sendo uma pessoa inteira, com muito a oferecer a si e ao mundo.
Encare o fim com clareza e maturidade
O que geralmente sobra, no fim de um relacionamento, é a sensação de vazio. A dor se torna quase física e você sente quase que com exatidão que alguma coisa foi arrancada de dentro do peito.
Nesses momentos, é normal que a nossa mente seja dominada pelos pensamentos negativos. Não enxergamos nenhuma saída e a única coisa que parece verdade é que a dor vai durar para sempre.
Mas superar um término não significa apagar a história ou fingir que nada aconteceu. Significa, acima de tudo, respeitar seus sentimentos, ser honesto consigo e lembrar que o fim de uma relação não é sinônimo de fracasso. É apenas o encerramento de um ciclo e o início de outro.
Para atravessar esse processo do jeito menos doloroso possível,
Reconheça o que sente, sem julgamento
Raiva, tristeza e até desejo de vingança podem surgir, principalmente se houve mentiras, rejeição ou traição. Porém, alimentar esse tipo de sentimento não faz o amor desaparecer e nem acelera o processo. Pelo contrário, só prolonga a dor e mostra o quanto aquela relação ainda te afeta.
Evite agir por impulso
O impulso de querer respostas ou “dar o troco” pode parecer necessário, mas muitas vezes só reforça a conexão com quem você precisa se afastar.
Reflita sobre o que aconteceu
Entender as razões do término ajuda a evitar repetições no futuro e favorece um recomeço mais consciente.
Corte o contato
Para superar o fim de relacionamento, corte o contato em um primeiro momento. Não fique relembrando fotos, locais em comum e presentes trocados quando estavam juntos. Cada uma dessas coisas pode ser uma porta para que a sua mente idealize os momentos vivenciados, dificultando para você se libertar da conexão com essa pessoa.
Replaneje a sua vida social
Conte com a ajuda de amigos e familiares para superar uma relação. Boas companhias para compartilhar momentos agradáveis, sair, conversar, rir e demais atividades evita a dependência emocional que você pode ter criado com seu ex ou sua ex.
Mantenha-se ocupado
A solidão tem um papel importante que é o momento íntimo de reavaliação. Mas ela também tem um tempo-limite e, no seu exagero, pode levar ao isolamento social e completo.
O que pode ser o verdadeiro veneno para este tipo de situação é o ócio. Por isso, para evitar o risco da depressão crônica, uma das melhores formas de esquecer alguém é ocupando-se com atividades diversas.
Dê à mente a chance de se ocupar e pensar sobre coisas diferentes! Pratique esportes, altere o seu estilo de vida, crie uma nova rotina e assuma novas responsabilidades.
Foque no aprendizado
Uma coisa que você não pode se permitir é mendigar compaixão. Para isso, perceba as coisas positivas ao seu redor, mesmo durante a ruptura amorosa.
Normalmente, tendemos a reagir negativamente aos términos, mas uma mesma situação pode ser vista de diversas formas. Assim, tente pensar que todo momento juntos, sejam bons ou ruins, serviram para o seu próprio processo de autoconhecimento e aprendizado.
Avalie que, nos erros cometidos, algo dessa relação poderá ser melhorado em você.
Faça uma lista que te mantenha no presente
Seja por um acordo entre os dois, ou a decisão tenha partido apenas de uma pessoa, o término geralmente coloca à prova nossa razão.
Como superar o fim de um relacionamento é um processo que mexe muito com nossas emoções, muitas vezes o racional é comprometido. Esquecemos, distorcemos e acreditamos em coisas que não condizem com a realidade.
Em casos de relacionamentos tóxicos, onde há dependência emocional, é comum que o dependente, com o tempo, passe a achar que “ah, não era tão ruim assim”.
Aos poucos, ele esquece as situações ruins que viveu e substitui a realidade por uma versão melhorada e mais aceitável do que era o relacionamento.
Para prevenir isso, anotar em uma lista o que aconteceu de verdade pode ser um bom caminho. Assim, quando o emocional tomar conta e você perceber que já não sabe mais o que realmente aconteceu, retorne à lista e relembre os motivos que levaram ao fim do relacionamento.
Isso ajuda a manter os pés no chão e a racionalidade mesmo em momentos onde os sentimentos estão à flor da pele.
Recorra à terapia, se necessário
Com os altos e baixos de uma ruptura, há pessoas que não conseguem passar pelas dificuldades com certa estabilidade emocional. Muitas, inclusive, necessitam de ajuda profissional.
Afinal, não se trata de uma tarefa fácil. Muitas pessoas precisam, entre outras coisas, replanejar inteiramente o seu modelo de relações pessoais, estilos de vida e até comportamentos.
Segundo os estudos da psicologia, o sofrimento amoroso é um dos grandes causadores da depressão, debilitando todo o sistema imunológico, causando um aumento da ansiedade, insônia e demais transtornos. O estresse, por exemplo, é um sintoma inevitável durante um processo de separação, e que pode desencadear diversos outros problemas, como obesidade e problemas gastrointestinais.
Na Conexa Saúde, você tem acesso a dezenas de profissionais de saúde mental prontos para te atender. Com todos os benefícios da telemedicina, você é atendido em tempo recorde do conforto da sua casa.
Como é o luto após o fim de um relacionamento?
Assim como acontece com outros tipos de perda, o término de um relacionamento amoroso pode desencadear um processo semelhante ao luto.
E não é exagero: há uma quebra de vínculo emocional, o rompimento de planos compartilhados e a ausência repentina da presença do outro. Tudo isso abala a estrutura emocional e pode levar a sentimentos intensos que seguem estágios bem específicos.
Os cinco estágios do luto, descritos pela psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, ajudam a entender esse processo:
- Negação: é o momento em que a ficha ainda não caiu. Você pode achar que ainda há chance de reconciliação e pode até mesmo agir como se nada tivesse mudado.
- Raiva: começam os sentimentos de revolta e indignação. Você passa a procurar culpados e remoer mágoas.
- Negociação: aqui, com o desenvolvimento do término, a pessoa começa a tentar reverter a situação. Assim, faz acordos consigo mesma (e é aqui que a lista dos motivos do término pode ajudar) ou até com o outro, na esperança de evitar o fim definitivo. “Eu vou mudar” é uma promessa comum nesse estágio.
- Depressão: quando a realidade do término se concretiza, surge a tristeza profunda. É um momento de recolhimento e dor.
- Aceitação: com o passar do tempo, compreendemos que a relação acabou e que é possível reconstruir, sim, a própria vida a partir disso.
Nem todas as pessoas passam por esses estágios da mesma forma ou na mesma ordem, e está tudo bem. O importante é compreender que o sofrimento é legítimo e faz parte da cura.
Quando buscar ajuda profissional?
Terminar uma relação não é simples e, em alguns casos, pode trazer impactos emocionais profundos, como crises de ansiedade, episódios depressivos, distúrbios no sono ou na alimentação.
Se, após algumas semanas ou meses, você perceber que ainda está preso ao sofrimento, tem dificuldades de retomar sua rotina, ou que as emoções estão se tornando insuportáveis, é hora de considerar a ajuda de um profissional.
Psicólogos e terapeutas são aliados importantes nesse processo. Eles ajudam a organizar melhor os nossos pensamentos, entender os sentimentos e, o mais importante, encontrar formas mais saudáveis de lidar com a perda.
Em casos mais complexos, como relacionamentos abusivos, traições ou dependência emocional, buscar ajuda de um profissional é ainda mais importante.
Para esses momentos, psicólogos que atendem online podem ser valiosos no processo de cura. Pela plataforma da Conexa, você escolhe o profissional que mais combina com o seu objetivo, define a data da consulta e é atendido logo em seguida.
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