Os sentimentos de tristeza e alegria colorem o fundo afetivo da vida psíquica normal. A tristeza constitui-se na resposta humana universal às situações de perda, derrota, desapontamento e outras adversidades. Cumpre lembrar que essa resposta tem valor adaptativo, do ponto de vista evolucionário, uma vez que, através do retraimento, poupa energia e recursos para o futuro.
Por outro lado, constitui-se em sinal de alerta, para os demais, de que a pessoa está precisando de companhia e ajuda. As reações de luto, que se estabelecem em resposta à perda de pessoas queridas, caracterizam-se pelo sentimento de profunda tristeza, exacerbação da atividade simpática e inquietude. As reações de luto normal podem estender-se até por um ou dois anos, devendo ser diferenciadas dos quadros depressivos propriamente ditos. No luto normal a pessoa usualmente preserva certos interesses e reage positivamente ao ambiente, quando devidamente estimulada. Não se observa, no luto, a inibição psicomotora característica dos estados melancólicos. O sentimento de culpa, no luto, limita-se a não ter feito todo o possível para auxiliar a pessoa que morreu; outras ideias de culpa estão geralmente ausentes.
Embora a característica mais típica dos estados depressivos seja a proeminência dos sentimentos de tristeza ou vazio, nem todos os pacientes relatam a sensação subjetiva de tristeza. Muitos referem, sobretudo, a perda da capacidade de experimentar prazer nas atividades em geral e a redução do interesse pelo ambiente. Frequentemente associa-se à sensação de fadiga ou perda de energia, caracterizada pela queixa de cansaço exagerado. Alguns autores enfatizam a importância das alterações psicomotoras, em particular referindo-se à lentificação ou retardo psicomotor.
O momento depressivo pelo qual o sujeito vivencia mostra-se como uma possibilidade e uma oportunidade singulares para a tarefa de saber de si, o que, evidentemente, pode e deverá ser proporcionado mediante um trabalho clínico em psicoterapia. A depressão, do mesmo modo que a angústia, a ansiedade, o medo, o pânico, as fobias, as paixões de uma forma geral, o sentimento de “mal-estar” por vezes inefável, enfim, indica em última instância que algo no sujeito clama por uma possibilidade de elaboração subjetiva e compreensão interna.
Quando deprimida, a pessoa pode apresentar sintomas como rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral à fadiga. Observam-se, na maioria das vezes, problemas do sono e diminuição do apetite. Comumente ocorre uma diminuição da autoestima e da autoconfiança, assim como ideias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves. O humor depressivo varia pouco de dia para dia ou segundo as circunstâncias e pode ser acompanhado de sintomas ditos “somáticos”, como, por exemplo:
- Perda de interesse ou prazer;
- Despertar matinal precoce, várias horas antes da hora habitual de despertar;
- Agravamento matinal da depressão;
- Lentidão psicomotora importante;
- Agitação;
- Perda de apetite, de peso e da libido.
[tie_index]Trabalhando a ansiedade na era digital[/tie_index]
Trabalhando a ansiedade na era digital
Estamos vivendo um período de medo e incertezas, e diante deste cenário percebe-se um crescimento em longa escala de sintomas de depressão e ansiedade. A Música pode ser um ótimo meio terapêutico para auxiliar em mudanças comportamentais positivas, um recurso de fácil acesso, permeado constantemente o dia a dia das pessoas, é uma forma para aliviar tensões e, consequente, melhorar o seu bem-estar.
Potencializa as funções neurais do Sistema Nervoso Central e aumenta a potência das sinapses, formando novas conexões. Nesta conjuntura, neurotransmissores como Ácido Gama-aminobutírico-Gaba (acalma/relaxa) e a Dopamina (estimula a motivação/o prazer) passam a ser mais produzidos através de diversos estilos musicais. Assim, a música de fato é um dos caminhos mais rápidos e eficazes para se promover o equilíbrio entre o estado fisiológico e emocional.
Hoje em dia estamos vivendo em um era digital, que está sendo dominado pelas plataformas de streaming, no qual temos acessos em qualquer aparelho smart ou que tem acesso à internet, e por que não aproveitar essa ferramenta para relaxar? Existem vários aplicativos relacionado a música e muitos deles disponibilizam acessos de forma gratuita com algumas limitações como propagandas e ouvir músicas aleatoriamente, que acaba sendo um artifício interessante para que você passa conhecer novas músicas.
E não podemos esquecer dos filmes, séries e dos documentários. Com a febre do streaming, atualmente temos acessos não somente a conteúdos que estamos acostumados como filmes brasileiros e os americanos de Hollywood. Principalmente a Netflix oferece na plataforma deles filmes e series de diversos países, e cada dia aumenta um novo canal de streaming oferecendo ainda mais opções. Atualmente no meu Instagram padua_psico faço indicações semanalmente de filmes e series voltado para o contexto social e psicológico. Segue abaixo algumas opções de streaming.
A internet nos proporciona oportunidades de aprendermos algo com tutoriais, que muitas vezes precisaríamos de um curso para aprender. O Youtube é uma ferramenta essencial para que isso aconteça, sendo no meio da música, como na culinária, em estudos escolares, etc. Estudos relatam que aprender tocar algum instrumento é benéfico para controlar a ansiedade, ajuda a diminuir os níveis de cortisol do corpo, que é uma substância que, em grandes quantidades, gera as sensações de ansiedade, nervosismo, raiva e estresse. As regiões da memória que são ativadas quando você toca um instrumento musical também são responsáveis pela concentração e foco.
Um ótimo site para aprender a tocar algum instrumento e o www.cifraclub.com.br, dentro desse site, te oferece várias opções.
Uma atividade que ajuda na autoestima e na disposição do dia a dia é a dança. A dança melhora as relações interpessoais, e é uma excelente forma de superar a solidão e a timidez, estabelecendo novas relações, reduzindo o estresse, favorecendo o relaxamento, libertando tensões, a ansiedade e a depressão. Dentro do site do Youtube encontra-se vários canais em que professores ensinam passos de dança, entre eles tem o canal Fit Dance, no qual você tem instruções com passo a passo de dança das atualidades musicais sendo sertanejo, pop, hip hop, funk, etc.
Assim, pode-se dizer que a música não é somente entretenimento, é construção humana, é aprendizagem, é terapia, é emoção, é realização tendo grande relevância no desenvolvimento pessoal.
Aproveite e reserve um tempinho do seu dia para cantar, dançar, tocar instrumentos musicais, criar letras, melodias, meditar… façam da música sua companheira diária, pois certamente estarão preservando sua saúde mental…e daqueles que convivem com você!
Sérgio Luiz de Pádua – Psicólogo Clínico CRP: 06/171778
Referencias
- Porto.A,José. Conceito e Diagnostico. Rev Bras Psiquiatr. Depressão – vol. 21 – maio 1999. Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo. acesso: 23 de setembro:https://www.scielo.br/j/rbp/a/dwLyt3cv3ZKmKMLXv75Tbxn/?lang=pt&format=pdf
- Rosa.T, Suzana. Trabalho e depressão: um estudo com profissionais afastados do ambiente laboral. Psico-USF, v. 16, n. 2, p. 241-249, mai./ago. 2011 acesso: 23 de setembro:https://www.scielo.br/j/pusf/a/vCXsfpGWPZCRk5yZGnQbmmk/?format=pdf&lang=pt
- Marciani. A importância da musica em tempos de pandemia. 2020. Prefeitura de Mato Leitão. acesso: 23 de setembro https://www.matoleitao-rs.com.br/2020/05/13/a-importancia-da-musica-em-tempos-de-pandemia/