A estomatite se origina por infecções virais, fúngicas, bacterianas, traumas ou outras condições, e pode causar inflamação das membranas da mucosa, úlceras, erupções ou lesões na cavidade oral, nos lábios, bochechas, gengiva e língua.
Além disso, essas úlceras podem ser únicas ou apresentar-se em múltiplas feridas, provocando inchaço, vermelhidão e dor intensa, especialmente ao comer, beber e falar.
Mesmo sendo uma condição comum e que, na maioria das vezes, manifesta-se de forma leve, essas inflamações bucais merecem atenção, principalmente, em crianças, bebês ou casos graves, já que, dependendo da intensidade, ela pode levar a desidratação, febre, mal-estar e aumento nos linfonodos do pescoço.
Por isso, é importante conhecer as causas, sintomas e os tratamentos disponíveis para procurar orientação médica, quando necessário.
Quais são os tipos de estomatite?
A estomatite é uma condição que pode afetar adultos, bebês e crianças, apresentando-se em duas formas principais: aftosa e herpética, sendo que cada tipo possui características próprias e distintas.
Compreender as diferenças entre os tipos de estomatite e como se manifestam auxilia na busca por orientação médica adequada.
Estomatite aftosa
A estomatite aftosa, conhecida também como úlcera aftosa, é uma inflamação caracterizada por uma lesão de cor amarelada ou pálida, cercada por um anel avermelhado. Pode ser causada por predisposição genética, doenças autoimunes, deficiências nutricionais (como ferro ou vitamina B12), doença celíaca ou doença de Crohn.
Essas aftas na boca são mais comuns em regiões como língua, bochecha e lábio, podendo surgir em grupo ou de forma isolada.
Os sintomas da estomatite aftosa variam de um leve incômodo até dor mais intensa, que tende a aumentar ao comer, beber e falar. Em casos mais graves, o indivíduo pode apresentar até febre.
O período de cicatrização da afta na boca da criança, bebê ou adulto dura entre 4 a 14 dias, porém, em casos mais graves, a estomatite pode durar até seis semanas.
Nesses casos, é importante procurar orientação médica para investigar as causas e obter o tratamento mais adequado.
Estomatite Herpética
Já a estomatite herpética é mais conhecida por ser a primeira infecção causada pelo vírus do herpes simplex, que, em recorrência, resulta no herpes labial, manifestando-se em pequenas bolhas com líquido, que provocam sensação de queimação nos lábios, formigamento, sensibilidade e, muitas vezes, dor.
Mesmo sendo uma condição mais rara, esse tipo de estomatite costuma surgir no céu da boca e na gengiva, sendo altamente contagiosa e propagando-se facilmente pelo contato com as lesões ou pelo compartilhamento de objetos, como talheres e copos.
O que causa a estomatite?
A estomatite pode estar relacionadas a diferentes causas, que são as seguintes:
- Infecções fúngicas (como a candidíase), bacterianas e virais, como herpes;
- Lesões e traumas causados por mordidas acidentais nos lábios, língua e bochecha;
- Uso de próteses dentárias ou aparelhos ortodônticos;
- Reações alérgicas;
- Doenças dermatológicas;
- Uso de tabaco;
- Deficiências nutricionais;
- Estresse;
- Queimaduras causadas alimentos ou bebidas quentes;
- Lúpus, doença de Crohn e doença de Behçet;
- Irritação provocada por produtos químicos agressivos;
- Uso de determinados antibióticos e antiepilépticos;
- Consumo de determinados alimentos, como frutas cítricas.
Algumas condições, como HIV/AIDS, uso de imunossupressores ou quimioterapia são fatores de risco que podem aumentar a frequência e a gravidade das estomatites.
Quais os sintomas da estomatite?
Os sintomas associados à estomatite incluem os mais diversos, dependendo da sua intensidade. Listamos os principais:
- Aftas na boca;
- Dor e desconforto na área afetada;
- Dificuldade para comer, falar e beber;
- Alta sensibilidade na boca;
- Dificuldade ao comer, engolir e falar;
- Sensação de mal-estar generalizado;
- Desconforto contínuo na boca;
- Inchaço e inflamação ao redor das lesões;
- Possível elevação da temperatura corporal.
Sintomas como febre e dor intensa sugerem a necessidade de intervenção médica precoce para prevenir complicações como desidratação, especialmente em crianças.
A estomatite é contagiosa?
Sim. A estomatite herpética é uma condição infecciosa, já que ela é causada pelo vírus herpes simplex (HSV), sendo transmitida pelo contato direto com as lesões, pela troca de saliva ou pelo compartilhamento de itens pessoais.
Já a estomatite aftosa não é contagiosa, já que ela é caracterizada pela inflamação da mucosa oral.
Como diagnosticar a estomatite?
O diagnóstico de estomatite pode ser feito pelo médico da família ou por um pediatra por meio de uma avaliação física, onde o profissional avalia a aparência e distribuição das lesões.
Além disso, o médico também analisa o histórico médico do paciente para compreender quais podem ser as causas associadas ao surgimento da estomatite.
Somado a isso, para confirmar o diagnóstico, é possível que exames físicos sejam solicitados, como biópsias, coleta de secreções e amostras de tecido para verificar infecções fúngicas, além de exames de sangue e testes para detectar alergias.
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Se necessário, o médico pode indicar o paciente para exames físicos e, depois, ele pode retornar para avaliação dos resultados e acompanhamento regular, se necessário.
A estomatite é mais comum em crianças?
A estomatite, ou afta na boca de bebês e crianças, é muito comum em bebês de até 6 anos. Isso acontece porque, nessa fase da vida, o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento, tornando as crianças mais vulneráveis a inflamações e infecções na boca.
Somado a isso, crianças e bebês também costumam levar objetos na boca com frequência, facilitando, assim, a entrada de vírus e bactérias, que podem provocar a estomatite.
Como tratar a estomatite?
Em casos mais graves, pode ser receitado medicamentos, como corticosteroides, antivirais e antifúngicos. Porém, vale lembrar que a automedicação nunca é indicada, já que ela pode agravar ainda mais os sintomas.
O médico pode indicar ainda tratamentos caseiros complementares, como enxaguantes bucais ou água com sal para aliviar a dor e inflamação, géis tópicos ou pomadas.
Para evitar o surgimento de aftas em bebês, crianças e adultos, há algumas práticas importantes, que incluem higiene oral adequada com escovações regulares e uso de fio dental após as refeições.
Além disso, a adoção de uma alimentação saudável, rica em vitaminas e minerais também ajuda a evitar o surgimento de estomatite. A hidratação também é especialmente importante em crianças com dificuldade na ingestão de líquidos.
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Quando devo procurar um médico por causa da estomatite?
O médico deve ser procurado quando o indivíduo apresentar lesões na boca persistentes, que duram mais de duas semanas sem melhora ou quando a estomatite vier acompanhada de outras condições, como febre alta, dor intensa ou dificuldade significativa para comer, engolir ou falar.
Para crianças, por normalmente terem mais dificuldade em tolerar os sintomas, o ideal é buscar atendimento médico assim que necessário, para iniciar o tratamento.
Créditos da imagem: 4kodiak em iStock
Revisado por:
Ana Luisa G. O. Credidio
Médica com residência em Medicina de Família e Comunidade pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein, pós-graduada em Liderança e Inovação pela Fundação Getúlio Vargas, pós-graduada em Data Science e Informática na Saúde pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein. CRM: 183841 RQE: 93958