Definida como a perda involuntária de urina durante o sono – seja na cama ou na roupa, a enurese noturna é um tema recorrente em consultas com o pediatra.
Até os cinco anos de idade, a criança ainda está em um período de adaptação da saída das fraldas e o início do controle dos esfíncteres – músculos da região pélvica que controlam a micção.
Dessa maneira, após os cinco anos de idade, caso a perda de urina no período noturno persista, é necessária a avaliação médica.
Outras queixas que extrapolem o período noturno, como manobras de “prender a urina”, urgência para urinar, frequência aumentada de idas ao banheiro ao longo do dia ou até mesmo a perda involuntária de urina durante o período diurno, devem ser investigadas com mais cuidado pois podem estar associadas com outras patologias.
História na família, um fator de risco
Sabe-se que a história de enurese entre os pais aumenta a chance de a criança também possuir a perda involuntária de urina em até 77%, sugerindo uma associação de padrão de herança genética.
Porém sabe-se que as causas vão muito além, e podem estar envolvidas com dificuldade maior para acordar à noite, aumento da produção de urina no período noturno, aumento das contrações da bexiga de maneira involuntária e até de condições psicológicas – nascimento de um irmão mais novo, mudança de cidade, separação dos pais, entre outras situações.
Muito além do xixi na cama
A enurese pode levar a grandes impactos no relacionamento social de crianças e adolescentes, bem como em sua autoestima e até mesmo sob as relações familiares e vida acadêmica.
A criança sente-se envergonhada de ir dormir na casa de parentes ou amigos, e muitas vezes, tenta esconder as perdas de urina por medo das brigas e até de agressões físicas, levando a um ciclo de repreensões e piora nos episódios de enurese noturna.
Crianças mais próximas à fase da adolescência costumam apresentar maior incidência de sintomas emocionais, hiperatividade-desatenção, problemas de relacionamento com colegas.
Também costumam se sentir distantes e diferentes da sociedade, o que pode levá-los a comportamentos de isolamento e de baixa autoestima, causando a perda da autoconfiança.
Acompanhamento e tratamento
A identificação desses sintomas e o tratamento dependem de uma avaliação médica completa e envolvem mudanças de comportamento – como aumentar o consumo de água durante o dia e reduzir à noite, e ir ao banheiro antes de deitar-se.
Os pais possuem papel fundamental para o tratamento, pois são figuras importantes na rede de apoio da criança e adolescente.
Em alguns casos, pode ser necessário o tratamento com medicações, porém suas indicações vão depender da avaliação médica a partir da consulta. Portanto, procure a orientação de uma pediatra para melhores explicações e indicação do melhor tipo de acompanhamento para o seu filho.
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