O placebo é um tipo de tratamento, substância ou medicamento que não tem nenhum tipo de reação biológica com o organismo. O efeito placebo, por sua vez, acontece quando uma pessoa apresenta melhora no seu quadro médico após ingerir algum tipo de placebo.
Ou seja, ela ingere uma substância inativa, que não desempenha nenhuma interação com o corpo e mesmo assim apresenta melhora nos sintomas.
Embora alguns efeitos placebos ajudem os pacientes, não há evidências científicas que comprovem a eficácia dos mesmo.
Em termos simples, o efeito placebo se refere à resposta positiva que uma pessoa pode ter a um tratamento que não contém substâncias ativas.
O placebo é frequentemente utilizado em pesquisas clínicas para avaliar a eficácia de novos medicamentos e intervenções, servindo como um comparativo.
Para entender mais sobre o que é o efeito placebo e quando ele é utilizado, é só continuar a leitura!
Qual a função de um placebo?
O conceito de placebo está intimamente ligado à ideia de que a mente desempenha um papel crucial na percepção e no tratamento de doenças.
Quando um paciente acredita que está recebendo um tratamento eficaz, essa expectativa pode acarretar mudanças fisiológicas em seu corpo. O que pode aliviar os sintomas ou até mesmo curar algumas condições.
Os placebos são usados em experimentos médicos há muito tempo. Desde os anos 50 até hoje a prática continua sendo utilizada em estudos.
Nesses estudos, os participantes geralmente são divididos em dois grupos.
- Um que recebe o tratamento experimental que está se testando
- Outro que recebe placebo
Assim, os pesquisadores conseguem comparar os resultados e determinar se o tratamento testado é realmente eficaz, ou se os efeitos observados podem ser atribuídos às expectativas dos pacientes.
Embora o principal objetivo do placebo seja atuar como um controle em pesquisas clínicas para ajudar a medir a eficácia real de um tratamento, ele também pode ter funções de cura em outros contextos.
O uso de placebos levanta questões éticas
Quando começou a ser usado, cientistas, em 1950, perceberam que em 33% dos casos de uso de placebo, os pacientes apresentaram melhora dos sintomas. A média de melhora do tratamento inativo continua a mesma.
Assim, o placebo pode oferecer alívio a pacientes que não têm opções de tratamento eficazes. Por outro lado, a transparência sobre o uso aos pacientes também é uma questão.
Como o efeito placebo acontece pelo fator psicológico que acredita na cura dos sintomas, informar o paciente sobre o uso da substância inativa pode colocar em cheque os seus benefícios.
Assim, a linha entre o tratamento eficaz e a manipulação pode ser tênue. Por isso, os médicos devem considerar cuidadosamente a decisão de acordo com o contexto.
Tipos de placebos
É importante ressaltar aqui que existem diferentes tipos de placebos.
Como você já sabe, os placebos são substâncias ingeridas com alguma finalidade de melhoria e desempenho no organismo, mas que não têm nenhum tipo de reação biológica. Por isso, podem ser as mais variadas coisas.
Um placebo pode ser:
- Medicamento
- Receita caseira
- Bebidas
- Cosméticos
- Terapias alternativas
- Suplementos
A expectativa do alto rendimento realmente o torna real. É o efeito placebo.
Quais os efeitos do placebo no cérebro?
O placebo não tem efeitos diretos com o organismo. Mas, os efeitos da substância no cérebro são muitos.
Quando um paciente acredita que está recebendo um tratamento eficaz, várias áreas do cérebro são ativadas, incluindo aquelas relacionadas ao alívio da dor e à recompensa.
A expectativa da cura pode desencadear a liberação de neurotransmissores como dopamina e endorfinas, que são essenciais para a sensação de prazer e alívio.
Isso demonstra que as expectativas e crenças dos pacientes podem influenciar a atividade cerebral de maneira concreta, levando a resultados tangíveis em sua saúde.
A compreensão dos efeitos do placebo no cérebro abre novas possibilidades para o tratamento de diversas condições.
Isso leva profissionais de saúde a considerar não apenas os medicamentos, mas também o impacto das crenças e expectativas dos pacientes em sua recuperação.
Exemplos de placebo que funcionam
Um estudo da Universidade Estadual de Michigan mostrou que o placebo reduz estresse, ansiedade e depressão, mesmo quando os pacientes sabiam estar tomando placebo.
Nesse experimento, as pessoas sabiam que estavam tomando uma substância inativa, mas foram avisadas que o tratamento poderia ajudar em sintomas emocionais. E foi o que ocorreu.
Uma pesquisa inédita da USP também mostrou os benefícios do placebo para atletas. No estudo, ciclistas profissionais mulheres melhoraram seus resultados em teste de curta distância com uma pílula estando cientes que se tratava de placebo.
Efeito placebo X Efeito nocebo
Se por um lado o efeito placebo diz respeito aos benefícios que a expectativa de cura traz após a ingestão de substâncias inativas, o efeito nocebo é o contrário.
O efeito nocebo se refere à manifestação de sintomas ruins ao corpo motivados pela expectativa negativa na ingestão de alguma substância.
O efeito nocebo acontece quando uma pessoa acredita tanto que algo irá trazer efeitos colaterais a ela, que os sintomas realmente se tornam reais.
Assim, um paciente que acredita que um tratamento pode causar dor ou mal-estar pode, de fato, experimentar esses efeitos, mesmo que o tratamento não tenha propriedades prejudiciais.
A expectativa da dor pode levar ao sofrimento real, assim como a expectativa de melhora também pode trazer a cura para doenças.
Os efeitos placebo e nocebo mostram o quanto a crença na cura é importante para tratamentos. Independente de qual for, esperar bons resultados têm propriedades curativas.
Créditos da imagem: Cristian Storto Fotografia em iStock
Revisado por:
Rafael Leite Aguilar
Pós graduando em gestão de saúde pela FGV. Atua como Rotina Médica no Pronto Atendimento Conexa Saúde. CRM-ES 18586.