Vivemos em uma sociedade onde a vida é corrida, rápida, acelerada, fluída. Nossas horas são preenchidas com tarefas demais, deveres demais, pensamentos demais, trabalho/estudo demais e por aí vai, sempre acompanhados de uma intensidade demasiada.
Quando não estamos fazendo, estamos pensando que deveríamos estar fazendo. É exigido que a gente dê nosso melhor em todos os âmbitos de nossas vidas, que a gente se esforce muito e, às vezes, até esquecemos que somos seres humanos - com nossas limitações, nossos dias ruins, nossas incapacidades.
No tempo vago, quando estamos em nossas redes sociais, somos bombardeados por uma felicidade inexplicável, onde pessoas que possuem vidas “perfeitas” parecem dar conta de tudo aquilo que lhes é designado.
Vemos essas pessoas sendo presentes em suas famílias, trabalhando, seguindo uma rotina de alimentação e exercício, e fazendo diversas outras coisas. É muito comum que nesses momentos haja o pensamento “se fulano consegue dar conta de tudo, eu também consigo.”
[tie_index]Os excessos de autocobrança[/tie_index]
Os excessos de autocobrança
E aí entra uma lógica de autocobrança que traz muitas frustrações. Você quer fazer coisas demais, mas em algum momento percebe que é humano demais para fazer tanto.
A partir disso, é muito comum que a ansiedade comece a aparecer. Às vezes ela vai chegando de mansinho, através de pequenos sinais, outras vezes ela chega como furacão, trazendo sentimentos extremos de angústia.
E aí a gente vai mascarando esses sintomas com mais ocupações. Tentando sanar essa inquietude com elementos que só fazem a nossa rotina ser mais intensa.
O fato é que nossa sociedade tem nos adoecido.
Sendo assim, talvez a melhor - ou única - dica possível para desacelerar nessa sociedade tão acelerada seja olhar mais para si mesmo. Mas, não é qualquer olhar! É olhar com carinho. Compreendendo que somos seres com diversas limitações, que estamos diretamente ligados à nossa sociedade e que o social interfere no nosso particular.
É claro que existem coisas que podem nos ajudar a diminuir o ritmo, como por exemplo fazer esportes, praticar hobbies de seu interesse, passar tempo com quem se ama e fazer o que se ama.
A questão é qual lugar essas distrações vão ocupar na sua vida, pois podem se tornar apenas mais uma forma de disfarçar o que você vem sentindo.
Por isso, é importante entender o motivo dessa agitação e como o mundo que vivemos tem interferido na sua vida.
Em outras palavras, é importante perceber como você se relaciona com o mundo e como o mundo se relaciona com você. Dessa forma a solução será para além de um disfarce dos sintomas.
Um ótimo caminho para pensar nessas questões é a terapia/análise pessoal.