Desemprego na pandemia

[tie_index]A saída? Reinvente-se[/tie_index]

A saída? Reinvente-se

Ao longo da história, o trabalho caracterizou-se como uma atividade central para a sociabilidade humana e é considerado parte essencial da vida. É uma das mais expressivas manifestações do ser humano. Através do trabalho o homem desenvolve a capacidade de transmitir significado à natureza, através de uma atividade planejada, consciente e que envolve uma dupla transformação entre o homem e a natureza. 

Pelo trabalho o homem transforma a si e a natureza, e, ao transformá-la de acordo com suas necessidades, imprime sua marca pessoal e única em tudo o que faz. Isso traz sentido à vida humana. Por isso, separar o trabalho das pessoas é muito difícil, senão impossível. Ele faz parte da identidade do indivíduo. Desde os primeiros anos de vida somos ensinados que, se tivermos um trabalho, vamos conquistar espaço, respeito, posição social, status, consideração e autoestima. A vida profissional também está muitas vezes atrelada ao círculo e lugar social do funcionário, ou seja, as pessoas sofrem com a perda do meio de sustento, com o isolamento e com a falta de reconhecimento. 

Um ser humano sem trabalho é visto socialmente como um ser incompleto. Percebemos isso em nossas interações sociais. Quando somos apresentados a uma pessoa, após os nomes, invariavelmente, a pergunta é: O que você faz? Por isso, qualquer crise que provoca desemprego abala todo o sistema psicossocial do indivíduo. Em tempos “normais”, ficar desempregado já causa um grande trauma; com o Covid-19, esses efeitos tomam uma proporção ainda maior. E os prejuízos não são apenas financeiros.

Embora teóricos, estudiosos, especialistas mundiais das mais diversas áreas do conhecimento estejam debruçados sobre o assunto e apesar de todos os esforços para entender a pandemia e seus efeitos, não conseguimos ainda mensurar seus impactos em nossas vidas, tanto social, econômica quanto psicológica, considerando que esta é uma crise mundial jamais vista. 

Segundo Jamie Metzl, futurista em tecnologia e saúde, o nosso antigo normal que era o novo normal para nossos avós em meados do século XX: “Esse novo normal que parece tão chocante para nós agora, será simplesmente normal para nossos filhos e netos. Existem algumas diferenças críticas – e maravilhosas – entre meados do século XX e agora. Temos mais pessoas instruídas, conexões mais fortes, compartilhamento mais rápido de informações e mais ferramentas tecnológicas e conhecimento científico do que nunca na história. Nunca houve esse tipo de motivação combinada com essa capacidade no mundo”.

É impossível negar todos esses avanços, mas, ainda vamos precisar passar por muitas mudanças até enxergar esse “novo normal”. Enquanto o futuro não chega, no Brasil, o cenário é preocupante. Há uma grande massa da população que está perdendo seus empregos, vendo suas vidas sendo afetadas, não apenas financeiramente. O desemprego traz consigo consequências psicossociais graves. 

[tie_index]O impacto da pandemia[/tie_index]

O impacto da pandemia

Aliado a esse cenário, a pandemia trouxe, junto com o isolamento social, a instabilidade econômica para o país e o mundo. Sem perspectivas de futuro e impossibilitados de enxergar uma saída pelo menos a curto e médio prazo, o ser humano se defronta com um quadro de profunda dor e sofrimento.

E esse quadro precisa ser olhado com atenção. Os distúrbios emocionais decorrentes deste contexto como a tensão e a ansiedade minam a autoestima da pessoa, que, descrente de si não encontra forças para buscar um outro emprego. Em situação normal, a pessoa pode sentir vergonha de sua condição e optar por isolar-se dos amigos e familiares. Quando chega a esse estágio, da pessoa sentindo-se humilhada e desamparada, não é difícil instalar-se a depressão ou outro transtorno psiquiátrico que, sem ajuda de um profissional, pode evoluir para quadros de doenças mentais mais sérios.

Em tempos de Covid essa situação pode ser ainda mais traumática. O desemprego é visto pelos desempregados como uma vivência de desamparo, de exclusão, de intenso medo. Quem foi excluído do mercado de trabalho, tem medo de não encontrar um novo emprego e receia perder as suas capacidades. O impacto emocional do desemprego é maior sobre os homens. Apesar das mudanças culturais, eles ainda se veem como os provedores da casa, sendo difícil aceitar que a esposa ou outro membro da família assuma o sustento da casa. 

Outra característica que piora o quadro emocional é a idade. Numa sociedade que valoriza o novo, o jovem, trabalhadores na faixa de 50 anos, mesmo com vasta experiência, não são reconhecidos pela maioria das empresas como produtivos, sendo, portanto, discriminados. Nesse sentido, o desemprego também coloca o indivíduo em situação de exclusão de parte da sociedade. A tendência é o profissional acreditar que ele é o responsável pela perda do emprego, algo nem sempre verdadeiro. 

A culpa desperta um sentimento de irresponsabilidade e desqualificação, quadro capaz de paralisar a busca de alternativas pela pessoa, agravando sua situação. Pesquisas antigas já identificaram uma correlação direta entre o desemprego e a deterioração do bem-estar psicológico dos trabalhadores que perdem seus empregos.

O indivíduo sem emprego pode desenvolver diversos sintomas. Dentre eles, destacam-se:

  • Transtornos mentais leves (saúde mental geral),
  • Depressão,
  • Rebaixamento da autoestima,
  • Sentimento de insatisfação com a vida,
  • Dificuldades cognitivas e dificuldades de relacionamento familiar. 

Nossa mente primitiva sabe que alguma coisa está acontecendo. Com a pandemia, há um inimigo oculto que não se mostra. Isto já basta para tirar a segurança e a sensação de controle das pessoas. Com o desemprego, o quadro torna-se mais grave. Ele é um evento estressor de forte impacto, que pode ser caracterizado como um estímulo que ameaça o organismo, resultando em algumas respostas físicas e/ ou psíquicas que o organismo utiliza para evitar ou fugir de uma situação avaliada como perigosa. 

[tie_index]O estresse[/tie_index]

O estresse

Essa situação dispara um mecanismo de alerta que é ativado em nosso sistema cognitivo. Não é difícil entender as reações que o organismo pode produzir para sobreviver a esse perigo. Todas nós já as experimentamos em nossas batalhas diárias para sobreviver. A mais conhecida é o estresse

Ele se desenvolve quando o indivíduo não consegue encontrar recursos internos para enfrentar a situação, pois ela se apresenta de forma muito maior do que suas capacidades de suportar. O indivíduo não consegue resistir, e por consequência também não consegue criar estratégias para enfrentar esse “monstro” que pode destruí-lo. 

Em algumas situações, as respostas de estresse são necessárias e adaptativas, já que em situações adversas, o indivíduo é forçado a se adaptar para manter a sua sobrevivência e garantir o seu equilíbrio. No entanto, se esse quadro se torna permanente, pode criar-se um estado de estresse crônico que pode causar dano psicológico significativo e duradouro. No entanto, a maneira como cada um reage ao evento estressor, vai depender de outros fatores, como das condições psicológicas de que dispõe, de sua personalidade, estilo de vida, etc.

[tie_index]O cérebro trabalha a partir de necessidades[/tie_index]

O cérebro trabalha a partir de necessidades

O cérebro trabalha a partir de necessidades. A primeira delas, quando o indivíduo é confrontado com essas perdas, é buscar adaptação ao processo. Nesse sentido, as emoções nos preparam, predispõem e orientam nossos comportamentos para experiências positivas e negativas. 

Deste modo, as emoções podem ser fonte de aprendizagem. Se formos capazes de buscar atividades/ocupações que nos façam ter o sentimento de bem-estar, estamos encarando a situação como um reforço positivo. Dispomos de recursos para lidar com essas situações extremas; com sistemas de regulação das emoções, entre eles, a resiliência, que é a capacidade de superar um trauma e nos adaptarmos às situações adversas.

De um modo geral, podemos dizer que a resiliência está à disposição de todos Ela tem um substrato genético que acompanha o ser humano. Se todos nós somos dotados dessa capacidade, muitas vezes a pessoa não encontra forças para enfrentar uma situação difícil, pois não trabalha a sua resiliência de forma permanente ou, muitas vezes, desconhece essa habilidade. 

Esse recurso poderoso pode ser desenvolvido, aprimorado até transformar-se em uma força interna capaz de ajudar o indivíduo a encarar suas lutas como uma oportunidade permanente de autorrealização. 

[tie_index]Uma coisa é certa[/tie_index]

Uma coisa é certa

O mundo mudou de forma abrupta. Com o impacto do vírus, o desemprego, novas formas de relacionamento, relações de trabalho, colocando-nos frente a frente com um novo mundo, ainda estranho. E precisamos mudar também. Aquele mundo que conhecíamos não existe mais. Precisamos encarar essa realidade, pois ela não tem volta. 

Se você perdeu o seu emprego, seguem algumas dicas que podem ajudar a reduzir sua angústia e o estresse. A mais importante é desenvolver a atitude de colocar-se aberto e disposto a experimentar novas formas de trabalho, já que a experiência do momento está exigindo que repensemos os modelos antigos. Procure encarar a pandemia como um fenômeno que está fora de seu controle, e olhe a realidade com lucidez, otimismo e maturidade. Apesar do sofrimento da perda, busque enxergar as oportunidades que podem advir desse momento.

Sempre existe uma saídaAgora pode ser o momento de reinventar-se. Mesmo que nesse primeiro momento você não consiga vislumbrar um novo cenário para sua vida, situações de crise também levam a novas opções. É inerente ao ser humano, quando desafiado, procurar soluções criativas. 

[tie_index]Como superar a crise e crescer com ela[/tie_index]

Como superar a crise e crescer com ela

A crise é transitória: mantenha seu equilíbrio mental e físico para ultrapassar este período; tempo: se você se sentir ocioso, use seu tempo para conhecer melhor as suas soft skills. Neste momento uma das ferramentas mais poderosas para enfrentar a crise e sair desse período com um saldo positivo são as habilidades conhecidas como "soft skills".

Essa já era uma palavra muito utilizada no mundo dos negócios, agora será uma palavra de ordem no mercado pós-pandemia. Soft skills são as habilidades relacionadas ao comportamento da pessoa. Elas se manifestam na forma como os indivíduos interagem e lidam com os outros; têm uma relação estreita com a inteligência emocional

Segundo Daniel Goleman, psicólogo e autor do best seller Inteligência Emocional, habilidades como resiliência, flexibilidade, empatia, colaboração e comunicação são todas competências que distinguem profissionais incríveis da média.

E então, como estão as suas soft skills?

Aproveite o momento para se capacitar com cursos online. Atualmente há inúmeras opções gratuitas em diversas áreas do conhecimento. Busque temas instigantes, novas formas de encarar o mundo. Essa atitude vai despertar a sua criatividade e contribuir para sua evolução pessoal e profissional.

Lembre-se das finanças. Tenha em mente que será necessário reduzir suas despesas. Faça um planejamento de suas finanças pessoais e familiares, e ajuste seus gastos a este novo cenário.

Consumo: É hora de fazer compras com mais consciência. Liste aquilo que é necessário para você e sua família. Você vai descobrir que precisa de muito menos para viver.

Lembre-se também que um período maior de trabalho a partir de casa resulta em consumo superior de água, energia, entre outros gastos. Portanto, atenção às finanças.

Faça uma reflexão e pergunte-se: eu quero continuar a trabalhar no mercado formal, como funcionário de uma empresa?

Se a resposta for positiva, você terá que encarar uma enorme fila de desempregados, com o Brasil enfrentando uma das maiores crises econômicas de sua história.

[tie_index]Siga em frente[/tie_index]

Siga em frente

Avalie se o mercado no momento está absorvendo a sua profissão, já que, para algumas delas, pode ter havido mudanças no próprio modelo de negócios. Se isso está acontecendo na sua área de atuação, é hora de rever suas competências para descobrir outras habilidades, para quem sabe, mudar de ramo de atividade.

A pandemia está exigindo uma profunda transformação no modelo de negócios das empresas e adoção de novas formas de contratação de pessoas, fora do modelo tradicional do emprego formal. Pesquise as áreas que ainda estão contratando ou buscando novas soluções. 

Uma das áreas que tem crescido muito com a pandemia é a tecnologia. Novos modelos de negócio têm gerado a necessidade de investir em tecnologia; você atua nessa área, tem interesse em ingressar nesse mercado?

[tie_index]Atualize o seu currículo[/tie_index]

Atualize o seu currículo

Não se deixe dominar por sentimentos ruins, aceite que as dificuldades fazem parte de qualquer processo; fique perto de pessoas que te fazem bem, que te apoiam, que ajudam você a encarar essa fase com otimismo. O importante é se colocar aberto e disposto a experimentar novas formas de trabalho, a descobrir caminhos desconhecidos, já que a experiência do momento está exigindo repensar os modelos antigos. 

De qualquer maneira, enquanto você permanecer desempregado será obrigado, inevitavelmente, a ter um encontro com você mesmo. Descubra dentro de você talentos e capacidades ainda desconhecidos.

[tie_index]Caminho para sua Reinvenção[/tie_index]

Caminho para sua Reinvenção

Lembre-se: o autoconhecimento é principal e mais eficiente arma para lidar com as crises! 

Neste momento, uma boa atitude é parar e perguntar o seguinte: Quem sou eu?

Em uma sociedade que nos estimula a olhar para fora e não para dentro, essa pergunta pode parecer estranha, mas, essa é a estratégia mais importante que você pode utilizar para enfrentar a crise 

[tie_index]Descubra a sua melhor versão[/tie_index]

Descubra a sua melhor versão

Conhecimento é fundamental, mas, o autoconhecimento pode fazer toda a diferença nesse momento de crise. Por isso, invista no autoconhecimento e na busca por algo que realmente faça sentido para você. Entenda quem você é e construa novas bases e direção para sua vida. Aproveita essa chance e faça um mergulho para dentro de você!

O que você realmente gostaria de fazer na vida, qual o seu propósito?

O caminho do autoconhecimento não é fácil. Quando nos dispomos a fazer uma viagem para dentro de nós, certamente vamos percorrer lugares estranhos, desconhecidos com os quais não temos nenhuma intimidade. Vamos nos confrontar com nossos medos, angústias, incertezas. Não haverá caminho ou manual com as regras a serem seguidas. Essa é uma viagem onde ficaremos em um labirinto, sem GPS. Você terá que entrar, para encontrar a saída.

Viagem sem data marcada, sem percurso definido não é fácil de ser encarada. No primeiro momento, sem prática de olhar para si mesmo, a pessoa se depara com muitas barreiras. Será difícil sim, estranho mesmo, mas o resultado dessa experiência é sempre bonito. Você vai descobrir capacidades, talentos, competências que jamais imaginou que teria e ficará mais forte para lidar com as situações.

Há diversos recursos que podem ajudar uma pessoa a desenhar seu projeto de vida. Muitos sonhos ficam guardados em espaços de nossa memória e, agora, podem ser reativados. Descubra novos interesses, novas motivações. O importante é tentar. Caminhar, cair e levantar e tentar novamente!

[tie_index]Lidando com as emoções[/tie_index]

Lidando com as emoções

Lidar com as emoções é tarefa árdua. A palavra emoção tem origem no latim, na palavra ex movere, que significa "mover-se para fora" ou "afastar-se".

O recado é simples: Saia do espaço interno de sofrimento, afaste-se de emoções negativas, da angústia, medo, insegurança e caminhe em busca de novas alternativas para sua vida. 

Mova-se! Ouse sonhar!

Utilize o roteiro abaixo para construir esse novo projeto:

  • ONDE VOCÊ ESTÁ?
  • ONDE VOCÊ QUER CHEGAR?
  • O QUE PRECISA FAZER PARA CHEGAR AONDE QUER?

Com esse mapa em mãos, você pode chegar a inúmeras conclusões. Você pode mudar totalmente o rumo de sua vida. Pode mudar de profissão, mudar de área ou até mesmo descobrir que você gostaria de se tornar um empreendedor. 

Empreender não significa ter uma grande empresa ou precisar investir muito dinheiro. Um empreendimento pode nascer de uma ideia que venha a atender a alguma necessidade do mercado, não importando seu tamanho inicial. O mais importante para sua saúde mental é manter a sua mente completamente aberta para "pensar fora da caixa". 

Você pode se perguntar: "Eu tenho alguma solução capaz ajudar as empresas na crise?", "Eu tenho algum conhecimento que poderia ser vendido pela Internet?"

[tie_index]Siga essas regras[/tie_index]

Siga essas regras

Experimente seguir essas regras:

  • ESTEJA ABERTO A NOVOS CONHECIMENTOS,
  • ESTIMULE SEU CÉREBRO,
  • MANTENHA SEU CORPO E MENTE ATIVOS,
  • CONTINUE A SONHAR,
  • CAMINHE, CAMINHE E SIGA EM FRENTE,
  • DESENVOLVA SUA CAPACIDADE DE RESILIÊNCIA.

Lembre-se: quem atravessar essa crise pode chegar ao paraíso!

Emprego na área de psicologia, clique aqui!

Referências:

Relatório de tendências - descola 2019/2020

Documentos oficiais da ONU – novas habilidades do profissional do futuro

Site de tendências - www.wgsn.com

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