Psicólogo, como desconstruir e reconstruir a masculinidade no consultório?

Quando falamos em masculinidade, é muito comum mencionarmos a sua natureza tóxica. O conceito, surgido entre os anos 80 e 90, define que a masculinidade tóxica é o comportamento dos homens baseado na violência, sexo, agressão, status, força e superioridade.

É também o afastamento de tudo que possa ser considerado feminino ou frágil. E, sem dúvidas, uma das piores e mais perigosas características dessa mentalidade é a objetificação das mulheres, o que oferece risco à integridade física e emocional delas. 

Mas a boa notícia é que a masculinidade tóxica pode ser desconstruída com a ajuda de um profissional de Psicologia.

[tie_index]O que é masculinidade tóxica?[/tie_index]

O que é masculinidade tóxica?

A masculinidade tóxica, que também pode ser chamada de masculinidade nociva, é um conjunto de comportamentos e valores relacionados a uma visão tradicional e ultrapassada dos papéis de gênero na sociedade.

Aliás, masculinidade tóxica não se refere a se comportar como um homem. Ela é, na verdade, uma forma de pressão que os homens sentem para agir de maneira que se afastem por completo de comportamentos ditos femininos. Nesse caso, a fraqueza, delicadeza e vulnerabilidade são sempre negativos e relacionados à feminilidade.

Quem nunca ouviu a tenebrosa frase “homem não chora”? E perceba que ela, normalmente, é dita aos meninos, enraizando, desde cedo, a ideia de que homens precisam ser agressivos e fortes, não demonstrando emoções e sentimentos. É uma construção social da masculinidade.

Assim, fica fácil perceber que a masculinidade tóxica é a visão social deturpada sobre o que é ser um “homem de verdade”. E essa crença leva a outra, ainda mais temerária: quanto mais masculino for um homem, mais direitos ele tem. Direitos profissionais, sociais e até sobre a vida de suas companheiras. É a porta de entrada para a misoginia.

Em resumo, a masculinidade tóxica pode ser definida pela presença de três componentes comportamentais principais:

  • Resistência: É a ideia de que os homens devem ser fisicamente fortes, emocionalmente insensíveis e comportamentalmente agressivos;
  • Antifeminilidade: É a noção de que os homens devem rejeitar e se afastar de tudo que seja socialmente definido como “feminino”;
  • Poder: É a suposição de que os homens só são respeitados quando têm sucesso, poder e riqueza.

E o medo de agir de forma contrária a esses componentes nos leva ao conceito de masculinidade frágil.

[tie_index]O que é masculinidade frágil?[/tie_index]

O que é masculinidade frágil?

A masculinidade frágil pode ser definida pelo medo e ansiedade sentidos por homens que acreditam não estar atingindo os padrões sociais e culturais de masculinidade. No geral, ela representa uma insegurança seguida da necessidade de reafirmação de sua precária masculinidade.

Assim, esses homens acreditam que devem ganhar e manter ativamente seu status de “homens de verdade” ou correm o risco de perder o lugar no grupo valorizado. Para isso, se comportam de maneira ainda mais agressiva e tóxica. Um exemplo típico é quando um homem que foi ou acredita ter sido traído assassina sua companheira para “restaurar a sua honra”.

Ou seja, a masculinidade é tão frágil, que há a necessidade de provar o tempo todo que não existe nada de feminino ou vulnerável em seu comportamento. O homem precisa ser sempre sexualmente ativo, financeiramente capaz, fisicamente forte. Assim, ele é motivado a ter atitudes compensatórias em busca da manutenção dessa masculinidade.

Dessa forma, essa necessidade de manter um padrão de comportamento acaba gerando ansiedade, agressividade e frustração. Assim, a masculinidade frágil é prejudicial também aos próprios homens. 

[tie_index]O papel da terapia na restauração da masculinidade[/tie_index]

O papel da terapia na restauração da masculinidade

É fundamental estabelecer a noção de que a masculinidade não é inerentemente tóxica ou problemática. O problema está na visão tradicional e, infelizmente, aceita do que é ser um homem.

A masculinidade tóxica não fere ou mata apenas as mulheres. Também mata os homens. Seja por violência, seja por suicídio. Afinal, cuidar da saúde mental ainda é visto como algo para mulheres.

Por isso, é muito importante a participação dos psicólogos na quebra de tabus e restauração da verdadeira masculinidade. Afinal, se queremos mudar o mundo, possibilitando que as mulheres estejam em segurança e os homens psicologicamente saudáveis, precisamos começar com a forma pela qual cuidamos dos meninos e dos homens.

A terapia disponibiliza um ambiente seguro de aceitação e não julgamento para explorar sentimentos e incertezas, além de desenvolver a autoestima e autocontrole. Trabalhar com um psicólogo fornece a oportunidade de comunicar o que a mente está dizendo e entender as mensagens conflitantes que muitas vezes os homens recebem da sociedade.

Muitos homens estão sofrendo agora, confusos sobre papel e identidade. A masculinidade pode ser reconstruída mais livre e você é essencial nesse processo, psicólogo. Comece a atender pela Psicologia Viva agora mesmo. Clique aqui para saber mais!

Referências

  1. https://www.medicalnewstoday.com/articles/toxic-masculinity
  2. https://cultura.uol.com.br/noticias/49560_o-machismo-tambem-afeta-os-homens-explica-antropologo.html

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