Estima-se que pelo menos 12% da população adulta, em qualquer fase da vida, tem algum episódio de depressão, relativamente grave, que mereça tratamento. Pesquisas realizadas nos EUA indicam que 75% das hospitalizações psiquiátricas têm quadros de depressão hoje.
Estudos ainda mostram que a depressão é a principal causa de pagamento de auxílio-doença não ligado a acidentes para os colaboradores. São mais de 300 milhões de pessoas sofrendo do mal; mais de 300 milhões de pessoas que estão em momento de fragilidade, improdutividade e infelicidade no trabalho. Isso traduz na perda de U$1 trilhão/ano para a economia global. No Brasil, a depressão tira da economia R$210 bilhões por ano.
Mas situações extremamente adversas na vida não produzem, necessariamente, uma depressão. Nesses casos, o indivíduo “normal” ainda mantém o interesse e consegue avaliar mais realisticamente os aspectos de sua vida e agir na resolução do problema.
Contudo, nessas mesmas situações, o pensamento da pessoa inclinada à depressão se torna mais limitado. Começam a aparecer ideias negativas em relação aos aspectos da sua vida, já que ela não tem meios próprios para lidar com isso.
Depressão graves e brandas
Em depressões mais brandas o paciente geralmente é capaz de perceber seus pensamentos negativos com certa objetividade. Com o agravamento da depressão o pensamento começa a ficar mais dominado por essas ideias negativas, mesmo que não haja relação com as situações reais e essas interpretações negativistas.
Nessa situação o indivíduo fica bastante tomado por esses pensamentos e ele não consegue concentrar-se em estímulos externos, como ler, por exemplo, ou envolver-se em atividades mentais voluntárias (solucionamento de problemas).
Em casos mais graves, o indivíduo passa a se sentir incapaz de realizar as mais simples atividades (até as atividades que ele anteriormente adorava fazer). Ao observar sinais de depressão as pessoas próximas ao deprimido, incomodadas com a situação, dão sugestões pessoais como viagens, encontros esportes, etc. na tentativa de arrancá-lo desse estado. Entretanto, é comprovado que pessoas que estão com depressão precisam de acompanhamento médico!
A visão distorcida do depressivo
O depressivo, em geral, tem uma visão negativa de si, do mundo externo e do futuro. Ele se percebe inadequado, carente… chega a pensar que não possui atributos necessários à obtenção da felicidade.
Outra característica que se verifica é o fato do deprimido acreditar que o mundo lhe faz demandas absurdas. Ele acredita, ainda, que a vida coloca obstáculos intransponíveis para o atingimento de seus objetivos, se vitimizando.
A pessoa neste estado tem uma visão negativista do futuro e, em suas projeções, só vê dificuldades e acredita que o sofrimento presente se prolongará indefinidamente. Esse tipo de pensamento causa muita desesperança na pessoa que está sofrendo.
O deprimido em geral sofre de paralisia da vontade como resultado do pessimismo e da situação de desamparo em que se sente. A pessoa passa a apresentar apatia e baixa energia em razão da crença de estar condenado ao fracasso, em todos os seus esforços.
Depressão tem cura?
Se partirmos do princípio de que a grande fonte da depressão é um conjunto de pensamentos negativos, persistentes, podemos dizer que a correção e suavização desse esquema tenderá a aliviar bastante o quadro depressivo.
A psicoterapia tem se mostrado eficaz no tratamento da depressão, sendo necessário algumas vezes a conjugação com o uso de drogas antidepressivas. Os psiquiatras frequentemente indicam esse procedimento, mas, muitas vezes, o paciente apresenta fortes resistências ao trabalho psicoterápico.
O psicoterapeuta e o cliente trabalham juntos no sentido de identificar essas questões distorcidas, que muitas vezes são resultados de questões disfuncionais.
A partir da psicoterapia o deprimido passa a desenvolver seus próprios mecanismos de enfrentamento para lidar com a depressão. O paciente aprende a realinhar seu pensamento com a realidade e a dominar as situações de vida e os problemas que antes considerava insuperáveis.
Espera-se que os pacientes que se submetem ao trabalho psicoterápico aprendam a lidar mais eficazmente com suas possíveis depressões posteriores, abortar depressões incipientes e, bem possivelmente, tornar-se capaz de prevenir novos processos depressivos.
Com os tratamentos atuais você pode passar a ter episódios menos graves e menos duradouros, até eliminá-los de uma vez por todas. Muitas pessoas vivem hoje sem nenhum sintoma de depressão, mesmo tendo sido diagnosticadas anteriormente.
E você, tem alguma experiência com a depressão? Conhece alguém que sofra do mal? Deixe nos comentários a sua história, e vamos conversar! 🙂