Comunicação não violenta, você sabe o que é? Qual seria sua aplicabilidade e benefícios? Mais conhecida na Psicologia pela sigla CNV, a comunicação não violenta é uma forma como a pessoa expressa, preferindo sempre o caminho da conciliação.
Desta forma, as relações interpessoais são pacíficas, amigáveis. O clima melhora em todos os aspectos, principalmente nas organizações laborais. A comunicação não violenta, ou comunicação empática, pode ser aplicada nas mais diferentes frentes e ambientes.
Ela transforma e rompe as fronteiras da educação, do trabalho, da segurança, da gestão pública, entre outros segmentos. Ela proporciona melhora na saúde física e mental, humanizando os tratamentos.
Entre suas bases estruturais está a aceitação da vulnerabilidade. Esta é também uma forte ferramenta que as pessoas têm para criar empatia.
Elaboramos esse texto para que você possa entender melhor essa linha de pensamento para que possa tornar sua comunicação mais empática. Então, continue conosco e boa leitura!
O que é comunicação não violenta (CNV)?
Esse termo, criado pelo psicólogo Marshall Rosenberg, tem revolucionado o modo como nos relacionamos desde a década de 60.
A comunicação não violenta é uma forma que a pessoa encontra para expressar seus desejos, pensamentos e necessidades brandamente.
Ela prioriza o fortalecimento e a continuidade das relações pessoais. Sem exaltação da voz, julgamentos, agressões verbais ou ofensas.
Assim como as estratégias violentas são aprendidas, Marshall acreditava que o mesmo poderia acontecer por meio de comunicação não violenta.
Convivendo em ambientes tranquilos e acolhedores a tendência é que as pessoas se comportem melhor diante das divergências. Sejam mais abertas ao diálogo e à compreensão.
Portanto a comunicação não violenta concentra sua atenção no conteúdo da mensagem e na forma como ela é transmitida. A comunicação não violenta se concentra em quatro componentes: observação, sentimento, necessidade e pedido.
Qual a finalidade da comunicação não violenta?
Estabelecer relações cooperativas e de parceria é uma das principais finalidades da comunicação não violenta. Além disso, é preciso saber pedir, ouvir e se expressar de forma gentil, clara e direta.
Comunicação não violenta é uma estratégia de realização de comportamentos e sentimentos. E isso é sobre nós mesmos e sobre as demais pessoas que nos cercam.
CNV desenvolve empatia, fazendo com que a pessoa entenda como é estar no lugar do outro em determinadas situações. Ela pode ser aplicada na família, na escola, no trabalho, nas negociações.
Enfim, em qualquer tipo de relação interpessoal, onde conflitos e tensões devam ser amenizados. Entre os principais benefícios da comunicação não violenta listamos:
- Capacidade de resolver qualquer situação pacificamente;
- Positividade na mediação de conflitos;
- Promover empatia;
- Permitir abertura para diálogos construtivos;
- Estabelecer ambientes mais acolhedores;
- Reduzir agressões físicas e verbais;
- Incentivar relações saudáveis e duradouras;
- Proporcionar uma gestão otimizada das equipes;
- Fortalecer a parceria e o melhor entrosamento das equipes;
- Humanizar os atendimentos de saúde e de outras áreas;
- Ajuda no tratamento e na recuperação de traumas.
Histórico do desenvolvimento da comunicação não violenta
A comunicação não violenta é uma habilidade fundamental em qualquer época da vida. Ela pode vir de forma natural ou ser desenvolvida e aprendida, por qualquer pessoa, a qualquer momento de sua vida.
Basta ter conhecimento de suas técnicas e processos. As habilidades da CNV foram desenvolvidas pelo psicólogo norte-americano, Marshall Rosenberg. Sua inspiração se deu pelas ações de líderes como Martin Luther King Júnior e Gandhi.
Isso em meados da década de 60. Mas desde a infância em 1943, quando presenciou experiências negativas em Detroit, Marshall já demonstrava sua preocupação com a forma como as pessoas se comunicavam.
Na época os conflitos raciais e sociais eram comuns. Dedicou sua carreira acadêmica aos estudos do comportamento humano violento e suas consequências sociais. Ele pretendia contribuir para construir uma cultura de paz e de justiça mundial.
Além de Marshall, o psicólogo Carl Rogers também teve participação importante na disseminação da comunicação não violenta. Os dois se empenharam muito em mediar conflitos, em especial nas escolas.
Desenvolveram várias técnicas e criaram o Center for Nonviolent Communication (CNVC). Escreveram diversos livros. Entre eles o “Comunicação Não-Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”.
A obra publicada em 1999 se tornou um verdadeiro guia sobre como aplicar a comunicação não violenta. No Brasil, o tema é difundido em especial pelo Instituto CNV.
Quais são as habilidades que compõem a comunicação não violenta?
A Comunicação não violenta é uma importante ferramenta para fortalecer os vínculos humanos e afetivos. Deve ser aplicada em qualquer ambiente ou situação. No trabalho, os resultados positivos só crescem.
A partir de relações mais empáticas, leves e cordiais, as relações e o clima organizações se fortalecem ainda mais. Gestos, palavras, expressão corporal.
Tudo contribui para conexões humanas mais fortalecidas e amigáveis. Para isso é preciso conhecer melhor quais são os pilares que estruturam a CNV. Em seguida vamos entender as suas habilidades.
- Observação - A pessoa precisa aprender a observar os fatos de forma imparcial, sem julgamentos. Isso serve para si mesmo e para os outros. Entender o que gerou o conflito;
- Sentimentos - Após identificar a causa de determinada situação é preciso entender os sentimentos que surgem a partir daí e assumir as responsabilidades. O tom da voz e a forma como nos expressamos, pode levar a diversas interpretações e sentimentos;
- Necessidades - É preciso identificar quais as necessidades não foram atendidas e os sentimentos gerados com isso. A pessoa deve dar nomes a este estado emocional, como tristeza ou mágoa para poder tratá-los de forma correta;
- Pedido - A forma como nos expressamos é crucial nas relações. Saber como pedir e não apenas dar uma ordem é fundamental e pode aumentar ou não a conexão com o outro.
Falada
A linguagem, seja ela verbal ou não, tem o poder de agregar, unir ou afastar as pessoas. Pode gerar ou resolver conflitos. A fala é um dos principais instrumentos da comunicação e deve ser usada com sabedoria.
Ela pode transmitir os sentimentos e vir carregada de preconceitos, juízos e até ira. Portanto, a forma como passamos as mensagens de forma coerente, racional e inteligente fará toda a diferença no processo de se comunicar.
É preciso avaliar o peso e o efeito que a palavra terá sobre quem está ouvindo.
Escrita
Entendido a importância e os impactos do que se fala é hora de saber como se expressar coerentemente pela escrita. É importante transcrever os pensamentos ou as solicitações de forma precisa, clara e sem resquícios de sentimentos ou valores ruins.
Sua opinião pode ser transparente, mas nem sempre pode ser a mais acertada ou ser motivo de conflito. Respeitar o que o outro pensa é o melhor caminho em busca de soluções eficientes para a falta de entendimento.
Afinal as atitudes de outras pessoas para conosco, podem ser o resultado das nossas atitudes para com elas.
Não verbal
Mudanças internas exigem autoconhecimento para se identificar os pontos fortes e os fracos da pessoa. As expressões, como gestos, imagens ou códigos, não verbais podem interferir na comunicação.
Colaboração, compaixão, autenticidade e coragem são guias de uma comunicação eficiente. Lembre-se que nem tudo está sob o nosso controle. Quando aprendemos a ter maior controle sobre as nossas emoções, conseguimos ouvir sem julgar.
Temos maior responsabilidade sobre nossos atos e conseguimos elaborar soluções viáveis.
Etapas da construção da comunicação não violenta
Para se construir uma comunicação não violenta é preciso começar a se expressar honestamente e a receber com empatia a opinião alheia. Ambos alicerçados nos quatro componentes que já falamos.
A CNV é apenas um dos recursos que a pessoa pode ter para ampliar seu nível de consciência. Lembrando que as necessidades não atendidas podem gerar sentimentos negativos. Consequentemente isso levará a ruídos na comunicação e até conflitos.
Para se evitar que isso aconteça e promover uma comunicação eficaz é preciso se atentar a algumas etapas importantes rumo à construção da CNV. Confira alguns passos:
- Não dê poderes de certo ou errado ao que pensa ou fala;
- Sempre que possível demonstre humanidade. Tenha empatia sobre o que o outro fala. Compartilhe seus sentimentos;
- Seja sempre honesto, justo e sincero consigo mesmo e com os outros. Estes são os pilares de uma comunicação eficiente.
- Fracione o diálogo. Isso viabiliza uma comunicação efetiva, melhorando o entendimento e a convivência.
Ouvir
Este pode ser considerado o primeiro processo da comunicação não verbal. Ouvir ou observar a si mesmo e ao outro. A pessoa precisa ter discernimento para diferenciar uma observação de uma avaliação.
Assim você permite que ele realmente ouça a mensagem que está transmitindo, de forma clara, objetiva e direta. Um bom diálogo não tem julgamentos e nem percepções.
Indagar
O segundo tópico é o sentimento. Aqui a pessoa encontra um dos maiores desafios da CNV. Ter consciência da emoção que é passada no momento da comunicação. Todos os sentimentos devem ser analisados nesse momento.
O melhor sempre é saber o que se sente e não o que acha. As escolhas e a forma como se expressar devem ser conscientes e autênticas. Isso aumenta os níveis de compreensão. As relações devem ser vividas a partir da empatia, da conexão.
Compreender
A necessidade e os sentimentos estão interligados. Os psicólogos acreditam que por trás de todo sentimento existe uma necessidade e vice e versa.
Ao se expressar de forma consciente, aumentam as chances de a pessoa ser atendida em suas solicitações. É preciso ter consciência dos sentimentos, das emoções e sobre a forma como eles são transmitidos.
Argumentar
Aqui temos a última etapa do processo de CNV. Ao pensar em fazer um pedido ou argumentar sobre algum tema, é preciso se expressar de forma consciente. Clareza e positivismo também fazem parte desse método.
Desta forma a pessoa terá certeza que a mensagem pensada e enviada é a mesma que foi recebida. Sem distorções, enganos ou julgamentos. Os objetivos dos argumentos ou pedidos devem ser sempre bem objetivos e diretos.
O que o desenvolvimento da comunicação não violenta traz como benefícios?
Incentivar empatia é sempre uma ferramenta certeira nas relações humanas. Elas fortalecem os vínculos afetivos e as reações positivas. É essencial que a pessoa tenha consciência sobre reação e emoção.
Muitas vezes, determinadas reações provocam atitudes drásticas e conflitos. A CNV ajuda no entendimento das emoções, dando origem a reações mais tranquilas.
Quando adotada em empresas ou escolas minimiza debates, discussões, favorecendo o diálogo e o entendimento. Países como Alemanha, Inglaterra e Dinamarca adotaram técnicas de CNV para prevenir ações agressivas.
No Brasil, o bom exemplo vem da região metropolitana de São Paulo. O governo adotou a metodologia de CNV em 20 escolas para resolver conflitos. A iniciativa fortaleceu a cultura de paz e de responsabilidade.
Importante reforçar que ao ter as necessidades atendidas a pessoa experimenta inúmeras sensações. Fica mais calma; relaxada; conectada; animada; esperançosa; energizada; alerta; feliz; seguro; esperançoso e muito mais.
Quais são os benefícios que podem agregar à rotina de uma empresa?
A comunicação não violenta pode melhorar sensivelmente o clima organizacional das empresas. Sem discussões ou debates é possível criar um clima harmonioso e acolhedor. Aonde, chegar a um consenso é muito mais fácil e sem traumas.
Um dos primeiros passos para isso é que os gestores passem suas mensagens de forma clara e sincera. Se livrem da sensação de poder e construam relações efetivas e empáticas.
Então vamos conhecer alguns dos principais benefícios que podem agregar positivamente à rotina de uma empresa:
- Favorece a manifestação de toda a equipe de forma clara, consciente e com responsabilidade;
- Ajuda na gestão de pessoas;
- Humaniza os atendimentos;
- Estimula a empatia nas relações interpessoais;
- Resolve os problemas e conflitos de forma pacífica
- As pessoas abandonam hábitos limitantes;
- Maior abertura ao diálogo;
- Queda no número de agressões;
- Maior incentivo das relações saudáveis;
- Aumenta os níveis de concentração e de motivação.
Exemplos de comunicação não violenta
1 – Cansada de encontrar as roupas do marido pelo chão, a esposa para, pensa e se acalma antes de falar. Em seguida diz como se sente e agradece se o marido se lembrar de colocar as roupas no lugar certo ou no cesto para serem lavadas.
2 – Em casa a mãe reclama para o filho que ele deixa os brinquedos espalhados pela casa. Isso a deixa brava. Então ela fala com cuidado sobre a necessidade de deixar os cômodos arrumados. E pede a ele que guarde os brinquedos, colaborando assim com a arrumação e também evitando acidentes.
3 – O marido revela seus sentimentos de tristeza e receio quando pensa em falar sobre política com a família. Ele diz que todos precisam ouvi-lo e entender a sua posição, mesmo que sejam contrários à ela.
4 – No trabalho um colega se revela insatisfeito, irritado e diminuído com a forma como o amigo o trata diante dos outros. Ele pede que da próxima vez que houver discordância sobre algo, que o amigo o chame para conversar em particular.
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Conclusão
A comunicação é uma das habilidades humanas mais essenciais em qualquer lugar e momento da vida. Entender seus mecanismos e a forma de se comunicar de maneira não violenta é que fará diferença na arte de se relacionar.
O conceito de comunicação não violenta criado pelo psicólogo Marshall Rosenberg contribui de forma positiva na comunicação interpessoal. Sua metodologia reforça a empatia como base nos processos de comunicação.
Seja consigo mesmo, em casa, com amigos ou no trabalho, a pessoa precisa identificar seus sentimentos e emoções para poder dialogar com clareza, honestidade e de forma eficiente.
Ouvir, sem julgamentos, é um dos passos dessa metodologia. Outra etapa importante é conhecer as habilidades de comunicação verbal e não verbal. Como a escrita, os gestos, expressões faciais, imagens ou códigos.
Exercitar comunicação não violenta permite que você veja o mundo de forma diferente, entendendo melhor suas atitudes. CNV estabelece relações francas, sinceras, consistentes e duradouras.