A compulsão é um padrão de comportamento repetitivo e difícil de controlar, que pode se manifestar em diferentes áreas da vida, como alimentação, compras, exercícios físicos, trabalho, jogos, sexo, uso excessivo da internet e outros aspectos.
Uma compulsão não é o mesmo de um vício. Esse comportamento costuma estar associado aos fatores citados e surge como um mecanismo para controlar a ansiedade, estresse ou mesmo como alívio emocional.
Ao longo do tempo, esses impulsos podem prejudicar o bem-estar e qualidade de vida, exigindo suporte psicológico e tratamento adequado.
Compreender o que é compulsão possibilita a busca por um tratamento precoce, aumentando as chances de controlar essa condição.
Leia o nosso artigo e confira os principais tipos de compulsão e as melhores abordagens para controle e tratamento. Vem com a gente!
Quais são os principais tipos de compulsão?
A compulsão pode se manifestar de diferentes formas e, independentemente da área da vida afetada, ela traz consequências sérias, comprometendo as relações interpessoais, o desempenho profissional e a qualidade de vida.
Por isso, conhecer os tipos de compulsão contribui para a identificação precoce dessa condição. Confira:
- Alimentação: consumo exagerado de alimentos, mesmo sem fome. Em muitos casos, a compulsão por comida está relacionada a vários fatores, como estresse, dietas restritivas e insatisfação com a imagem.
- Compras impulsivas: chamada de oniomania, é o desejo incontrolável de comprar algum produto, muitas vezes, de maneira desnecessária, o que pode resultar em problemas financeiros.
- Jogos: a compulsão por jogos de azar ou eletrônicos é muito comum, prejudicando as finanças e também a vida social do indivíduo.
- Internet: a necessidade de estar conectado o tempo todo leva ao uso em excesso de redes sociais, jogos ou o consumo de informações.
- Higiene: caracterizada pela necessidade constante de lavar as mãos, tomar banhos prolongados ou higienizar objetos repetidamente, muitas vezes, motivada pelo medo intenso de germes e sujeira.
- Checagem excessiva: receio de que algo ruim possa ocorrer, o que leva a verificação compulsiva se portas e janelas estão fechadas ou se desligou o gás da cozinha, por exemplo.
- Exercícios em excesso: a busca pelo corpo ideal se torna uma obsessão, o que motiva a prática de atividades físicas de maneira excessiva, podendo levar a lesões.
- Sexo compulsivo: essa condição envolve um comportamento descontrolado, marcado pela impulsividade por fazer sexo e dificuldade em estabelecer limites.
- Compulsão por trair: necessidade incontrolável de estabelecer relações fora do compromisso. Pode ser causada pela baixa autoestima ou questões emocionais.
O que diferencia a compulsão de um vício?
Apesar da compulsão fazer parte do surgimento de um vício, os dois termos não são sinônimos. De forma simplificada, uma compulsão se refere a uma vontade intensa, difícil de controlar, de realizar algum comportamento, que pode acontecer, a fim de proporcionar alívio desse sentimento.
Um vício, por sua vez, envolve uma relação de dependência com uma substância ou comportamento para obtenção de prazer e a falta de controle sobre o comportamento, mesmo sabendo dos impactos negativos da prática.
Quais são as causas da compulsão?
A compulsão pode ser desencadeada por uma série de fatores, que vão desde aspectos psicológicos, ambientais e fatores biológicos.
Na área psicológica, essa condição pode estar associada a traumas, ansiedade, depressão e estresse crônico, sendo usada como um mecanismo de alívio emocional.
Somado a isso, as vivências também influenciam no desenvolvimento da compulsão. Pessoas que cresceram em ambientes muito controlados ou estressantes podem usar esse comportamento para lidar com a pressão emocional.
Há também fatores biológicos que contribuem para essa condição, como desequilíbrios em neurotransmissores como serotonina e dopamina, que dificultam o controle dos impulsos, tornando a pessoa mais propensa a comportamentos repetitivos.

Como identificar os sintomas da compulsão?
Pessoas com esse transtorno utilizam o comportamento repetitivo como um mecanismo de alívio, bem-estar e prazer imediato, servindo como uma espécie de recompensa.
Ao desenvolver essa condição, o indivíduo pode ter dificuldade para controlar o impulso e, mesmo consciente dessa prática, ele se sente obrigado a repeti-lo.
Entre os sintomas mais comuns estão os seguintes:
- Ausência de controle sobre a própria vontade;
- Alívio imediato, seguida de sentimento de culpa ou vergonha;
- Esconde o comportamento de amigos e familiares;
- Irritação e frustração quando não consegue praticar a ação de forma repetida;
- Pensamentos obsessivos sobre o comportamento;
- Sensação de urgência e dependência emocional.
Compulsão e transtornos mentais: qual a relação?
Em muitos casos, a compulsão pode estar associada a outros transtornos psicológicos, como o TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), uma condição na qual a pessoa tem pensamentos persistentes e indesejados, o que resulta na prática de comportamentos repetitivos para aliviar a ansiedade.
Além disso, a compulsão também pode estar presente em outros transtornos, como distúrbios alimentares, como a bulimia nervosa, onde episódios de ingestão excessiva de alimentos são seguidos por ações radicais para compensar o excesso, como vômitos induzidos ou jejuns prolongados.
Somado a isso, pessoas com depressão podem apresentar comportamentos repetitivos por conta de uma tentativa de aliviar o sofrimento emocional.
Quais são os impactos da compulsão na vida das pessoas
Como mencionamos, a compulsão é uma condição que pode trazer muitos prejuízos para diferentes áreas e aspectos da vida do indivíduo, comprometendo as relações interpessoais, a rotina e também a saúde mental e física.
Dependendo do tipo de compulsão, como compras em excesso, esse comportamento pode gerar dificuldades financeiras, levando o indivíduo ao endividamento.
Na vida pessoal, é comum que a pessoa que sofre com esse transtorno busque o isolamento e o afastamento social devido a vergonha e a frustração por não conseguir controlar seus impulsos.
Tudo isso resulta em sofrimento emocional, desencadeando outras condições, como ansiedade, estresse e depressão, agravando ainda mais o quadro e tornando esse comportamento uma barreira difícil de romper sem ajuda profissional.
Como é feito o diagnóstico da compulsão?
Ao identificar sinais de compulsão, o primeiro passo é buscar um profissional de saúde mental, como psicólogo ou psiquiatra, que fará uma investigação completa do histórico do indivíduo, avaliando os padrões de comportamento repetitivos, frequência e intensidade.
A partir disso, o especialista avalia os sinais de compulsão baseados no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), como dificuldade de controlar os impulsos, tentativas frustradas de cessar o comportamento e sofrimento emocional.
Além disso, muitos profissionais podem usar questionários e escalas de avaliação para mensurar o grau da compulsão.
Se necessário, exames laboratoriais, testes neurológicos e psiquiátricos podem ser solicitados para descartar outras condições, como transtornos de humor ou ansiedade.
Quais são os tratamentos para compulsão?
O tratamento para compulsão possui diferentes abordagens, dependendo da gravidade dos sintomas e pode envolver a combinação de medicamentos, terapia e mudanças no estilo de vida.
Para controlar os episódios, a terapia é um dos recursos mais usados, principalmente, porque ela ajuda o indivíduo a reconhecer os gatilhos para esse comportamento, além de aprender estratégias para evitar os impulsos repetitivos.
Dependendo do caso, o uso de medicamentos pode ser necessário para reduzir a intensidade dos sintomas. Além disso, os profissionais costumam indicar também uma mudança no estilo de vida para controlar a compulsão.
Técnicas de relaxamento, atividade física regular, alimentação equilibrada e uma rotina de sono adequada contribuem para a estabilização do humor e diminuição da ansiedade.
Essas estratégias favorecem o controle dos sintomas e auxiliam na melhora da qualidade de vida e bem-estar.

Como prevenir a compulsão?
A prevenção da compulsão está condicionada a uma série de estratégias, que incluem a adoção de hábitos saudáveis, o fortalecimento do emocional e também o apoio psicológico de forma precoce.
Para evitar episódios de impulsos repetitivos, o autoconhecimento é uma ferramenta importante, pois ela ajuda o indivíduo a identificar gatilhos emocionais e padrões de comportamento que podem desencadear a compulsão.
Para isso, abordagens, como terapia, são fundamentais para a conquista dessa autoconsciência, além de ajudar a prevenir o agravamento de comportamentos compulsivos.
Somado a isso, a adoção de uma rotina mais saudável, como prática de exercícios e alimentação equilibrada, ajuda a estabilizar o humor e controlar a ansiedade, que pode desencadear esses impulsos.
Meditação, respiração guia e técnicas de relaxamento também ajudam a controlar o estresse.
Por fim, é importante a criação de uma rede de apoio com amigos e familiares para obter apoio emocional, quando necessário.
Quando procurar ajuda médica?
Busque ajuda médica quando a compulsão começar a impactar a sua qualidade de vida, seus relacionamentos, desempenho profissional e causar sofrimento emocional intenso.
Se a pessoa não consegue controlar esses impulsos sozinho e já teve várias tentativas frustradas, a ajuda médica é essencial.
Outros sinais incluem ainda mudanças de humor, ansiedade extrema, dificuldade para dormir e isolamento social.
Lembre-se que, quanto mais cedo buscar suporte especializado, maiores são as chances de controlar a compulsão e obter uma recuperação eficaz.
Na hora de buscar ajuda profissional, conheça a Conexa Saúde, uma plataforma de saúde digital, que oferece psicologia online, onde você pode obter apoio adequado sempre que precisar.
Além disso, você também pode participar de grupos de apoio e obter recursos online que podem te ajudar a enfrentar essa situação.
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Revisado por:
Karine Bonfim Pereira
Psicóloga graduada pela PUC-SP, pós-graduada em Psicanálise Clínica pela UniAmerica e em Atendimento Psicanalítico de Casal e Família pelo Instituto Sedes Sapientiae. Atua como Psicóloga Supervisora do time de Gestão em Saúde Mental na Conexa. CRP 06/149013.
