A síndrome de Burnout tem como característica um distúrbio emocional gerado pelo estado de tensão extrema, de esgotamento físico e de estresse, resultante de condições que demandam muita responsabilidade e competitividade. Contudo, a melhor forma de evitar essa situação é preservando-se de momentos desgastantes de trabalho, por exemplo, praticando atividades que favorecem o bem-estar.
Saber como lidar com funcionários que têm esgotamento profissional, ou buscar prevenir que isso aconteça é uma mentalidade recente.
Na verdade, a própria síndrome de Burnout ainda não é considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas um “fenômeno ligado ao trabalho”, e foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID).
O CID entrou em vigor em 2020, podendo ser encontrado mais precisamente no CID 10, grupo 5, e já é um avanço para fins de estatísticas de saúde.
Mas muito ainda há que ser discutido sobre o tema. Afinal, essa classificação é também um alerta para que as empresas estejam atentas ao estado emocional de seus funcionários e entendam que ele também provoca sintomas físicos.
Ficou interessado no assunto? Então, continue a leitura e conheça algumas medidas corporativas que podem ajudar em casos de Burnout em sua empresa.
O que é Síndrome de Burnout?
O Ministério da Saúde classifica a síndrome de Burnout (ou Síndrome de Esgotamento Profissional) como um distúrbio emocional, cujos sintomas são exaustão extrema, estresse e esgotamento físico. A principal causa apontada é o excesso de trabalho.
Os grupos mais propícios, independentemente do nível hierárquico, são aqueles que lidam com muita pressão e que “não podem errar”, principalmente os da área da saúde, como médicos e enfermeiros; da segurança pública, como policiais; e profissionais de comunicação e jornalistas.
Quais são os principais sintomas?
Considerada como uma “dor invisível”, a síndrome de Burnout pode ser difícil de identificar. Isso porque é fácil reconhecer uma condição física, quando um funcionário quebra a perna, por exemplo. Mas se o sofrimento está na mente, embora existam sintomas físicos, o entendimento é bem mais complicado.
Diante disso, é preciso haver sensibilidade para evitar julgamentos precipitados, sendo que, quando diagnosticado o quadro, os principais sintomas são:
- Dores de cabeça e musculares;
- Fadiga e desânimo constantes;
- Cansaço mental e físico de maneira excessiva;
- Baixa autoestima e insegurança;
- Sentimentos de fracasso e alterações de humor;
- Necessidade de medicamentos ou de bebida alcoólica para relaxar;
- Dificuldades para se concentrar e irritabilidade;
- Isolamento e baixo rendimento no trabalho;
- Ansiedade e depressão.
Em geral, esses sintomas têm o seu aumento gradativo, tornando necessário, antes de tudo, procurar ajuda profissional para ter um diagnóstico preciso. É aí que o profissional precisa do apoio da empresa não só para disponibilizar o atendimento, mas também para acolhê-lo nesse momento difícil.
O que causa a Síndrome de Burnout no ambiente de trabalho?
Ao contrário do que muitos pensam, a síndrome de Burnout não é causada apenas por sobrecarga ou por estresse no trabalho. Isso porque são diversos os motivos e as experiências laborais que podem contribuir negativamente para o bem-estar do funcionário e fazer com que ele não se sinta valorizado e conectado com a empresa, tais como:
- a cultura organizacional;
- as atribuições do cargo;
- a injustiça no trabalho;
- a remuneração;
- a falta de suporte da gestão;
- os problemas de comunicação com o líder;
- a pressão exacerbada.
Como o Burnout impacta a empresa?
Segundo uma pesquisa feita pelo ISMA (International Stress Management Association), dados mostraram que a Síndrome de Burnout afeta mais de 33 milhões de brasileiros, impactando trabalhadores de diversas profissões.
No entanto, a própria empresa é prejudicada por conta do custo pessoal, pois os gastos são elevados para as corporações, visto que os colaboradores incapacitados resultam na queda da produtividade e no afastamento do trabalho, aumentando os índices de absenteísmo.
Além disso, a síndrome pode trazer efeitos ruins que envolvem todos os aspectos do negócio, tanto para a operação quanto para os colegas de equipe, incluindo até a comunicação com os clientes, uma vez que a performance tende a diminuir.
Como evitar a síndrome de Burnout?
Em qualquer situação de saúde, a prevenção é a melhor atitude. Além disso, é preciso respeitar os limites dos colaboradores e valorizar os seus serviços.
E, nesse caso, como estamos falando de excesso de trabalho, algumas medidas podem ajudar a conter o avanço dessa síndrome. Veja mais a seguir!
Reconhecer os profissionais
Para os colaboradores que têm perspectivas dentro da empresa, o reconhecimento é algo fundamental, e isso vai além dos benefícios e do pagamento de bônus. Planos de carreira bem estruturados e com objetivos claros podem trazer bons resultados.
Além disso, há outras formas de promover esse reconhecimento, como um almoço especial, uma hora ou tarde de folga e até mesmo um agradecimento em público.
Aprimorar a comunicação interna
Outro ponto é o aprimoramento da comunicação interna entre a empresa e os seus colaboradores. Esse diálogo aberto evita ruídos e ajuda a reduzir as dificuldades diárias, contribuindo para encontrar soluções pontuais para os problemas.
Também é possível dar um feedback para esclarecer as expectativas da organização perante o desempenho dos funcionários, o que evita cobranças excessivas.
Investir em um bom ambiente de trabalho
O ambiente de trabalho é um dos principais fatores que impactam a saúde dos funcionários. O local precisa ser projetado ergonomicamente e estar limpo e em condições adequadas para que as tarefas sejam realizadas.
Mas, além disso, entre uma atividade e outra, é importante criar espaços para momentos de socialização e de relaxamento, a fim de potencializar o desempenho dos trabalhadores. O clima de medo e de competição é uma condição que desencadeia o estresse, por isso, um ambiente harmonioso e sem metas abusivas deve ser preservado.
Conscientizar sobre a Síndrome de Burnout
Campanhas na empresa que promovam a conscientização dos colaboradores sobre a síndrome de Burnout são fundamentais.
Isso porque, além de visarem à qualidade de vida e ao bem-estar, ajudam a adotar comportamentos e políticas que combatem qualquer forma de discriminação e de assédio moral, visto que esses são fatores que podem contribuir para o surgimento da síndrome.
Permitir a flexibilidade no trabalho
Uma tendência no mercado atual é o trabalho remoto, que permite a flexibilidade e ainda contribui para o bem-estar do profissional. Com os serviços sendo realizados em casa ou em outro local, há uma redução da tensão e do desgaste emocional, já que não é preciso realizar o deslocamento e enfrentar horas de trânsito.
A flexibilidade de horário também permite que o colaborador possa participar de outras atividades e ainda ter um momento de descanso com a família.
Apostar no bem-estar
O funcionário é um membro importante na empresa e ela precisa atentar a programas que visam a cuidar de seus colaboradores.
Nesse sentido, algumas soluções são simples e têm um custo reduzido quando comparadas aos impactos negativos causados por faltas ou afastamentos.
Assim, para incentivar o bem-estar, é possível incluir no cotidiano corporativo práticas de exercícios dentro das dependências da empresa, com sessões curtas de massagem e de alongamentos, além de uma alimentação saudável, oferecendo, por exemplo, frutas depois do almoço.
Avaliar as condições e o ambiente de trabalho
Para diminuir os riscos que possam permitir que um colaborador se sinta inútil ou incapaz, é necessário avaliar as condições do ambiente de trabalho.
Nesse sentido, é preciso analisar os recursos e a estrutura fornecida ao profissional, a fim de assegurar que a demanda das atividades está, de fato, em condições apropriadas.
Desse modo, é possível entender se há uma carga de trabalho excessiva ou se ele pode executar os seus serviços adequadamente.
Contar com uma equipe médica
Além de uma boa estrutura de trabalho, para evitar o desgaste emocional da equipe, é importante que a empresa possa aplicar melhorias no clima organizacional. Uma das possibilidades, por exemplo, seria a criação de um espaço para o atendimento e para o suporte de profissionais que escutem as necessidades dos funcionários.
Nesse caso, contar com uma equipe médica possibilita ter uma visão mais séria do que pode estar acontecendo, já que a síndrome de Burnout pode gerar afastamentos e até tornar o trabalhador incapacitado.
Assim, com ações restauradoras e preventivas, os profissionais da saúde podem oferecer uma rede de apoio, com médicos e psicólogos que possam orientar o colaborador e realizar um tratamento adequado.
Como é realizado o diagnóstico da Síndrome de Burnout e como a empresa pode ajudar?
Por meio de médicos especialistas, é possível realizar o diagnóstico da síndrome de Burnout. Nesse contexto, o psicólogo e o psiquiatra são os profissionais recomendados para identificar o caso e orientar o colaborador da melhor forma para realizar o tratamento.
Assim, com a ajuda dos profissionais de saúde, é possível identificar o funcionário que apresenta sintomas e parece passar por situações de estresse no trabalho. Isso porque reconhecer com delicadeza e em tempo ágil o que está acontecendo pode ser um fator crucial.
Posteriormente, os gestores e o RH podem elaborar estratégias para reduzir a carga da rotina, que pode estar exigindo muito do trabalhador.
Diante disso, é possível criar situações que promovam a leveza do cotidiano profissional, fazendo com que ele se sinta valorizado. Da mesma forma, a empresa pode também oferecer apoio, indicação de tratamento e formas de ajudá-lo.
Além disso, é fundamental observar o comportamento da equipe, pois, se há um caso de estresse, outro funcionário também pode atravessar as mesmas dificuldades. Por isso, sempre avalie o ambiente de trabalho, a fim de obter melhorias.
Como visto, o estado de tensão, o estresse e o desgaste mental são condições que promovem a Síndrome de Burnout. Como consequência, há o afastamento dos colaboradores e a queda da produtividade da empresa.
Por isso, é importante oferecer condições adequadas e que possam ajudar o profissional a identificar quando determinada situação atrapalha a sua saúde para que ele possa continuar trabalhando sem que o seu desempenho caia.
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