Os meses frios aumentam os casos de rinite, sinusite e bronquite?

É muito comum nos meses mais frios do ano ver pessoas coçando o nariz, com dificuldade em respirar e coriza. Isto acontece porque ocorrer um aumento significativo nos casos de rinite, sinusite e bronquite nos meses de junho, julho e agosto, pois o clima frio e seco destes meses irrita a mucosa nasal gerando os sintomas que foram citados acima.

Qual a diferença entre rinite, sinusite e bronquite?

Rinite

É uma inflamação acompanhada de edema (inchaço) da mucosa nasal, cujos sintomas mais comuns são:

  • Coriza;
  • Espirros recorrentes;
  • Coceira;
  • Congestão nasal.

A rinite pode ser aguda ou crônica e suas causas mais comuns são:

  • Infecções virais;
  • Rinite desencadeada por alérgenos (rinite alérgica);
  • Rinite vasomotora (causada por agentes irritantes da mucosa nasal como poluição, ar frio e ar seco).

Sinusite

As sinusites agudas correspondem à inflamação dos seios da face. As causas mais comuns são: infecção viral, bacteriana ou crises alérgicas. A sinusite pode ocorrer em um ou mais seios da face e geralmente ocorre consecutivamente a quadros de rinite, podendo ser também chamada de rinossinusite.

A inflamação da mucosa nasal obstrui a passagem dos seios da face propiciando retenção de secreção nos mesmos, o que causa dor facial, dor de cabeça, congestão nasal com descarga de secreção clara ou purulenta, além de tosse. O diagnóstico é clínico e exames de imagem são necessários somente em casos específicos.

Bronquite

A bronquite aguda é caracterizada pela inflamação das vias aéreas inferiores (traquéia e brônquios) causada, em sua maioria, por infecções por vírus (mais comum) e bactérias. A bronquite viral pode ocorrer devido à infecção por diversos vírus respiratórios comuns como influenza, adenovírus, rinovírus, cornavírus dentre outros, dando início a quadros de inflamação e irritação das vias aéreas que podem persistir por semanas mesmo após a infecção viral já estar resolvida.

Bactérias causam menos de 5% dos quadros de bronquite. Os sintomas são inicialmente coriza, fadiga e dores no corpo e sintomas digestivos (menos comuns), evoluindo para tosse seca e posteriormente úmida com expectoração de secreção clara ou purulenta. Em casos mais severos os pacientes acometidos podem apresentar chiado no peito e falta de ar transitoriamente e alguns casos podem progredir para pneumonia. O diagnóstico é clínico sendo exames de imagem raramente necessários.

Quais cuidados ajudam a melhorar as condições acima durante o frio? Existe tratamento para essas condições?

Rinite

Evitar a exposição a substâncias irritantes ou alérgenos conhecidos é a melhor maneira de prevenir os sintomas, mas nem sempre é possível. Tratamentos com medicação nasal tópica associada à lavagem frequente das narinas com solução salina ajudam no controle dos sintomas bem como o uso de antialérgicos em algumas situações específicas. Especificamente no frio, em ambientes com calefação ou em locais muito secos o uso de umidificadores de ambiente pode ajudar no controle do desconforto nasal. 

Sinusite

O tratamento é voltado para a melhora da drenagem dos seios da face, reduzindo a inflamação da mucosa nasal. Manter o ambiente umidificado, inalação de vapor d’água e compressas mornas úmidas na face, lavagem frequente das narinas com solução salina associada ao uso de medicação nasal tópica anti-inflamatória são as medidas mais comuns para tratamento da sinusite. Em casos mais graves, é recomendado o uso de antibióticos. 

Bronquite 

O tratamento recomendado é voltado para controle dos sintomas. Analgésicos para o desconforto geral e febre e boa hidratação, associados à umidificação do ambiente são as recomendações básicas. Em paciente com tosse persistente, chiado no peito e falta de ar, medicações nebulizadas são utilizadas com bons resultados. 

O uso de xaropes para tosse deve ser feito com restrições em casos de tosse extrema ou que interfira no sono do paciente, tendo sempre em mente seu histórico médico. Antibióticos não são recomendados rotineiramente, já que não tratam infecções virais. Os mesmos só devem ser prescritos em caso de bronquites bacterianas (que são raras) ou em casos excepcionais que progrediram para infecção bacteriana. 

Para todas as doenças descritas acima é fundamental a orientação médica precoce para guiar o tratamento, evitando-se sempre a automedicação. 

Texto escrito pela Cynthia F. Pontes Saad (CRM 52.60860-2 ),  Médica Pneumologista na Conexa Saúde.

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