A ascite, também chamada de barriga d’água, é o acúmulo de líquido na cavidade abdominal. Ela costuma ocorrer quando o organismo enfrenta algum desequilíbrio que impede o controle adequado dessa quantidade de fluidos. Embora seja mais comum em casos de cirrose hepática, outras doenças podem provocar a mesma condição.
Para entender mais sobre como a ascite se forma, as causas, os problemas que estão associados e quais os riscos da barriga d’água para a saúde, é só continuar a leitura!

Quais são as causas da ascite?
A ascite costuma estar relacionada a problemas no fígado, principalmente cirrose.
Nesta doença, o tecido hepático é danificado ao longo do tempo. Assim, a produção adequada de proteínas que ajudam a manter o líquido dentro dos vasos sanguíneos fica comprometida. Quando essas proteínas ficam em falta, o fluido vaza para o abdômen.
Entretanto, a cirrose não é o único fator responsável. A ascite também pode surgir por problemas como:
- Insuficiência cardíaca, já que o coração não bombeia o sangue de forma eficiente. Isso gera retenção de líquidos em várias partes do corpo, inclusive na cavidade abdominal. Doenças renais também são causas relevantes. Quando os rins estão comprometidos, podem ocorrer desequilíbrios na eliminação de água e sódio, facilitando o surgimento da barriga d’água.
- Infecções, como a tuberculose peritoneal, uma vez que esse tipo de infecção no peritônio (membrana que reveste a parede abdominal) faz o organismo reter líquido como parte do processo inflamatório.
- Câncer de ovário ou fígado, também podem gerar líquido no abdômen. Nessas situações, a ascite é considerada um sinal de alerta para uma doença mais complexa.
Quais são os sintomas da barriga d’água?
É importante lembrar que a ascite é um sintoma de uma causa adjacente. Mas, em geral, ela é caracterizada pelo aumento do volume abdominal. É como ter uma barriga inchada a todo momento. Sempre estufada. Esse inchaço pode causar desconforto, pois o líquido pressiona órgãos internos e a parede abdominal.
Além disso, outros sintomas também podem acontecer acompanhados da ascite:
- Dores leves a moderadas
- Dificuldade para respirar, já que a pressão do líquido no abdômen pode empurrar o diafragma e reduzir a capacidade de expansão dos pulmões
- Cansaço mesmo em atividades leves
- Perda de apetite
- Náuseas e vômito
- Veias abdominais mais visíveis pela distensão da pele
Se você notar algum sinal que lembre ascite, procure ajuda profissional. A barriga d’água é um problema sério que merece atenção imediata. Com a Conexa Saúde, você conta com agilidade em todo o processo de atendimento, essencial para casos de ascite.
Como as consultas são online, você conta com todos os benefícios da telemedicina. Na Conexa Saúde, você encontra mais de 30 especialidades médicas, incluindo gastroenterologia e hepatologia, que podem auxiliar no diagnóstico e tratamento de ascite.

Quais os riscos de ascite?
A ascite representa um estado de alerta que indica que o corpo não está funcionando bem. Por isso, ela apresenta riscos à saúde. De modo geral, os principais riscos da ascite são:
Peritonite bacteriana espontânea
Um dos riscos imediatos é a peritonite bacteriana espontânea (PBE). Esse tipo de infecção acontece quando bactérias presentes na cavidade abdominal encontram terreno favorável para se multiplicar no líquido acumulado. A PBE pode levar a complicações graves, como sepse, se não for tratada rapidamente.
Comprometimento da função renal
Outro risco envolve a função renal. Em alguns pacientes com ascite avançada, ocorre a síndrome hepatorrenal, que compromete o funcionamento dos rins. Esse quadro demanda acompanhamento urgente, pois pode evoluir de forma rápida e muito grave.
Desconforto respiratório
Com muito líquido na cavidade abdominal, o diafragma pode ficar pressionado, o que dificulta a expansão dos pulmões. Esse efeito gera falta de ar e fadiga, especialmente durante esforços físicos.
Como é feito o diagnóstico da ascite?
O diagnóstico da ascite começa com uma conversa detalhada. O médico avalia o histórico clínico, os hábitos de vida e fatores de risco, como alcoolismo e doenças pré-existentes. Em seguida, identifica sinais de inchaço na região abdominal por meio da palpação e percussão.
Além disso, o médico também pode pedir:
- Exames de imagem, como ultrassom, tomografia e ressonância magnética
- Exames de sangue para avaliar as funções hepática, renal e cardíaca
- E ainda, para descobrir a causa, o médico pode indicar a paracentese, onde é removido uma pequena quantidade do líquido acumulado no abdômen para análise laboratorial. O estudo do fluido permite verificar a concentração de proteínas, a presença de bactérias ou células tumorais. Os resultados são cruciais para definir se a ascite é decorrente de cirrose, infecção, câncer ou outros problemas.

Ascite tem cura?
A ascite pode melhorar com o tratamento correto e o controle da doença que a causou. Em alguns casos, a condição pode regredir ao ponto de desaparecer completamente. Entretanto, se a doença de base for crônica, como ocorre em muitas cirroses avançadas, a ascite pode voltar a se acumular.
Se a causa for infecção, por exemplo, e ela for tratada adequadamente com antibióticos, a ascite pode regredir. No entanto, em situações de câncer, por exemplo, isso depende da resposta do paciente ao tratamento oncológico.
Como é feito o tratamento da ascite?
Como explicamos, a barriga d’água é um sinal de alerta de um problema maior. Por isso, o tratamento da ascite busca, em primeiro lugar, corrigir ou pelo menos amenizar a causa subjacente.
Quando o problema está ligado à cirrose, o médico costuma prescrever diuréticos. Esses remédios ajudam o corpo a eliminar o líquido em excesso. Ao mesmo tempo, o paciente deve reduzir drasticamente o consumo de sal, pois o sódio retém líquidos.
Em casos mais graves ou em que há grande acúmulo de líquido, pode ser preciso fazer a paracentese terapêutica. Esse procedimento retira parte do fluido com uma agulha especial, trazendo alívio imediato dos sintomas, como a pressão abdominal. No entanto, se a raiz do problema não estiver controlada, o líquido pode retornar.
Quando a ascite resulta de insuficiência cardíaca, o tratamento visa melhorar a função do coração e reduzir a sobrecarga circulatória. Se o problema tiver origem renal, a atenção se volta para restabelecer a capacidade de filtração dos rins. Quando a causa é infecciosa, antibióticos ou outros medicamentos podem ser usados para combater o agente responsável.
Quanto tempo dura uma ascite?
A duração da ascite varia conforme a causa e a resposta do organismo ao tratamento. Algumas pessoas notam melhora em poucas semanas, principalmente quando o problema é um desequilíbrio pontual e corrigido rapidamente. Porém, em casos de cirrose avançada, a ascite pode se tornar recorrente, pois o fígado não consegue se recuperar por completo.
Se a ascite estiver relacionada a infecções, o uso de antibióticos adequados tende a reduzir o líquido em um intervalo que pode variar de alguns dias a poucas semanas. Já nos casos de câncer, o tempo de resolução depende tanto do tratamento oncológico quanto do estado geral do paciente.
Em algumas situações, é preciso manter acompanhamento prolongado e realizar paracenteses periódicas.
Como prevenir a barriga d’água?
Para prevenir a ascite é preciso cuidar da saúde de modo geral. Como a cirrose é uma das causas mais frequentes, evitar o consumo excessivo de álcool é uma das medidas importantes.
Se você já notou qualquer sinal de problema no fígado, procure acompanhamento médico e faça exames periódicos para monitorar as funções hepáticas.
Além dessa, outras medidas que você pode adotar para prevenir o problema são:
- Evitar o consumo excessivo de álcool e monitorar o fígado
- Controlar doenças crônicas
- Manter uma dieta equilibrada
- Reduzir o sódio na alimentação
- Praticar atividades físicas regulares
Quando procurar um médico para ascite?
É fundamental procurar um médico ao notar sinais de inchaço abdominal incomum ou sensação de desconforto na região. Quanto mais cedo for a avaliação, maiores são as chances de controlar a ascite e de tratar a causa antes que o problema se torne mais grave.
Se, além do aumento na circunferência da barriga, você tiver dores, náuseas, dificuldade para respirar ou perda de apetite, não espere e procure médico imediatamente.
Com a consulta online da Conexa, você é atendido assim que marca o atendimento e tem acesso fácil e ágil a médicos especialistas no assunto.
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Revisado por:
Rafael Leite Aguilar
Pós graduando em gestão de saúde pela FGV. Atua como Rotina Médica no Pronto Atendimento Conexa Saúde. CRM-ES 18586.