Muitas pessoas têm dificuldade em dizer “Não” para o outro. Sentem-se bem ao acharem que estão ajudando quando são solícitos, carregam uma historicidade que os influência para serem de “bom coração”, buscam a aprovação e aceitação do outro ao serem prestativos, sentem medo de rejeição e de serem vistos como alguém ruim.
Geralmente estas pessoas têm características subjetivas de serem maleáveis, se adaptam à vontade do outro, são afetivas e prevalecem ideias carregadas de afetividade – paixão, amor, dó, compaixão, piedade… – seus julgamentos e decisões acabam não sendo tão racionais como deveriam, pesando mais para o lado emotivo.
Infelizmente, ao longo do tempo, o bonzinho vai acumulando sofrimentos e prejuízos emocionais por não ser autêntico e não expor suas vontades. Então é de extrema necessidade o desenvolvimento de capacidade e habilidade para lidar com o outro.
Como deixar de ser tão bonzinho e aprender a dizer não?
Primeiramente precisa haver o reconhecimento pessoal de ser dessa forma, admitir e aceitar. Para isso valem as reflexões sobre o próprio jeito de ser e corresponder ao outro.
Também necessita aceitar que há pessoas que sabem tirar proveito de quem tem esse jeito bondoso, são as pessoas exploradoras com habilidades de persuasão e manipulação.
Depois é primordial voltar-se para si e buscar seu desenvolvimento e crescimento pessoal. Aqui entra a busca pelo desenvolvimento do autoconhecimento e maturidade emocional, inteligência emocional, conhecer-se profundamente, saber sobre sua essência, distinguir seus valores, seu modo de ser e como gostaria de ser para ao longo do tempo chegar a autorrealização pessoal.
E aí, aprender a desenvolver habilidades de comunicação, falar com assertividade e gentileza, e desenvolver o autocontrole emocional.
Fazer uso do comportamento não verbal e da prosódia, que é um componente afetivo na linguagem constituído pela entonação, inflexões da fala e gesticulação.
Também vale ressaltar a importância de usar a Comunicação Não-Violenta-CNV, uma ótima técnica que ensina a ser observador e reformulador de respostas conscientes e claras.
Com o tempo precisa juntar experiências para desenvolver a segurança e confiança em si mesmo. Chegar ao ponto de ter sabedoria para distinguir alternativas de respostas e inúmeras situações.
Pode se posicionar de forma clara, genuína, ostensiva ou se for o caso pode desconversar, ficar reflexivo sem se posicionar, mas, com a segurança de ter agido de forma intencional conforme a sua escolha.
É de grande valia que cada pessoa, no papel de comunicador, tenha claro seu dever de estar atento ao fato de que a responsabilidade da comunicação é sua.
Quando fala, precisa cuidar para ter a certeza que transmitiu aquilo que queria de tal maneira que o outro pode compreender.
Assim o comunicador precisa adaptar sua forma de expressão para que seja congruente com a capacidade de entendimento do outro.
Conclusão
Lembre-se que ninguém precisa agradar a todos, ninguém precisa fazer sacrifícios pelo outro. É primordial que cada pessoa constantemente aprimore a forma como lida com o outro.
Por isso, cada pessoa deve ler mais sobre o assunto, ver vídeos, dialogar com um expert no assunto, aprender com histórias dos outros, fazer treinamentos, praticar a psicoterapia!