Ansiedade e seu princípio

Introdução

O transtorno de ansiedade faz com que as pessoas queiram antecipar os acontecimentos futuros, entretanto, a ansiedade excessiva pode se tornar uma doença, ou melhor, um distúrbio de ansiedade. A ansiedade envolve inquietação, irritabilidade ou preocupação. 

[tie_index]Os princípios da ansiedade[/tie_index]

Os princípios da ansiedade

Os sentimentos reprimidos são típicos da ansiedade, e são eles que fazem o sujeito se preocupar com os acontecimentos que ainda estão para acontecer. Estamos num mundo cheio de incertezas, por isso qualquer pessoa pode desenvolver o quadro de ansiedade.

E se tratando das incertezas que a vida nos impõe, não poderíamos deixar de falar da pandemia da covid-19 que tem produzido muitas incertezas em todas as áreas da vida do ser humano.

A ansiedade tem seu princípio no ego do sujeito. Freud diz que o problema de ansiedade está em relação com a repressão. Pode não ser simples acreditar, mas podemos legitimamente apegar-nos com firmeza à ideia de que o ego é a sede real da ansiedade. Quando a pessoa reprime o seu ego com uma quantidade de energia negativa, este impulso reprimido é automaticamente transformado em ansiedade.

Veja que a ansiedade pode estar presente nos eventos negativos e positivos, porém, quando a ansiedade está relacionada com eventos negativos, ela se incorpora na mente do sujeito com lembranças traumáticas incontroláveis, e são essas lembranças traumáticas que levam o indivíduo ao Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT).  

[tie_index]Ansiedade como um fenômeno clínico [/tie_index]

Ansiedade como um fenômeno clínico 

Como definir a ansiedade como um caso clínico? Quando leva o sujeito a um comportamento que impede de executar suas atividades consideradas normais do seu dia a dia.

Quando envolve um sofrimento considerado como:

  • Baixa autoestima,
  • Procrastinação,
  • Pensamentos limitados,
  • Corpo pesado,
  • Insônia,
  • Estresse,
  • Compulsão obsessiva com comida,
  • Compulsão obsessiva por vícios,
  • Etc.

Um indivíduo com este quadro precisa de um olhar atento.

A eliminação de trabalhos que são essenciais na trajetória de vida do indivíduo pode ser um aviso de que alguma coisa não está funcionando mentalmente bem. Comportamentos assim devem ser acompanhados mais de perto por pessoas próximas desse sujeito.

Quando o sujeito recusa a fazer determinadas funções, ele está dizendo a si mesmo: não quero ter contato com o objeto que me traz as lembranças do conteúdo reprimido. 

Inibições deste tipo estão a serviço da autopunição. Esta punição leva o sujeito a renunciar ao sonho de obter sucesso profissional, a um sonho de infância, pode levá-lo ao fim de um relacionamento, por estar vivendo em um quadro de “agorafobia”.

Uma pessoa que está passando por um quadro deste tipo procura sempre evitar sair de casa para não se confrontar com a sua ansiedade. Freud afirma que a ansiedade surge por uma transformação da tensão acumulada. A ansiedade é um impulso libidinal que tem sua origem no inconsciente e é inibido pelo pré-consciente.

O fenômeno clinico de ansiedade tem suas implicações desde o processo de desenvolvimento da criança. O sujeito passa por esta angústia na transição da perda da mãe a partir do complexo de castração. Lacan ao falar sobre a angústia de castração diz que ela se relaciona com o além desse eu proibido, com o ponto de apelo de um gozo que ultrapassa nossos limites, uma vez que o Outro, propriamente falando, é evocado aqui no registro do real pelo qual se transmite e se sustenta uma certa forma de vida.

Para que possamos entender os fenômenos da angústia de castração, Freud vai falar que ansiedade de castração se desenvolve em ansiedade moral — ansiedade social. Neste sentido a ansiedade na concepção freudiana implica em um ego que está em perigo, e imediatamente se prepara para a fuga. O ego em perigo desenvolve um comportamento que leva o sujeito a um pensamento de evitar o objeto reprimido ou ficar paralisado sem ação.

[tie_index]Os aspectos sobre a ansiedade [/tie_index]

Os aspectos sobre a ansiedade 

A ansiedade, como vimos no início deste texto, tem várias formas de se apresentar na vida do sujeito e, de acordo com Freud, a ansiedade está ligada a três princípios, a saber: a “Realística, neurótica e a Moral”.

A ansiedade de Realística é a ansiedade gerada por um perigo conhecido dessa espécie. Isso é quando a pessoa tem medo de ser punida por algo que fez de errado. O medo reprimido está ligado a segunda infância do sujeito e percorre por toda a vida adulta do indivíduo.

Como identificar uma ansiedade neurótica: A ansiedade neurótica é uma ansiedade inconsciente que está ligada a um objeto desconhecido. Na visão psicanalítica este objeto foi recalcado, e só pode ser consciente através do processo de análise. Essa angústia que gera a ansiedade é uma angústia inconsciente, ela só é manifesta quando o sujeito se sente seguro em falar, este processo se dá através de análise.

O indivíduo por não conhecer o objeto causador da angústia sofre de uma ansiedade neurótica. Segundo Freud, “o perigo neurótico é assim um perigo que tem ainda de ser descoberto” . A análise tem revelado que se trata de um perigo instintual. Levando esse perigo que não é conhecido do ego até a consciência.

A ansiedade moral se dá no período da castração. A ansiedade de castração se desenvolve em ansiedade moral e ansiedade social. Na estrutura neurótica o indivíduo sente uma diminuição do seu prazer. Ele se torna menos capaz de realizar uma tarefa que lhe é dada, e seu comportamento se manifesta com certas reações que podem ser a fadiga, o calafrio, a tontura e o enjoo. 

Este sujeito também desenvolve um comportamento fóbico, por exemplo: se seu líder lhe chamar a atenção sobre um conteúdo que estava dentro de um envelope, qualquer pessoa que colocar um envelope em sua mesa, ele irá associar com o primeiro envelope e em seguida desenvolve automaticamente um comportamento de fobia. 

A ansiedade social impede a pessoa até de tocar um instrumento em público. Freud diz que atividades como tocar piano, escrever ou mesmo andar ficam sujeitas a inibições neuróticas. Isso ocorre porque os órgãos físicos postos em ação — os dedos ou as pernas — tornaram-se erotizados de forma muito acentuada.  

[tie_index]A ansiedade nos dias atuais[/tie_index]

A ansiedade nos dias atuais

Pesquisas têm mostrado que o Brasil tem se tornado um país no qual a ansiedade tem aumentado de forma assustadoramente, e se você que está lendo este texto está passando por um momento de ansiedade, você não está sozinho. De acordo com recente pesquisa sobre a saúde mental da Universidade de São Paulo (USP), o Brasil lidera uma lista de 11 países com mais casos de depressão e ansiedade durante a pandemia do novo coronavírus.

Hoje podemos falar que de acordo com a pesquisa, o Brasil é o país que apresenta mais casos de ansiedade (63%) e depressão (59%); em segundo lugar ficou a Irlanda, com 61% das pessoas com ansiedade e 57% com depressão, e em terceiro aparecem os Estados Unidos, com 60% e 55%, respectivamente.

[tie_index]Finalizando [/tie_index]

Finalizando 

A ansiedade acompanhada da depressão tem entrado em muitos lares brasileiros, tem tirado muitas pessoas de seus trabalhos, como também de seus familiares. A ansiedade e a depressão vêm trazendo muitos prejuízos para muitas pessoas, porém, a ansiedade não pode tirar de você os seus sonhos e seus projetos, pense nisso.

Eu, Antonio Caetano Maia, sei que não é fácil controlar a ansiedade, mas quero lhe falar que há controle e cura para ela. Estou aqui como psicólogo para te ajudar e encontrar o caminho de volta, e voltar a ter uma vida normal, como a vida de antes.     

Referências:

  1. FREUD, S. (1925) “Um Estudo Autobiográfico, Inibições, Síntomas e Ansiedade” Análise Leiga e outros Trabalhos. 1926-1926. Vol. XX, Edição Standard Brasileira dos Obras Psicológicas completas.
  2. LACAN, J. (1901) O seminário 10 “A Angustia” – Vera Ribeiro – Rio de Janeiro: Zahar, 2005. 
  3. https://www.consumidormoderno.com.br/2021/02/15/brasil-lidera-casos-de-depressao-e-ansiedade-na-pandemia/

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