Ageísmo é um termo criado por Robert Neil Butler, em 1969, que se refere a atitudes discriminatórias contra indivíduos ou grupos etários, dirigida exclusivamente aos idosos. É uma forma de preconceito sistemática contra pessoas pelo fato de elas serem velhas.
Aspectos pessoais, embasado em mitos, estereotipias, atributos característicos de pessoas idosas passam a ser substituídos por pejorativismos, baseados em categorias construídas historicamente.
O Ageísmo é considerado a terceira forma mais comum de discriminação no Ocidente, perdendo apenas para o racismo e o sexismo.
Uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, ouviu 83 mil pessoas em 57 países e mostrou que 60% de entrevistados possuíam visão negativa sobre o envelhecimento.
O que define o Ageísmo e quais tipos são mais comuns de preconceito
Os principais elementos que configuram o Ageísmo são:
- Atitudes prejudiciais contra pessoas mais velhas e contra o processo de envelhecimento;
- Preconceito contra idosos e prática discriminatória com base na idade;
- Políticas e práticas institucionais que perpetuam estereótipos nocivos e equivocados contra pessoas acima dos 60 anos;
Em nossa sociedade, é comum que algumas situações de discriminação ocorram, elas podem surgir das seguintes formas:
- Piada sugerindo que fosse velho;
- Ser ignorado devido a sua idade;
- Ser tratado com menos dignidade;
- Supor que estava doente devido a sua idade;
- Negar emprego ou até mesmo uma promoção;
- Falar alto para lhe ouvirem;
- Dizerem que é velho demais para algo;
Quais as consequências do Ageísmo para a saúde mental do idoso
Vivemos uma cultura da juventude, onde ser jovem significa ter vitalidade, e ser idoso pode ser percebido de forma contrária.
A junção da presença de Ageísmo e da auto percepção negativa do envelhecer, interferem de forma direta na saúde mental dos idosos, podendo ocasionar perda de autoestima, quadros de depressão e ansiedade. Esse tipo de olhar estereotipado pode levá-los a consequências emocionais graves.
Como podemos combater o preconceito
Além de perceber quando estamos cometendo o ato, existem outras formas de combater o Ageísmo.
Se informar sobre o processo de envelhecimento, isto porque, estima que em 20 ou 30 anos essa faixa etária representará aproximadamente 30% da população no Brasil. Em 1950, a expectativa de vida não passava de 50 anos nos países desenvolvidos, onde hoje é superior a 80.
É fundamental além de mudar o nosso olhar sobre o envelhecimento ter um maior contato com pessoas de diferentes idades, isso pode nos proporcionar diminuição dos estereótipos sobre o envelhecer e assim reduzir a discriminação e o preconceito por idade.
Além disso, é fundamental oferecer um suporte psicológico para quem sofre com esse tipo de discriminação, pois ele pode afetar a auto percepção e também a autoestima dos idosos. Para isso, conte com os especialistas da Psicologia Viva!
FONTES
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Rozendo, A. da S. (2016, julho-setembro). Ageísmo: um estudo com grupos de terceira idade. Revista Kairós Gerontologia, 19(3), pp. 79-89. ISSNe 2176-901X. São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC-SP
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Mello, I. G. R., Lopes, R. G. da C., Manso, M. E., & Jessica Leitão Morilla, J. L. (2021). Ageísmo: inter-relação com resiliência e variáveis relacionadas à capacidade funcional em um grupo de idosos. Revista Kairós-Gerontologia, 24(1), 433-453. ISSNprint 1516-2567. ISSNe 2176-901X. São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PUC-SP
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https://www.ecycle.com.br/ageismo/