Transtorno de acumulação compulsiva: o que é, sintomas e tratamentos

O transtorno de acumulação compulsiva é um transtorno mental onde o paciente acumula de forma excessiva os mais variados tipos de objetos. Isso ocorre mesmo – e principalmente – quando eles não possuem valor real ou alguma utilidade. 

Hoje, o transtorno afeta cerca de 6% da população mundial. E ganhou relevância com programas que mostram o dia a dia de pessoas diagnosticadas com o problema. Com dificuldade extrema em se livrar desses itens, os pacientes acumulam cada vez mais coisas. 

Associado geralmente a outras condições, esse transtorno psiquiátrico traz inúmeros problemas. Ao viver em um ambiente disfuncional, o transtorno compromete a qualidade de vida e impacta não só a rotina prática dos pacientes, mas também desencadeia problemas emocionais e sociais.  

Quando não tratado, o transtorno de acumulação compulsiva pode levar a graves problemas, como isolamento social e outras situações. Para entender melhor os perigos, causas e sintomas da condição, é só continuar a leitura!

Quais são os sintomas e sinais do transtorno de acumulação compulsiva?

O transtorno de acumulação compulsiva se manifesta por meio de sintomas específicos que afetam o comportamento, o emocional e a funcionalidade do indivíduo. 

Em geral, o sintoma mais claro do transtorno é o acúmulo excessivo de objetos.

Roupas velhas, jornais antigos, embalagens vazias e até objetos quebrados são guardados. A seleção de coisas geralmente acontece sem critério. Com tantos itens, a casa do paciente acaba se tornando um espaço sujo, desorganizado, disfuncional e, muitas vezes, inabitável. 

Porém, existem mais manifestações do transtorno de acumulação compulsiva. As principais são:

1. Dificuldade em se desfazer de objetos

Além de guardar todos os tipos de objetos apenas pelo exercício de ter coisas, pessoas com esse transtorno sentem um medo irracional ou extremo desconforto ao pensar em descartar objetos. 

Em geral, a justificativa mais comum para essa dificuldade e aversão ao desapego é o medo de precisar do item no futuro – mesmo que, visivelmente, ele não traga benefícios ou utilidade a longo prazo. 

2. Apego emocional 

Nessa condição psíquica, os pacientes criam, mesmo sem relação aparente, uma conexão emocional muito forte com os objetos acumulados. 

Eles acreditam que cada item tem um valor sentimental único. Assim, a menor das coisas (como um jornal ou uma embalagem, por exemplo) se torna insubstituível. 

Além de acumular cada vez mais coisas, os pacientes não conseguem se desfazer do que tem. O problema se agrava e o ambiente se torna ainda mais disfuncional. 

3. A casa se torna inabitável 

O acúmulo sem controle torna o ambiente superlotado. Assim, o que antes tinha função, como um fogão tem de cozinhar, se torna apenas mais uma coisa no meio de tantas. 

Os cômodos deixam de ter suas funções normais. Camas são soterradas em pilhas de objetos e banheiros podem ficar inacessíveis.

4. Problemas sociais 

Com o tempo, o transtorno de acumulação compulsiva pode causar isolamento social.

Por ter vergonha da própria casa, o paciente evita receber visitas. Além disso, a condição também gera conflitos familiares, uma vez que amigos e parentes se preocupam com a situação e tentam intervir.

5. Acúmulo de animais

Em casos mais graves, algumas pessoas acumulam não só coisas, como também animais de estimação sem condições. Com um ambiente disfuncional, os bichinhos acabam sem as condições adequadas de cuidado. Isso traz problemas de saúde tanto para os animais quanto para o próprio acumulador.

Acumulador compulsivo x colecionador

Embora à primeira vista dê para perceber semelhanças entre um acumulador e um colecionador, é importante salientar que um não é a mesma coisa que o outro.

A principal diferença está na organização, no critério de seleção e no impacto que esse comportamento tem na vida da pessoa.

O que define um colecionador?

Os colecionadores escolhem de forma criteriosa os itens que colecionam. Seus objetos são organizados e preservados no armazenamento. 

Os itens possuem valor histórico, estético ou sentimental, e a coleção é gerenciada de forma controlada. Além disso, colecionadores conseguem se desfazer de peças quando necessário, trocando ou vendendo objetos para melhorar sua coleção.

Ademais, os colecionadores conseguem manter a organização e funcionalidade do ambiente onde vivem. Assim, mesmo armazenando muitas coisas, vivem em um espaço saudável.

O que define um acumulador compulsivo?

Por outro lado, os acumuladores compulsivos guardam objetos de forma descontrolada e sem critério. Na verdade, muitas vezes eles sequer têm ciência de todos os itens que possuem. 

As coisas ficam espalhadas e ocupam todos os espaços disponíveis da casa, o que causa desorganização e prejuízos à qualidade de vida. 

Além disso, diferentemente dos colecionadores, os acumuladores não conseguem se desfazer dos objetos, mesmo quando há necessidade.

Se você vive assim ou conhece alguém com esses comportamentos, é essencial buscar ajuda profissional. 

Muitas vezes, mesmo tentando interferir, amigos e familiares não têm êxito em ajudar acumuladores, uma vez que são bastantes resistentes ao desapego. 

Um profissional consegue avaliar os sintomas, diagnosticar o transtorno e encontrar formas de ajudar o paciente sem constrangimentos. Na Conexa Saúde, você consegue agendar uma consulta online em poucos minutos e é atendido logo em seguida. 

Com um psicólogo que atende online, o paciente tem acesso mais rápido ao suporte emocional e consegue recuperar a qualidade de vida quanto antes. 

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O que leva uma pessoa a ser acumuladora?

Não existe uma única causa para o transtorno de acumulação compulsiva. Na verdade, diversas condições podem contribuir para o seu desenvolvimento. Abaixo, listamos algumas das mais comuns. 

1. Fatores genéticos

A acumulação compulsiva pode ser causada por um componente genético. Pessoas que possuem parentes próximos com esse transtorno têm uma probabilidade maior de desenvolver a condição.

Porém, é importante ressaltar que a genética por si só não determina o surgimento do transtorno. Na verdade, a genética influencia quando outras situações estão associadas. 

Assim, a exposição a ambientes e disfuncionais, por exemplo, somada às características hereditárias, tende a favorecer o surgimento do problema. 

Dessa forma, filhos de acumuladores podem crescer observando e absorvendo esse comportamento, o que pode reforçar padrões de acumulação ao longo da vida.

2. Traumas emocionais

Muitas pessoas que desenvolvem o transtorno de acumulação compulsiva passaram por experiências traumáticas ao longo da vida. 

Perdas muito significativas, divórcios, abuso emocional ou dificuldades financeiras podem desencadear a necessidade de guardar objetos como forma de compensação emocional.

Para algumas pessoas, os objetos trazem a  sensação de segurança. Funcionam como uma barreira psicológica contra o medo da perda e da incerteza. 

Isso é ainda mais comum naqueles que passaram por privação material ou emocional na infância. Por exemplo, crianças que cresceram em meio a dificuldades financeiras que impedia de ter certas coisas como brinquedos, material escolar ou outros tipos de coisas, tendem a desenvolver um apego excessivo a bens materiais quando adultas. 

3. Ansiedade

A ansiedade é um fator importante no transtorno de acumulação compulsiva. Algumas pessoas guardam objetos porque sentem um medo irracional de precisar deles no futuro, mesmo quando esses itens não têm valor real. 

Esse medo está relacionado à insegurança financeira, trauma de perdas passadas ou crença de que tudo pode ser útil um dia.

Isso faz com que o acumulador mantenha objetos sem utilidade, que nunca serão usados, mas que, de algum modo, trazem uma falsa sensação de controle e preparação para o futuro.

Na ilusão de que “quem guarda sempre tem”, os acumuladores se põem em situação precária no agora com medo do futuro. A ansiedade do amanhã se traduz em um medo intenso de jogar algo fora que não deveria ser descartado.

Esse padrão de pensamento acaba se tornando um ciclo vicioso: quanto mais a pessoa adia o descarte, mais difícil se torna desapegar.

4. Associação com outros transtornos

Como explicamos, o transtorno de acumulação compulsiva geralmente está associado a outras condições adjacentes. Um exemplo é o TOC .

Embora os motivos possam variar, o acúmulo excessivo geralmente tem origem emocional e psicológica, tornando o tratamento essencial.

Quais condições estão associadas ao transtorno de acumulação compulsiva?

Existem diferentes condições psiquiátricas associadas a esse transtorno. Não que seja regra, mas muitos problemas emocionais podem levar ao acúmulo exagerado de objetos. Os principais são: 

  • Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC):O comportamento repetitivo e a dificuldade em se desfazer de objetos podem estar relacionados ao TOC.
  • Depressão: Pessoas deprimidas podem acumular objetos como forma de compensação emocional.
  • Ansiedade Generalizada:O medo irracional do futuro pode levar ao comportamento de acúmulo.
  • Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH):A dificuldade em tomar decisões pode contribuir para o acúmulo descontrolado.

Como tratar o transtorno de acumulação compulsiva?

Na maioria das vezes, o transtorno de acumulação compulsiva não se resolve sozinho ou apenas com ajuda de amigos e familiares. Geralmente, o tratamento necessita de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico que pode trazer alívio imediato e fornecer as ferramentas necessárias para o paciente mudar suas crenças e tratar o problema pela origem. 

Com ajuda de um profissional, a pessoa aprende a identificar padrões de pensamento disfuncionais e a modificar comportamentos de acúmulo. 

Em alguns casos, o uso de medicamentos também pode ser necessário para tratar transtornos associados, como a depressão e ansiedade. Assim, mais do que focar no agora, um tratamento eficaz exige a solução da origem do problema. 

Mesmo que nem sempre se resolva de forma independente, o suporte familiar é indispensável nesses casos. A combinação entre auxílio profissional e de amigos ajuda o paciente a ter apoio mesmo fora das consultas – que é essencial para a melhora do problema. 

Se você ou alguém que conhece está enfrentando esse transtorno, agende uma consulta online com um especialista na Conexa Saúde.

São dezenas de profissionais prontos para te atender e dar início ao processo terapêutico. Pela plataforma, você aproveita todos os benefícios da telemedicina e recebe orientação adequada para iniciar o tratamento.

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